𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 73

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Eu tinha uma surpresa para Lucien.

Guardar um segredo dele era angustiante, pois sempre tinha que pensar antes de falar mais que o necessário.

Preparei tudo no mínimo dos detalhes, tanto que agora a ansiedade me abatia enquanto o mesmo não entendia o por quê pedi que passearmos na praia da cabana.

Voltar ali me trás tantas lembranças e conversas que me faz ficar nostálgica enquanto deixava a água do mar molhar até meus tornozelos. A barriga havia crescido bastante e Frygga fazia questão de que eu mudasse todo meu guarda roupa para roupas que destacasse mais minha barriga.

Lucien volta trazendo o que eu havia pedido, comida óbvio. Meu apetite aumentou drasticamente durante esses meses por causa da gravidez. Um dia ensinei o ruivo a fazer a minha torta de anos e ele se saiu bem, mas para me gabar um pouco a minha sempre ficava melhor.

O cheiro da cesta em suas mãos era maravilhoso.

Não sei o que ele preparou, mas estou disposta a esvaziar essa cesta.

O sol estava lindo no céu azul enquanto se escutava as gaivotas cantarem.

- O que tem aí? - pergunto curiosa.

- A melhor comida do mundo. - se gaba.

E realmente era. Ele se senta ao meu lado e dispões as porções calmamente. Comi aquilo como uma esfomeada enquanto Lucien ria abertamente.

Quando terminamos, o céu agora estava dourado e o mar calmo sem nenhuma onda. Minha ansiedade estava atacada e Lucien havia percebido isso e me olhou preocupado enquanto apoiava minha cabeça sobre seu ombro.

- Eu tenho uma coisa para te mostrar. - digo fazendo seu rosto virar de preocupação para curiosidade.

Pego suas mãos e as posiciono em minha barriga consideravelmente grande. Ele mantinha a mesma expressão quando fechei os olhos e me concentrei em todo o meu poder, em meu corpo em harmonia.

Até que uma onda se desprende de mim e vai até o ruivo o cobrindo e fazendo assim seus pelos se arrepiarem.

Eu havia treinado isso todos os dias desde que Ylian me disse o sexo do bebê.

𝐿𝓊𝒸𝒾𝑒𝓃

Eu não sabia o que era aquele som, grunhido que estava escutando agora. Até que percebo que era o bebê. Sinto ele, seu corpo pequeno e crescendo rapidamente no útero de Lua, seus sentimentos....

Não sei como, mas eu o sentia. Era novo mas não aterrorizante. Era calmo. Até que vejo uma ação repentina, uma pontada sobre meus dedos fazendo-o mudar de lugar. E no mesmo momento eu vi, dentro dela, era um menina.

Uma menina que tinha os batimentos rápidos como asas de um beija-flor. Pequena e... Ela chutou novamente.

Senti cada parte do meu corpo retesar enquanto percebia que o bebê gostava do meu toque, que eu a sentia, sentia seus sentimentos. Era puro e lindo de uma forma que nunca imaginei. Meus olhos arderam enquanto movia minhas mãos sobre a barriga tentando acreditar que aquilo era real.

Eu teria uma filha. Uma filha linda como Lua.

E acho que foi aí que passei a ser muito mais interessado no bebê em si do que antes. Antes eu me preocupava sempre e às vezes acreditava que se aquele feto não estivesse mais em seu corpo, Lua não sofreria.

Mas ali estava eu. Chorando com os olhos fechados aproveitando aquela sensação nova e emocionante sobre minha pele e minha mente.

Minha filha. Eu seria pai de uma menina.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarDonde viven las historias. Descúbrelo ahora