𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 65

535 64 5
                                    

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒸𝒾𝑒𝓃

O chão estremeceu. Não de uma maneira normal, era como se a terra, o núcleo daquele mundo gritasse. Foi quando aquele molde estranho de fumaça brilhante emitiu um brilho mais reluzente que tive que fechar os olhos para não me cegar.

Quando aquela luz cessou, uma camada de poder passou por debaixo de meus pés me causando arrepios em todos o corpo. Então as nuvens haviam desaparecido e o sol irradiava forte como nunca estivera na Corte Invernal. O castelo que estava destruído a alguns metros daqui, passou a se reconstruir rapidamente, pedra por pedra, os vestígios de corpos ou de sangue desapareceram na neve como se nunca tivesse acontecido uma guerra aqui. As árvores voltaram à sua posição inicial e era possível escutar dos diversos animais na floresta cantando para a mudança, o buraco que eu estava passou a ser preenchido de grama e tulipas brancas e amarelas.

Tudo estava vivido como nunca estivera antes.

Foi quando tudo aquilo parou e a forma flutuante se rompeu em camadas - como uma flor desabrochando pétala por pétala, até cair no chão - revelando assim, seu corpo e seu cheiro novo.

Lá estava ela. Lua.

Com sua forma feérica e celestial como uma verdadeira deusa. Ela jamais havia emitido tanto poder quanto agora, seus olhos estavam como safiras luminosas, seus cabelos estavam muito mais brancos que da última vez que os vi, seu novo corpo era mais forte e alto mas era impossível não reparar em suas mãos onde era dali que vinha o poder que estava curando aquela terra, curando Prythian.

Meus olhos estavam cheios d'água enquanto minhas mãos tremiam.

Eu reconheci o que ela era agora, por isso me ajoelhei perante ela.

Em reverência à protegida da Mãe.

Ninguém poderia contestar aquele fato, pois aquilo era uma prova que a Mãe jamais deixa de proteger seus presentes.

Conforme me ajoelhei, outros que pareciam assustados e maravilhados se ajoelharam perante ela também, soltando suas armas as deixando de lado. Cada um se rendeu a seu poder que ameaçava matar qualquer ser apenas com o olhar que queimava sobre nossas cabeças. Dava pra sentir o quão intenso estava aquela situação.

Aquele dia seria contado de pai para filho, e assim se passariam mil anos e ainda estariam contando sobre o que aconteceu hoje.

Prestei mais atenção quando ouvi uma puxada de ar e me atrevi - mesmo com receio - a olhar em sua direção.

Os olhos que estavam cintilando desapareceram e seus pés pousaram no chão. Ela vestia um lindo vestido branco com adornos de diamantes em seu corpete. O que eu nunca imaginei estava na minha frente, ela conseguia ser mais bela do que o normal com o corpo feérico.

Lua parecia estar confusa e assustada enquanto olhava para si própria, não havia mais tatuagens aparentes em seus braços nus e ela reparou isso. Depois tocou suas orelhas e seus olhos se arregalaram mais ainda.

Acompanhei cada reação sua em silêncio, não iria me levantar antes que ela ordenasse - não era louco a esse ponto.

Ela passou a reparar a sua volta e de repente ela parou e olhou para mim.

Estremeci ao seu olhar e parei de sequer respirar, não sabia o que fazer então esperei que ela reagisse. Entretanto essa foi a pior escolha, seu olhar mudou e engoli em seco quando pareceu que ela podia ver a minha alma. Porém assim que ela abaixou o olhar e respirou fundo, que meu coração errou uma batida e ameacei me levantar, mas Lua deu um passo para trás e eu congelei no lugar.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora