𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 34

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Achei que aquela água gelada iria me incomodar, mas por algum motivo estranho eu ignorei esse fato. Tudo estava escuro e a única fonte de luz era a própria lua e minhas tatuagens.

Continuei mergulhando seguindo aquela nuvem de vagalumes até eu estar ao lado delas. Elas rodopiam à minha volta em uma dança gentil e calma.

Continue, você está perto.

Aquela voz disse e eu continuei nadando. Sentia a pressão da água mas continuei, não podia parar pois não sabia até quando eu teria fôlego. De repente os vagalumes que antes estavam em minha volta pararam em meu rosto, parei sem entender. Sentia uma dormência no rosto, tentava afastá-las mas não adiantava, apareciam o dobro. Até elas se afastarem e eu percebi que estava respirando debaixo d'água e eu não sentia mais a pressão da água.

Os vagalumes continuaram a me guiar para mais fundo.

Percebi que estava fundo demais quando comecei a ver certos corais e algas marinhas. Mas fiz uma nota mental que não havia nenhum peixe, o que é certamente estranho.

A cada segundo, mais profundo ainda que a luz da lua já não chegava até aqui.

Foi quando os vagalumes foram até um lugar onde estava atrás de corais pouco alaranjadas. Reparei que havia desenhos que formavam um círculo na areia onde os corais estavam em volta. Aquele traço do desenho lembrava perfeitamente minhas tatuagens. Sentia uma pulsação vindo do círculo e fui até lá.

Parei em pé e encarei o que estava debaixo de mim.

Os vagalumes rodearam o desenho e pareciam esperar por mim novamente. Não sabia o que fazer e esperava que aquela voz falasse comigo novamente. Foi quando senti uma presença atrás de mim.

Me arrisquei e me virei, e imediatamente me arrependi.

Era um monstro escamoso, seu corpo grande e torto, mas o ser tinha braços com garras afiadas. Os olhos brilhantes não faziam tanto destaque quanto os dentes grandes e tortos, mas deixavam claro o motivo de não haver nenhum peixe aqui. Com certeza para ele eram petiscos.

Ele olhava para mim e eu sentia depois de muito tempo, pavor em minhas veias. Antes de eu sequer raciocinar, o monstro me jogou para longe com o seu rabo.

Foi quando eu lembrei, talvez ele estivesse mantendo a Corte Lunar escondida. Mas por que esse monstro? Por qual motivo?

Antes que eu pudesse responder minhas próprias perguntas, ele veio até mim rápido e projetei várias esferas e passei a atacá-lo. Ouvi ele grunhir quando as duas primeiras o acertaram, mas isso apenas fez sua raiva aumentar mas não feri-lo.

Nadei para mais longe quando percebi que as esferas não eram tão fortes, portanto o monstro prendeu meus pés com o rabo e me jogou para baixo fazendo meu corpo chocar com a areia. Havia tocado em algo e reconheci que eram esqueletos de animais marinhos. Minhas tatuagens diminuíram seu brilho, talvez fosse por eu estar longe do símbolo.

Eu precisava pensar rápido para acabar de vez com aquilo. Fiz uma lança surgir em uma das mãos e me levantei observando o monstro me rodear esperando o momento perfeito para me atacar.

Meu coração estava descompensado e eu sentia que ele iria em algum momento sair do meu peito.

Quando o monstro reagiu, passei a desviar de suas garras. Ele usou seu rabo novamente mas finquei a lança na pele escamosa e enterrando na areia assim o mantendo imóvel. Percebi que ele não usava bem suas garras, era seu ponto sensível aparentemente. Ele se remexia abaixo de mim e gemeu mais de dor quando fiz outra lança e o furei no mesmo lugar fazendo o buraco se abrir mais, rasgando a pele escamosa.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarWhere stories live. Discover now