Cap7

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Lola

algo não estava certo, eram 11h da noite e Alex não atendia o celular, ele ficou de vir me buscar,a essa hora já não tinham táxi, e o metro ficava distante daqui. 

meu horário tinha acabado á duas horas atrás, e eu poderia muito bem apanhar um táxi, mas Alex insistiu de vir me buscar, e agora estou na porta do restaurante, passando frio á sua espera.

e minha mente só implorava que ele viesse rápido

-por favor Alex!

-falando sozinha?

assustei e baixei minha cabeça com vergonha, era um dos clientes que reservou uma mesa hoje á noite, eu era recepcionista.

-não senhor!

respondi, eu só queria que ele fosse embora, se Alex o encontrasse conversando comigo cabeças iriam rolar

-o que ainda está fazendo aqui? o restaurante fechou á 3 horas atrás

e o que ele ainda estava fazendo aí? quis perguntar mas minha timidez não permitiu

-eu estou esperando alguém senhor

-não me chame de senhor só...Ivan Lola

-como sabe meu nome?

ele fez uma careta engraçada e mesmo eu não querendo. eu ri. o que fez ele rir junto

-seu crachá menina, não é obvio!e você se apresentou quando me atendeu

oh a recepcionista sempre tinha que se apresentar, lembro de quantas vezes eu disse " oi sou Lola, e hoje eu vou atender vocês"

-sim! desculpa

e assim o assunto acabou, mas estranhamente ele continuou ao meu lado, e eu já comecei a sentir medo, "Ivan" era branco, tinha os cabelos espessos e brilhosos super lisos, mas ele não parecia americano.

-olha não sei quem está esperando,lamento dizer mas ele não virá

disse depois de 30 min calado, sinistro.

 meu pai não atendia o celular, e eu não tinha baixado o aplicativo de uber, nunca pensei que precisaria,o que eu faria?

-eu posso te dar uma boleia

ele disse sorrindo

-não!acho melhor não

-olha não sou nenhum louco, pode mandar a foto da minha matricula para alguém de confiança

tá! eram quase meia-noite e estava mais do claro que Alex não viria mais, então sim eu aceitei. mandei a foto da matricula de Ivan, que era um carro de gente super rica, Alex tinha um igual. e pensando nele eu estava preocupada.

-você é cubana?

-sim...

disse com um tom de desconfiança, as pessoas aqui eram bastante xenofóbicas

-eu também sou, achei seu sotaque familiar

depois de ambos sabermos que eramos cubanos, a tensão sumiu sei lá estar com alguém do meu país além de meus pais, era agradável, nos entendiamos 

-quê istô??eu gosto dessa música

era de uma cantora super famosa lá na cuba,e eu amava

-que cubano não gosta dela niña

dia seguinte

era segunda-feira, levantei feito um cadáver, minhas pernas doíam de tanto ficar em pé ontem, graças a deus Ivan tinha aparecido. já estava preparada quando ouvi uma buzina, era Alex

onde ele tinha se metido?eu estava furiosa!

desci as escadas, e meu pai já tinha ido a fábrica e bom...minha mãe, arranjou um emprego de bibliotecária, o que ela amou ela sempre gostou de livros. era seu emprego dos senhos segundo ela.

Alex estava estranho , e de óculos escuros, sua pele estava pálida

-oi

o cumprimentei, minha raiva toda por ele não ter ir me buscado sumiu, eu estava preocupada

-bom dia

ele respondeu simples, por isso dei um selinho no qual ele corresponde sem muita atenção

-aconteceu algo? ontem eu liguei várias vezes para você, você prometeu que iria me buscar

disse inquieta, o estranho foi ver ele pegar rápido o celular e me fazer ver 79 chamadas minhas, ele tinha colocado no modo não perturbar

-sério? eu acabei esquecendo, e ontem passei mal , mas fico menos preocupado que seu pai foi te pegar

eu sabia! ele estava doente e ainda assim veio me buscar, Alex era perfeito.eu não poderia mentir para ele

-meu pai não estava atendo o celular, graças a deus Ivan me deu boleia

-que porra é Ivan princesa

-um amigo

aí a cara que ele fez, meus olhos encheram de lagrimas rapidinho

-você não têm amigos Lola! para com essa merda e me conta quem é ele!

-AGORA!

dei um pulo com seu grito

-e-e-ele é um dos clientes,

ele bateu no volante fazendo a buzina soar, e todos os alunos que estavam entrando para a escola virarem sua atenção para nós, era óbvio que estávamos discutindo, a pele antes pálida de Alex, agora se torná vermelha, os vidros do carro eram escuro, mas Alex tinha aberto a sua janela

-eu sábia que esse emprego de bosta não era boa ideia, não fez nem dois dias e já tem um cara atrás do que é meu.

-era tarde e você não aparecia,eu estava com medo Alex

assustei quando ele pegou meu pulso, esmagando minhas veias

-Alex...

-você nunca mais vai subir no carro de nenhum filho da puta, faça sol ou chuva, nem que o mundo estiver caindo em pedaços ouviu?

oh não! aquilo era ruim, ele estava tendo um ataque de raiva, e todo mundo na escola comentava que alexânder betrovic tinha problemas ,e eu nunca acreditei...

-Alex...para!

-NÃO! NÃO PARO ATÉ VOCÊ COMEÇAR A OBEDECER!

com a outra mão ele pegou minha nuca forte, apertando sem nenhum cuidado

-está me machucando

minhas lagrimas, já tinham desistido de se acumular em meus olhos

-repete comigo 

ele disse calmo

-sim! 

repondo desesperada

-eu nunca mais vou olhar, andar , falar e nem subir em carros de outros homens

-sim , eu nunca mais vou fazer isso!

-REPETE PORRA! E ENGOLE ESSA MERDA DE CHORO

-eu nunca mais vou olhar,andar ,fa-falar e nem subir em carros de outros homem eu juro

repeti o que ele disse, e ele me soltou me colocando sobre seu colo como um passarinho e me abraçando

-eu não posso, não posso, eu não posso te perder, desculpa, é que eu não posso...

e ele continuou repetindo isso, como se estivesse em transe, e eu tinha acabado de perceber que onde eu havia encontrado o amor, também tinha encontrado minha morte.

Doce InfernoWhere stories live. Discover now