Doce Inferno

Cap19

Lola sanches

não vou mentir que ouvir a sua voz não me abalou, porque me abalou e muito. ele parecia tão diferente só pela voz, parecia mais homem acho que é o termo correto.

depois de longas horas de voo, tínhamos chegado ao solo americano,theo estava eufórico por ver tantos prédios e cidades bonitas da janela do avião, minha mãe nos esperava no aeroporto. 

e logo que nos viu seus olhos brilharam. a última vez que viu theo ele era muito pequeno ainda.

-e aí? conseguiu falar com ele?

minha mãe me belisca. ela havia me dado o número de Alex, que surpreendentemente meu pai o tinha ainda guardado.

-e-eu não consegui mãe, ele parecia tão bravo

minha mãe riu de mim

-e ele ainda vai ficar mais, quando souber de theo, sabe... alexânder já não é o mesmo homem que namorou você ele precisou ser um homem mais frio depois que o pai morreu, assumiu todas as empresas e patrimônios como único herdeiro.

-mãe você não está ajudando!

-LOLA!eu sou sua mãe e por mais que ele tenha sido um péssimo homem para você, ele ainda tem direito sobre theo e ele pode fazer muito pior, tome cuidado e pense...esse tempo todo ele não apareceu com ninguém oficialmente é porque ainda existe uma chance, esse é um conselho de mulher para mulher Lola, homens são primitivos e imagino que parte dessa mudança negativa foi por você então tente dançar o ritmo dele dessa vez...por theo,pela saúde de meu neto.

-você quer dizer ser submissa á ele?

-você entendeu Lola, não é mais criança.

um dia depois

estava de banho tomado, era tudo ou nada...por theo. descobri que hoje teria uma conferência da empresa betrovic, então era óbvio que Alex estaria lá, eu tentaria minha sorte.

chegando ao local, percebi que nem minha roupa me salvaria da diferença social,a questão racial era tão forte aqui mas alguns fingiam que me suportavam, e mesmo envergonhada eu me sentei e esperei a conferência começar, e minhas pernas tremeram e mãos suaram...aquele era alexânder?

eu reconheceria aqueles olhos claros de longe, mas ele tinha se tornado mais alto e forte, minha mãe não mentiu quando disse que agora ele era um homem. a barba preenchida em seu rosto denunciavam o quanto de testosterona aquele homem exalava, e sua voz grave quando começou a falar, eu estava disfarçada na multidão, e minha altura mesmo com os saltos não eram suficiente para ele me notar.

não fizeram nem 10 minutos direito e a conferência tinha acabado, realmente alexânder continuava sendo de poucas palavras,todos aplaudiram e ele começou descendo do palco, merda! era agora ou nunca eu precisava o abordar, sua empresa era uma fortaleza impenetrável e nunca eu conseguiria marcar uma reunião com ele.

me apressei indo até a saída , mas repórteres, e jornalistas impediram que eu me aproximasse e sem perceber eu tropecei e tudo  á minha volta ficou em silêncio, e quando ergui a cabeça... os olhos dele me encaravam firmemente como se eu fosse lixo.

foi impossível não abaixar a cabeça quando ele se abaixou e segurou meu rosto, e logo limpou suas mãos como se tivesse pegado lixo, ele era tão bom em me intimidar céus.

-eu preciso de você!

disse baixo, enquanto ele se preparava para ir embora, seu sorriso quando ouviu minhas palavras me lembravam o de theo mas de um jeito ruim agora