Cap29

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Lola Sanches

-agora eu acordava todas as manhãs uma hora antes dele se levantar e ir para a sua empresa, só para observar seu rosto, seus traços sem que ele perceba, e depois ouço o barulho do chuveiro.

e sempre eu disse sempre sinto seu toque gelado e suave de suas mãos em minha bochecha,antes de ouvir o barulho da porta e sentir o vazio do quarto.

eu havia percebido que sou como muitas meninas, apaixonada pelo inferno, eu amava esse homem como um viciado ama droga eu era apaixonada pela dor. era abençoada pela beleza e raiva desse homem todos os dias porque não éramos bons juntos.

mesmo tentando o manipular, ele me prendeu e pareceu um beijo ele me machucou mas agora parece amor verdadeiro, como alexânder conseguia?

como ele conseguia mudar as coisas assim!

alexânder me ensinou que ama-lo nunca seria suficiente, amor não é suficiente...sacrifícios são suficientes.

hoje eu seria obrigada a participar em um jantar beneficente de gente de alta sociedade, eu tentei escapar desses encontros mas hoje ele me pegou eu teria que ir, afinal era por uma boa causa...ajudar refugiados em estado de vulnerabilidade.

era uma causa muito válida, e eu como uma refugiada e imigrante cubana, senti na pele o que era não se identificar com o lugar que você tanto sonhou. e pensando nisso desperta o sentimento de saudade...saudade da cuba.

evento

estava sentada e ainda incrédula sobre tudo ao meu redor. era um jantar beneficente para refugiados mas ninguém falava sobre causas ou formas de ajudar, ninguém dava propostas para tal, pelo contrário empresários que literalmente respiravam dinheiro faziam seus discursos, falavam sobre como suas empresas lucravam, e faziam piadas.

e algumas mulheres faziam piadas xenofóbicas e racistas, evitei olhar para a cara de alexânder ele parecia mais preocupado em ouvir homens velhos e machistas, bom...agora entendo porquê ele é assim, me afasto suavemente sem que ele perceba.

vou em direção ao bar 

-uma bebida sem álcool por favor

peço ao barman, que sorri para mim simpático e prepara um cocktail

 -aqui! um cocktail para uma linda mulher.

ele preparou rapidamente, e notei um ramo de canela que deu um toque especial no sabor, e acabei bebendo uns três.

-amei essa canela, deixou a bebida muito boa.

ele riu simplista

-me lembrou de você

ele disse me deixando surpresa, mas já estava habituada cada dia minha cor de pele era associado á um alimento, e depois dessa meu corpo se assustou quando alexânder se sentou ao meu lado.

-eu não te trouxe aqui para você dar atenção ao barman.

disse segurando meu pulso e me arrastando para a mesa onde estava com seus "amigos".

que decidiram me notar.

-me diz betrovic elas são quentes como dizem?

eu não teria entendido se ele não tivesse me apontando, mas alexânder não disse nada simplesmente bebeu seu Whisky

-pensávamos que negrinhas não eram seu estilo, você sempre dizia isso

o mesmo disse novamente,e naquela momento eu queria chorar, "negrinha"...sim eu sempre seria a "negrinha".

-a vida nos surpreende!

foi o que alexânder respondeu, menosprezando como eu me sentiria, fazendo os homens e mulheres ao redor rirem, me deixando traumatizada.

mas o que veio á seguir ninguém esperou, o copo pesado de Whisky na mão alexânder sendo golpeado com firmeza e força na cabeça do homem que até então me insultava. choque era o sentimento do salão todo quando o corpo do homem caiu sobre o chão sem forças.



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