Com pesar em suas pálpebras, Yuji abriu os olhos com dificuldade. Sua cabeça doía, e ele sentia como se um caminhão tivesse o acertado em cheio. Com movimentos lentos, ele passou a mão na nuca, e sentiu o local machucado, mas exceto pela dor de cabeça, não parecia haver mais nada de errado.
Aliviado, um suspiro escapou de seus lábios. A última coisa que ele queria era um dano em sua coluna, já eram dois golpes poderosos que ele sofria no mesmo local.
Sentindo o lugar em que ele estava deitado macio, confuso, passou os olhos pela sala, percebendo se tratar de um quarto pouco decorado. Isso o deixou imediatamente em alerta quando ele se sentou na beirada da cama e encarou o lugar com cautela. 'Merda, quem me trouxe para este lugar? Nem Osanai, Akira ou Shiki sabiam da minha localização.' O garoto se perguntou com confusão, e decidido a descobrir quem era a pessoa que havia lhe carregado até uma cama, levantou-se da cama e se virou para a porta do quarto.
Tic.
A atenção de Yuji imediatamente se voltou para a fechadura, que parecia prestes a abrir a porta. Com sua mente em alerta, o garoto se preparou para avançar em direção de qualquer um que estivesse do outro lado da porta. As veias de seus pés saltaram, enquanto afundavam levemente o chão do quarto sobre seu peso.
Quando a porta se abriu, o garoto estava prestes a explodir, mas se impediu no último segundo, quando seus olhos pousaram sobre uma jovem mulher que entrou no quarto.
"Oh, parece que você acordou!" A mulher falou, abrindo um sorriso cheio de dentes pontiagudos, que lembravam Yuji de dentes de tubarão.
A mulher tinha cabelos negros que caíam sobre seu rosto, e olhos que só poderiam ser descritos como lunáticos, e com seu sorriso, servia apenas para complementar sua aparência com seus olhos. Apesar destes traços, a mulher em frente do garoto ainda assim emanava charme, principalmente devido as suas roupas bagunçadas, que revelavam descaradamente seu decote.
"!" Yuji de repente balançou a cabeça, retirando seus pensamentos da sarjeta, logo voltando sua atenção para a mulher desconhecida, que era vagamente familiar para o adolescente. Ele sentia como se já tivesse visto a mulher em algum lugar. 'Talvez seja uma personagem de anime.'
"Já estava na hora, achei que você dormiria na minha cama para sempre!" Ela falou sem retirar o sorriso do rosto, isso irritando Yuji, que franziu o cenho enquanto ainda mantinha cautela diante aquela mulher.
"Quem é você?" Yuji perguntou com autoridade em seu tom, deixando inconscientemente um pouco de sua aura vazar de seu corpo.
A mulher, que observou isso com atenção, manteve o sorriso no rosto enquanto parecia claramente se animar com a ação do rapaz. 'É exatamente isso que eu estava procurando!' A mulher pensou ao sentir a aura do garoto.
"Garoto, eu me chamo Togo Tomari." A mulher, agora conhecida como Tomari, se apresentou com facilidade, mesmo diante a aura opressora do adolescente.
Yuji, que escutou o nome daquela mulher, não pôde deixar de pensar. 'Togo Tomari... Tomari, Tomari...' Ele repetiu várias vezes, antes que algo clicasse em sua mente. 'Ela é um dos membros da associação Kengan, que tinha como lutador aquele mercenário cego!' Lembrando de onde conhecia a mulher, ele ficou ainda mais cauteloso, seus olhos movendo-se ao redor freneticamente enquanto ele tentava encontrar qualquer sinal daquele homem. Tendo visto a luta dele contra o maluco que sente prazer na dor, Yuji sabia que ele era um guerreiro perigoso, e se suas visitas rápidas ao mangá não estivessem erradas, ele também era forte o suficiente para vencer Sekibayashi. Enfrentar alguém como ele em seu estado seria suicídio.
Estranhando o comportamento do garoto, Tomari concluiu que era devido ao nervosismo de repente se ver em um local completamente desconhecido. Ser cauteloso não era errado, e devido a isso, nada mais passou pela cabeça da mulher, afinal, não havia como um adolescente briguento de 15 anos saber que ela era uma temida comerciante de armas.
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Path to strength
FanfictionFoi um dia normal para Yuji, ir para escola, depois para o ginásio que frequentava e finalmente para casa. Uma rotina monótona, mas agradável. Não havia motivo de orgulho, muito menos de vergonha, então para o adolescente isso bastava. Como sempre...