Capítulo 32

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Arthur me trouxe direto para casa da Verônica, quero passar em casa antes de ir trabalhar.

Enquanto caminho até chegar em casa, minha cabeça não para de rodar e pensar em que maluquice eu vou ter que fazer para sair dessa, de um jeito ou de outro vou ter que desistir da minha faculdade, mesmo que eu ganhe a bolsa de estudos.

Chuto uma pequena pedra com toda a minha força e a vejo voar para longe.

Que porra.

Entro em casa depois de destrancar a porta e vejo tudo calmo.

- Mãe, tá em casa? - rio de mim mesma por fazer uma pergunta tão besta mas me atento quando ouço a sua voz.

- Oi amor, estou no quarto, vem cá - me aproximo com passos rápidos, como senti saudade da sua voz, do seu carinho, do seu cheiro.

Sem pensar duas vezes me jogo em cima da cama para poder lhe dar um abraço apertado, sinto ela afagar os fios do meu cabelo enquanto me abraça apertado.

- Que saudade, mãe - ela segura meu rosto entre as mãos depois de nos separar, abre um lindo sorriso e beija a ponta do meu nariz.

- Eu te amo - e é nesse momento que me permito chorar, no colo da minha mãe, sinto que ela sente que eu preciso do seu carinho - o que houve? - ela deita a minha cabeça em seu colo e mexe os dedos entre os fios do meu cabelo - o Arthur fez alguma coisa?

- Não, o Arthur é perfeito até demais, não é sobre ele - não posso contar para ela, preciso resolver isso sozinha, não posso preocupar minha mãe com os meus problemas.

- Então o que aconteceu, meu amor?

- Só estou cansada do trabalho, queria poder mudar nossas vidas - afundei mais o rosto na almofada que está em cima das suas pernas.

- Fica tranquila amor, vamos resolver tudo, mas tem que ter calma, tudo bem? - apenas assenti com um movimento rápido com a cabeça.

Depois de longos minutos deitada ali me levantei e comecei a arrumar tudo para poder ir trabalhar e para mais um novo furto, nunca imaginei que iria me tornar uma ladra de merda.

Mas que se foda, agora é tarde demais para me arrepender.

Fui caminhando até lá pensando em alguma coisa para fazer, mas no final de contas não tive uma ideia boa o suficiente, tem que ser algo diferente do normal, ir para outra cidade facilmente eles encontrariam a gente.

Até que brilhou uma grande ideia e me xinguei mentalmente por não ter pensado nessa merda antes.

Disque o número da Verônica com pressa antes de entrar naquela merda de lugar que já está com a música no último volume.

- Oi - ela atendeu com uma voz animada.

- Desculpa te ligar assim mas preciso da sua ajuda.

- Para com isso, boba, o que você quer que eu faça?

- Preciso que arrume um falsificador de identidade e passaporte, tem que ser profissional.

- Mas pra qu...

- Sem perguntas, não posso te contar nada agora mas você tem que me ajudar.

- Tudo bem, vou resolver.

- Não pode contar isso para ninguém, nem para minha mãe, muito menos para o Arthur.

- Tá bom chata, mas tarde te ligo, beijinhos.

Verônica tem uma grande influência, sua família é uma das mais ricas da cidade, ela tem muitos contatos e não duvido que ela vai conseguir me ajudar com isso sem muito esforço.

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Onde histórias criam vida. Descubra agora