Capítulo 34

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Depois de me acalmar fiz a Verônica me prometer que não ia fazer nada e que também não contaria para ninguém, nem sobre a faculdade e muito menos sobre o meu trabalho.

Agora estou saindo no meio da multidão animada que se formou assim que o último sinal tocou, mas nem isso conseguiu me fazer sorrir, só consigo pensar em como quero esganar o Calebe por todas as oportunidades que irei perder.

Arthur já está do outro lado da rua me esperando, falei que estava passando mal e ele veio rápido, quero sair desse colégio o mais rápido possível.

Me sinto mole, como se acabasse de ser nocauteada, tudo parece estranho, parece não ser real, na verdade eu queria mesmo que não fosse.

Assim que me aproximo do carro vejo um sorriso se formar nos seus lábios e sem esforço consigo projetar um pequeno sorriso também.

Seus braços grandes me envolvem em um abraço quente e apertado, sinto vontade de chorar, mas seguro para que as lágrimas não saiam, me afasto do abraço e me apresso para entrar no carro.

- O que aconteceu? - ele me olha enquanto sai com o carro.

- Não sei, acho que pode ter sido a emoção do último dia, sei lá - até parece que ele vai acreditar nisso.

- Entendi meu amor, daqui a pouco isso passa e você vai estar melhor.

Apenas concordei, encostei minha cabeça no vidro e fechei os olhos imaginando como seria a minha vida se não existisse toda essa merda, eu e minha mãe felizes, faculdade dos sonhos, Arthur, tudo perfeito.

Acordo sentindo braços me envolverem, tento me mover, mas Arthur me segura mais firme.

- Descansa, eu te coloco na cama - essa frase seria completamente sedutora se eu não estivesse completamente devastada.

Então apenas permito que o meu corpo descanse nos seus braços, não demora muito para que eu sinta o meu corpo tocar os lençóis da cama de Arthur, ele me dá um beijo na testa, mas antes que ele se afaste eu seguro o seu pulso.

- Fica comigo, por favor - me encolho na cama me sentindo vazia, ele abre um sorriso e deita ao meu lado logo me envolvendo em seus braços.

💫

Acordo sentindo a cama vazia, e decido tomar um banho antes de ir atrás do Arthur.

Quando sinto aquela água quente me permito chorar novamente, toda essa mágoa, toda raiva. Depois de já não ter mais lágrimas para chorar tento me levantar mas não tenho forças, e como se ele pudesse adivinhar que preciso de ajuda Arthur bate na porta.

- Amor, posso entrar?

- Pode - tento falar o mais alto que eu consigo mas ainda assim parece baixo demais, mas parece que ele ouviu, porque rapidamente entra me vendo encolhida no chão do box, que cena deplorável, eu teria vergonha se não fosse o pior momento da minha vida.

- Aurora, o que aconteceu? - ele se aproxima rapidamente e segura meu rosto entre as mãos - estava chorando?

- Não é nada.

- Como assim não é nada? Me fala o que está acontecendo.

- Eu não estou me sentindo bem, só isso - pela forma que ele me olha percebo que não acredita nas minhas palavras, mas pelo visto quer me poupar de mais constrangimento e sofrimento, porque apenas me pega e começa a passar o sabonete no meu corpo.

Ele me enrola na toalha, depois de me secar me coloca em um roupão e me leva até a cama e se senta ao meu lado.

- Eu entendo que você tem os seus problemas e que ainda não se sente 100% confortável em me contar as coisas, mas independente do que seja eu vou te apoiar e te ajudar, tudo bem?

Concordei e ele me deu um beijo na testa e abriu um sorriso acolhedor.

- Vamos assistir um filme? - Concordei novamente - vou fazer a pipoca, escolhe o filme enquanto isso.

Depois de tudo pronto, deitamos na cama e assistimos uma comédia romântica que eu escolhi, depois de muitas risadas comecei a me arrumar para o trabalho.

Já no carro o Arthur coloca uma música e vamos cantando até chegar na casa da Verônica.

- Quando vou poder saber aonde você mora? - ele me olhou batucando o volante, parece ansioso.

- Hum, sexta, sexta eu te levo lá - acho que ele tem o direito de saber onde eu morei por todos esses anos.

- Tudo bem, me liga quando sair do trabalho tá - ele aproximou seu corpo do meu.

- Tá bom meu amor - colo os seus lábios nos meus em um beijo carinhoso.

- Te amo - ele fala quando já estou do lado de fora do carro.

- Te amo - mando um beijo no ar e ele vai embora.

Fui caminhando até chegar em casa e fiquei um tempo com a minha mãe antes de me arrumar.

Depois de já estar com tudo pronto, vou para mais um dia de trabalho, assim que chego começo a limpeza, tento fazer tudo o mais rápido possível mesmo que eu saiba que é quase impossível.

Conforme vou limpando as coisas penso na proposta que Alice me ofereceu, ela sendo experiente vai fazer com que tudo seja bem mais discreto, mas quero saber o que a Verônica pensa sobre ela antes.

Quando chega a hora do meu descanso disco seu número e torço para que atenda.

- Oi amora, aconteceu alguma coisa? - sua voz parece sonolenta mas ao mesmo tempo preocupada.

- Não, é que eu estava pensando sobre a proposta da Alice, o que você acha dela? Acha que posso confiar?

- Ela é bem discreta, trabalha com isso a anos, é muito confiável e não trabalha para qualquer pessoa, então se quiser fazer negócios com ela pode ter certeza de que ela vai ser uma boa aliada.

- Vou ligar para ela amanhã, preciso que seja da forma mais discreta possível.

- Isso, ela vai fazer um planejamento para que tudo fique perfeito, eu confio bastante no trabalho dela.

- Tudo bem então, obrigada pela ajuda.

- Não precisa me agradecer, o mínimo que posso fazer é te ajudar, se precisar de qualquer coisa é só me ligar, qualquer coisa.

- Obrigada Vê, não sabe o quanto isso significa para mim - sinto lágrimas quentes descerem pelas bochechas.

- Eu te amo.

- Eu te amo, vou ter que desligar, mais tarde a gente se fala.

Depois de desligar voltei a trabalhar, vendo os seguranças gritarem com as mulheres, engulo a minha raiva e continuo com a limpeza.

Coloco uma música animada nos fones de ouvido, mesmo no volume mais alto ainda consigo ouvir a música que toca no salão.

E volto a criar na minha mente uma vida feliz, um momento em que não vou precisar fugir, que vou ser feliz, ter uma vida tranquila e comum mas minha realidade volta com toda pressão quando sou chamada na sala do Calebe.

Filho de uma puta.

Ele me chamou para me mostrar as coisas que tinha que pegar, lingeries, lubrificantes, anticoncepcionais, camisinhas.

Fiquei pensando em como minha mãe se sentiu tendo que aceitar isso tudo, por mim, aceitou passar por isso para conseguir me manter bem.

Sinto meu estômago revirar vendo aquelas coisas em cima da sua mesa, imaginando quantas mulheres passaram por isso, por toda essa merda.

Depois que sou liberada vou para casa, tentar pensar em um plano antes que dê a hora de voltar para aquela grande merda.

💫

Voltei com mais um capítulo quentinho para vocês.🏃🏽‍♀️💕
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Beijos e até a próxima🥰😘



Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Where stories live. Discover now