Capítulo 44

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Assim que Arthur me levou de volta ao quarto os olhos de Verônica me fitaram com malícia.

- Nem vem, nem nos falamos direito - falei assim que Arthur saiu do quarto.

- Aurora, não fique assim, eu sei que parece ter sido de propósito mas...

- Mas nada, por favor - me sentei ao seu lado e segurei a sua mão - não vou mentir para você Vê, eu o amo, mas eu estava lá, vi e senti tudo o que ele fez, eu sei o que aconteceu e não tem como reverter essa história ou criar outra perspectiva.

- Tudo bem, vamos respeitar o seu tempo, mas peço que não fique remoendo isso, quando se recuperar de todo esse trauma tente escutar o que ele tem a dizer.

- Verônica.

- Você vai entender tudo com mais clareza, então não tome atitudes precipitadas - ela me corta antes que eu termine minha frase.

- Tudo bem, mas não agora.

- Só quando se sentir melhor - ela me puxa para um abraço.

- Acho que vai demorar para isso acontecer.

- Tenha todo o tempo que precisar, sabe que vou estar a sua disposição para qualquer coisa, não é ? - ela fala se afastando para olhar nos meus olhos.

- Obrigada, como você vai ficar aqui? Não seria melhor ir junto com a gente?

- Está tudo sobre controle amora, vai ficar tudo bem.

- Tem certeza? - ela assente sorrindo e uma batida na porta chama a nossa atenção.

- Pode entrar - Verônica fala se levantando e me ajudando a fazer o mesmo.

- Está na hora - Arthur fala assim que abre a porta, eu e Verônica apenas assentimos e saímos do quarto e fomos em direção ao elevador.

- Eu vou sentir saudade - falo assim que Verônica me abraça.

- Eu também vou sentir saudade, irei te ligar todos os dias.

- Quando vamos nos ver de novo? - seu olhar parecia perdido.

- Quando tudo isso passar, vai, se não vai se atrasar, eu te amo.

- Eu te amo - falo já dentro do elevador ao lado do Arthur e minha mãe.

- Cuide delas, se não já sabe né - ela faz um sinal de arma para ele, achei que fosse brincadeira, mas a sua expressão se manteve séria.

- Entendido - realmente não parece uma brincadeira.

Verônica acena para mim e as lágrimas descem, sinto os braços de Beatriz envolverem a minha cintura.

- Entrem rápido no carro, não podemos deixar que vejam vocês.

Vários pensamentos passam pela minha cabeça, em como minha vida virou de cabeça para baixo.

Assim que as portas se abriram entramos no carro que já estava com a porta aberta em frente ao elevador.

Todo o caminho foi em silêncio, percebi as mãos da minha mãe tremendo e as segurei, ela sempre teve medo de avião.

Assim que entramos minha mãe parecia bem mais nervosa, até começou a chorar, Arthur levou ela até um assento.

- Calma Beatriz, bebe isso - ele estendeu para ela um comprimido e uma garrafinha de água, ele se agachou a sua frente e segurou suas mãos que estavam tremendo - fique tranquila, vai ser bem rápido.

Estranhei a cena, nunca tinha os visto tão próximos, mas acredito que muita coisa aconteceu enquanto eu estava inconsciente.

Assim que minha mãe já estava mais calma por conta do remédio, todos nós nos sentamos e o avião decolou.

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Where stories live. Discover now