Capítulo 38

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Verônica está aqui, veio me ajudar com a minha mala, coloquei só as coisas mais importantes e as fotos da minha parede, fotos com todas as pessoas que eu amo.

- Pronto - digo assim que fecho a mala - Verônica morde o lábio inferior, parece tentar segurar o choro.

Mas não adianta de nada, a puxo para mim e ela enrola os seus braços em volta do meu pescoço e me aperta forte.

- Eu vou sentir a sua falta - ela fala entre soluços intensos.

- Eu também - esfrego minhas mãos em suas costas a puxando mais para mim - eu não queria que fosse assim.

Ficamos assim por muitos minutos até ela me soltar e ela evita olhar nos meus olhos.

- Vai embora logo, você tem que passar na sua tia antes de ir trabalhar.

- Tudo bem, obrigada por tudo - ela se vira quando percebe outras lágrimas querendo sair.

- Vai logo, vou arrumar a mala da sua mãe assim que ela sair.

- Eu te amo - ela me olha com seu rosto encharcado em lágrimas.

- Eu te amo - saio correndo antes que eu me arrependa e vou andando com passos largos até chegar na casa da tia Elena.

- Oi tia - digo assim que ela abre a porta e ela parece surpresa, mas mesmo assim me puxa para um abraço.

- Meu amor, o que faz aqui? - ela passa as mãos pelo meu cabelo e sorri quando nos separa.

O cabelo que terei que cortar.

- Vim te ver, estava com saudades, mas não posso demorar porque já está quase na hora do meu trabalho.

- Tudo bem meu amor, entra - assim que me sento no sofá ela me observa - ahh, tenho uma coisa para você.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela se levanta e corre para o quarto, e quando volta está com algumas fotos na mão.

- Na sua formatura eu fiquei com o fotógrafo - ela dá uma risadinha antes de voltar a falar - aí ele me passou o contato dele e quando nos encontramos outra vez ele me entregou algumas fotos suas, e acho que você gostaria de guardá-las.

Ela me estende as fotos e a primeira e uma com a minha mãe, a outra com minha tia, outra com Arthur e mais uma com Verônica, mais fotos com algumas pessoas e aí começa o desastre.

Arregalo os olhos quando vejo uma foto minha em cima do palco, bem bêbada, outra deitada no chão enquanto Arthur tenta me levantar, outra em cima do balcão, está em uma sequência.

Começo a gargalhar quando vejo a próxima em que eu estou voando em cima do barman, e a próxima é nós dois no chão.

- Eu não acredito que eu fiz isso - gargalhei quando vi na próxima foto a sua cara de medo e a outra Arthur já me tirava de cima dele e a última é o Arthur me carregando para sair da festa, desmaiada.

- Acredite ou não, você fez tudo isso, mas achei legal, queria eu ter feito isso na minha época - ela sorriu.

- Obrigada tia, eu te amo - ela me abraçou antes que eu levantasse.

- Também te amo meu amor - fomos até a porta e quando me virei para ela, ela tirou um anel do seu dedo - quero que fique com isso.

Ela pegou a minha mão o colocando no meu dedo mindinho, um anel de ouro com uma pedra verde no meio.

- Esse anel é passado de geração em geração na minha família, e você é minha família, minha filhinha, quero que fique com ele e dê para a sua primeira filha.

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Место, где живут истории. Откройте их для себя