Capítulo 49

159 23 3
                                    

- Mãe, quero que me conte sobre tudo - ela se vira rápido quando entro em seu quarto sem avisar - tudo o que aconteceu naquele dia.

- Senta - me sento na cama ao seu lado - depois de tudo, a Verônica me explicou qual era o seu plano, por isso sei de tudo. Enquanto você estava tentando tirar o dinheiro para levar até Alice, ela estava pesquisando sobre o Arthur, descobriu que era o dono de tudo e achou que você estava tentando passar a perna nela e ela foi embora.

- Mas e o carro que estava lá?

- Não sei, deve ter sido coincidência, depois que o segurança comunicou ao Calebe que você estava roubando ele ligou para Arthur, e mandou irem até nossa casa onde acharam o dinheiro guardado, o Calebe pretendia matar nós duas, só que ele não esperava que Arthur iria chegar antes dele fazer isso.

- Continua - falo assim que a vejo parar.

- Assim que o Arthur percebeu que era você ele te levou para casa e você foi atendida, um dos seguranças ligou para ele dizendo que eu estava lá e que não seria legal ter mais mortes ali, assim que encontrei com ele não acreditei, mas ele me acalmou e me contou que descobriu que o Calebe estava traindo ele, ele não sabia o que a gente passava lá, ele colocou pessoas para vigiarem o calebe.

- E quando a Verônica entra nessa história? - ela fez um sinal com a mão para que eu esperasse.

- Assim que a Alice achou que estava sendo enganada, ela foi até a Verônica, e a Verônica já estava tentando ir ajudar a gente, só que elas brigaram feio e a Verônica descobriu que o Arthur era o dono de tudo e ela foi atrás dele, o ameaçou com arma e tudo.

- Arma? Como assim?

- Sua amiga nunca te contou, mas ela é treinada desde que nasceu, ela está preparada para qualquer coisa.

- Uauuu, quem diria? - falo indignada.

- O Arthur contou o que estava acontecendo e eles fizeram um plano para poder proteger a gente e acabar com o Calebe e a facção dele de uma vez só.

- E que plano é esse?

- Só eles dois sabem.

- E as mulheres, o que aconteceu? - Arthur colocou a Verônica lá para ficar de olho no Calebe, então as coisas estão melhores, mas assim que tudo acabar o Arthur vai dar um bom dinheiro para todas elas, para tentarem recomeçar a vida, afinal, é a única coisa que ele pode fazer por elas.

- Nossa, em meio a esse tanto de informações eu tive uma grande ideia - sorri olhando para minha mãe.

- Que ideia? - me levantei beijando seu rosto.

- Obrigada mãe - sai do seu quarto correndo e fui até o escritório do Arthur, onde ele passa a maior parte do tempo.

- Quero que me treine - falo assim que me sento na cadeira à sua frente.

- O que? - ele parece desnorteado.

- Quero que me treine - repito já me levantando.

- Eu entendi, só não entendo para que você quer isso - ele gira na cadeira não se importando com o que estou dizendo.

- Eu quero acabar com ele, quero acabar com o Calebe com as minhas próprias mãos.

Arthur me olha e começa a rir, bato na mesa com as duas mãos, ele para e me encara vendo a minha expressão de raiva.

- Eu tenho esse direito, ele iria me matar, eu quero fazer isso por tudo que eu perdi, ganhei uma bolsa para uma das melhores faculdades e não pude ir, quero fazer isso pela minha mãe que sofreu tantos anos lá dentro para me sustentar, quero fazer isso por todas as mulheres que foram violentadas, maltratadas e enganadas, eu quero fazer isso por todas nós, você não pode me negar isso - viro o rosto para que Arthur não veja as lágrimas em meus olhos.

- Tudo bem - viro meu rosto encontrando os seus olhos marejados em mim - mas você vai precisar de muito treino.

- Jura? - com um movimento de cabeça ele concordou e eu comecei a pular de alegria.

- Não fique tão contente, você terá um treino intensivo e sem descanso, temos pouco tempo.

- Pouco tempo tipo quanto? - ele atravessa a mesa e envolve minha cintura com seus braços.

- Tipo 1 mês - meus olhos se arregalaram - e eu vou deixar você contar isso para Verônica, não quero que ela arranque a minha cabeça.

- Por que ela faria isso? - levantei meu rosto olhando em seus olhos sem entender.

- Você não tem ideia de quem vamos enfrentar, não é? Não é só do Calebe que estamos falando, estamos falando da facção toda que ele se uniu, por isso saímos do país, eu e Verônica estamos fazendo de tudo para proteger você e a sua mãe.

- Você que vai me treinar?

- Você quer realmente isso? Tem certeza? - ele segurou meu rosto entre as mãos.

- Eu quero fazer isso com toda certeza, nunca quis tanto algo na minha vida.

- Liga para Verônica e fala para ela me ligar assim que vocês terminarem - ele volta a se sentar na sua cadeira.

Não sei por quê, mas fico completamente nervosa, estou descobrindo uma parte de Verônica que eu nunca vi.

Depois de passar e repassar tudo o que eu quero dizer, ando de um lado para o outro tentando tomar coragem de fazer isso.

- Ela é minha melhor amiga, óbvio que ela vai deixar, eu conheço ela - falo alto enquanto quase abro um buraco no chão.

Disco o seu número na hora da emoção, mas quando vejo que o fiz realmente, tento desligar mas escuto a sua voz.

- Oi amora - escuto sua voz doce e gentil do outro lado da linha - alô? - ela fala depois de um tempo.

- Eu vou com vocês, não importa o que você diga, Arthur vai me treinar, e eu vou fazer parte de todo esse plano para poder acabar com o Calebe - falo tudo tão rápido que nem sei se ela entendeu - Verônica? - a chamo depois da sua demora em responder - está me ouvindo?

- Tudo bem - tão fácil assim?

- Tudo bem? - pergunto sem entender, achei que seria mais difícil.

- Tudo bem, você mesmo disse que não importa o que eu fale.

- Vê, não fica brava.

- Brava? Eu e Arthur estamos nos matando de trabalhar para proteger a sua vida - ela fala em um tom alto e grosso - e você vem me dizer que vai acabar com ele? Tudo bem.

- Eu sei, mas eu quero aprender a me defender, e acho que tenho esse direito de vingança.

- Ótimo, comece a treinar, eu vou fazer uma prova pra você, assim que você acabar todos os treinamentos, você irá passar por essa prova e se você não passar você não vai, e não importa o que você diga, se você não conseguir passar na prova, você não vai, então se prepare.

Antes que eu comece a falar vejo que ela desligou na minha cara, merda, ela está muito puta.

Vou com passos rápidos até a sala de Arthur e vejo ele passando a mão no cabelo o bagunçando.

- Calma Verônica - seus olhos caem sobre mim.

- Calma o caralho, você tem merda na cabeça Arthur? Só pode ter, você sabe quem vamos enfrentar, não podemos colocar ela no meio, porra.

Arthur vem a passos largos até a porta e segura meu rosto entre as mãos enquanto a voz de Verônica ecoa por todo o cômodo.

- Eu vou dar um jeito - ele beija a minha testa e fecha a porta na minha cara.

Merda.

💫

Demorei mas voltei 🏃🏽‍♀️🏃🏽‍♀️

O que acharam do capítulo? 🤔😏

Comenta e não esquece de votar 🤭💖





Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang