Capítulo 08 - A reconciliação

1.6K 224 46
                                    

Pete saiu da sala um pouco melhor, ele tomou alguns anti-inflamatórios e remédios para dor e agora conseguia caminhar sem se curvar, por sorte não quebrou nenhuma costela, a enfermeira acompanhou ele até a recepção e lá encontrou seus amigos senta...

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Pete saiu da sala um pouco melhor, ele tomou alguns anti-inflamatórios e remédios para dor e agora conseguia caminhar sem se curvar, por sorte não quebrou nenhuma costela, a enfermeira acompanhou ele até a recepção e lá encontrou seus amigos sentados a sua espera, Porsche correu para abraçá-lo de modo delicado para não machucar seu corpo.

- Que susto você nos deu - disse agora mais calmo.

- Eu estou bem, obrigado por estarem aqui - Os amigos sorriram para ele aliviados por não ter sido nada muito grave.

- Queríamos saber como você estava, o Kinn quase chorou - entregou Arm deixando-o sem graça.

- Todos estavam preocupados - enfatizou Kinn corado.

- Você está bem é o que importa, mas é melhor você ir pra casa logo, o seu pai vai desconfiar se demorarmos muito, já são duas horas da manhã - Alertou Arm preocupado.

- Tem razão, ele já deve ter dormido mas é melhor não arriscar - Pete disse conformado.

- Quer que a gente vá com você? Pra não ter que pegar táxi essa hora sozinho? - Perguntou Kinn.

- Eu posso ir com ele, vamos para o mesmo endereço praticamente - Vegas se pronunciou - Quer dizer, se você quiser é claro.

Pete olhou para o estado do garoto, ele tinha um corte na sobrancelha e suas maçãs do rosto estavam um pouco lilás pelos socos, sem contar suas mãos que ainda tinham sangue e pareciam ter sido atropelados por um pneu de caminhão, ele não podia ignorar o fato de que Vegas se arriscou para salvá-lo, era cedo para Pete admitir isso mas aquele ato dele havia mexido com sua cabeça.

- Tudo bem, eu vou com você - Vegas se surpreendeu com a resposta do garoto - Obrigado mais uma vez pessoal, esse foi o aniversário mais louco da minha vida, digo isso em um bom sentido - Todos riram agora mais descontraídos.

- É como dizem, não é festa de adolescente se não parar no hospital ou na delegacia - Disse Big fazendo todos rirem ainda mais.

- Ou no banheiro - Completou Pete fazendo o brilho de Arm e Big sumir por um momento, antes deles rirem sem graça um para o outro.

Todos se despediram com muitas risadas e Pete seguiu para o táxi com Vegas, o caminho foi silencioso, mas dessa vez aquilo não era algo desconfortável para eles, alguns minutos depois o veículo parou na porta de Pete, e ambos desceram, Vegas insistiu em pagar a corrida e acompanhou o outro até a porta.

- Então...boa noite, fica bem - Disse Vegas um pouco tímido já se virando para ir pra sua casa quando Pete o chamou.

- Espera, meu pai já deve estar no décimo sono, entra comigo - Vegas o encarou confuso.

- Como? Por que?

- Pra eu te ajudar a cuidar disso - Olhou em direção as mãos do rapaz.

- Não precisa Pete, eu posso cuidar sozinho.

- Eu sei, mas eu quero ajudar, por favor - Pete queria agradecê-lo de alguma forma, e Vegas não encontrava mais argumentos para negar seu pedido.

- Tudo bem - Deu por vencido e acompanhou Pete para dentro da casa.

Tudo estava muito silencioso e escuro, Vegas temia encontrar o senhor Castello no meio do caminho mas por sorte ele realmente estava dormindo, entrou no quarto de Pete se dando conta de que aquela era a primeira vez que entrava ali desde o ocorrido, eles nunca foram íntimos o suficiente para esse tipo de coisa, aproveitou para reparar nos mínimos detalhes, na quantidade de livros em estantes e espalhados pelo recinto, nos tons pastéis que transmitiam calma, nos pôsteres de bandas de k-pop e animes que até então ele não sabia que Pete gostava.

- Pode sentar na cama eu vou pegar os remédios - Pete foi até o banheiro e voltou com uma caixinha e um pano molhado.

Ele se ajoelhou próximo a Vegas e pegou sua mão de um jeito tão delicado que parecia uma pluma macia passeando pelos seus dedos fazendo-o fechar os olhos por alguns segundos, ele limpou o sangue lentamente e começou a passar remédio por cima, Pete fazia tudo com calma como se Vegas pudesse quebrar, e aquele era o primeiro toque gentil que ele sentia na vida, nem mesmo sua mãe o tratava com tanto cuidado, ele ficou vidrado nas ações de Pete e não conseguiu desviar o olhar nem mesmo por um segundo.

- Pronto, vai cicatrizar melhor agora, eu vou te dar uns remédios pra dor, tome quando chegar em casa, ok?

- Pete - O garoto olhou para ele - Eu não mereço isso, não vindo de você.

- Vegas - Pete suspirou sentando ao lado dele - Vamos esquecer tudo, ok? Eu tô cansado disso, cansado de tentar te odiar sempre - Vegas focou no modo como Pete disse a palavra "tentar", como se ele fizesse esforço para desgostar dele.

- Eu também, essa briga não é nossa Pete, é dos nossos pais, eles que sempre nos colocaram nesse campo de guerra estúpido, desde aquele jantar eu me pergunto quando comecei a ter raiva de você, e todas as vezes que eu me perguntava eu lembrava do meu pai dizendo o quanto eu era burro comparado a você, que você roubaria minha vaga na faculdade, que seria melhor que eu e isso alimentava meu ódio, mas eu nunca parei para pensar que você nunca me disse nada disso, sempre foi ele, na minha cabeça, todos os dias, eu também estou cansado disso.

Pete entendeu tudo o que Vegas havia dito, era o mesmo do seu lado, o seu pai insistia que Vegas tentava ultrapassá-lo, que ele iria se destacar, e Pete sempre odiou essa comparação por isso tentava ser o melhor sempre, mas aquilo não lhe cabia mais.

- Então, trégua? - Pete estendeu a mão e Vegas apertou sorrindo.

- Trégua, finalmente.

Vegas saiu da casa de Pete sem conseguir conter o sorriso que brilhava em seu rosto, assim que deitou em sua cama sentiu o corpo relaxar, e pela primeira vez dormiu tranquilamente e sonhou com Pete.

Amanhã eu não quero estar sozinho, again! (VEGASxPETE)Where stories live. Discover now