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Acordei com um maravilhoso sol a atingir a minha face com os seus raios. Abri os olhos para olhar para o teto e desejei que os acontecimentos da noite anterior tivessem sido apenas um sonho. Vesti umas calças com uma camisola de meia manga e arranjei-me ainda a rezar interiormente para que um certo rapaz chamado Luke estivesse lá no país dele e tivesse apenas decidido invadir os meus sonhos durante a noite.

A desilusão foi enorme quando abri a porta do meu quarto e a porta do quarto em frente se abriu ao mesmo tempo para deixar sair o estrangeiro, só de calções. Mas será que ele não tem camisolas? Anda sempre de tronco nu. Deve ser para mostrar os abdominais que não tem. Vá, ele até é bem musculado, e faz a depilação, e tem a pele bronzeada...

Mas porque é que eu estou sequer a olhar para a barriga sexy dele? Sexy? Ele não é sexy. Eu não devo ter dormido o suficiente.

Descemos os dois até à cozinha onde os meus pais nos receberam com uma expressão bastante zangada.

- Penso que temos assuntos pendentes - disse a minha mãe.

Olhámo-nos os dois com raiva a flamejar nos olhos e voltámos a encará-la.

- Caroline, o Luke chegou ontem à noite e não conhecia a casa e tu não fizeste o mínimo esforço para que isso acontecesse...

- Ah, agora a culpa é minha??? - perguntei, interrompendo-a.

- A culpa não é de ninguém. O Luke apenas se perdeu e foi dar ao teu quarto. Não era preciso armares aquele espetáculo todo. Quero que fique bem esclarecido que isto não pode voltar a acontecer. Agora temos outra pessoa cá em casa e vamos tratá-la como se fosse da família. Não vamos tolerar mais discussões. Estamos entendidos?

Eu e o Luke acenámos com a cabeça.

Estava tão enervada. Aquele atrasado obrigou-me a passar esta vergonha toda à frente dos meus pais e agora ainda vou ter que tratá-lo como se fosse da família.

Como se isso já não fosse doloroso o suficiente, os meus pais ainda me obrigaram a ir mostrar as vizinhanças ao menino.

Também, a visita guiada não durou muito. Quinze minutos depois de ter-mos saído de casa começámos a discutir qual a melhor cor para um carro. E acreditem que a discussão só não acabou à chapada porque estávamos no meio de uma rua muito movimentada. Voltámos imediatamente para casa, amuados e trancámo-nos nos respetivos quartos. E foi no meu quarto que continuem o resto da manhã a tocar no meu piano eletrónico.

Exchange • l.h. •Where stories live. Discover now