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Tapei a minha boca com as mãos num gesto rápido e involuntário, não conseguindo conter o espanto.

Olhei de relance para Luke, que me sorria docemente, e voltei a concentrar o meu olhar no que tinha à minha frente.

Encontrávamo-nos no interior do quarto do Luke, mas este estava diferente do habitual.

Tinha um aspeto limpo e arrumado. Por todo o lado estavam pousadas e acesas pequenas velas vermelhas e perfumadas, dando ao quarto um aroma suave. No ar ouvia-se uma melodia calma e agradável. No chão, havia um trilho de pétalas de rosas vermelhas e brancas que terminava na janela que dava acesso à varanda do quarto.

Luke agarrou subitamente na minha mão e acordou-me do meu transe. Olhei finalmente para ele e reparei que ele me estendia um rosa vermelha. Peguei nela e sorri para o rapaz à minha frente. Dentro de mim, eu sentia que a cada dia gostava mais dele por todo o carinho que me dava, por nunca deixar de me amparar quando eu precisava de chorar, por me acompanhar sempre que eu soltava uma gargalhada.

- Para que é isto tudo, Luke? - perguntei, encarando as chamas das velas refletidas no seu olhar.

- É o primeiro encontro que nunca tivemos - respondeu ele, acariciando a minha face. - Anda.

A sua mão, que ainda suportava a minha, puxou-me pelo trilho de rosas até à varanda.

Nesta, havia uma mesa redonda coberta por uma toalha vermelha e pratos e talheres por cima. Duas cadeiras estavam viradas uma para a outra, separadas pela mesa. A vedação da varanda tinha sido enfeitada com uma grinada de flores vermelhas e também neste espaço se encontravam velas acesas.

Luke aproximou-se de uma das cadeiras e puxou-a para eu me sentar.

- Obrigada - agradeci enquanto ele se sentava em frente a mim. - Podias ter avisado para eu vestir outra coisa.

- Não precisas, ficas bonita de qualquer maneira - respondeu ele, provocando a mudança de tom da pele das minhas bochechas para um tom rosado.

Luke levantou-se novamente, entrou dentro do quarto e voltou pouco tempo depois para a varanda com um tabuleiro na mão.

Fiquei surpreendida ao ver lasanha dentro do tabuleiro.

- Foste tu que fizeste? - perguntei, mesmo já sabendo que a resposta era negativa.

- Não - respondeu ele a sorrir. - Mas fui eu que comprei.

Soltei uma gargalhada com a sua resposta e ele fez o mesmo.

Depois foi buscar uma jarra com um líquido vermelho ao quarto.

- Sumo de frutos vermelhos, tal como tu gostas - anunciou ele e serviu-me.

O jantar foi calmo, mas divertido. A lasanha, apesar de ser comprada, estava deliciosa e o sumo também. A música de fundo estava sempre presente e era muito agradável. Eu e Luke conversámos animadamente o tempo todo e eu senti que não havia mais nenhum lugar neste mundo onde eu quisesse estar.

Depois da lasanha, Luke trouxe a sobremesa: gelado de chocolate e baunilha e morangos com chocolate derretido.

Luke mergulhou um dos morangos no chocolate derretido e aproximou-o da minha boca para que eu o trincasse. A combinação de sabores era fantástica. Eu fiz-lhe o mesmo e continuámos a comer as nossas sobremesas.

No final, Luke levantou-se e puxou-me pela mão para eu me levantar também. Agarrou a minha cintura e começou a embalar-me ao ritmo da música.

- Eu adoro-te - disse ele, beijando-me. - Tu és uma das poucas pessoas nesta vida em quem confio, a quem me dedico, de quem gosto de cuidar. Eu fico encantado com os teus olhos cinzentos, com o teu sorriso doce, com o teu longo cabelo. E para ti, todas estas coisas podem ser muito insignificantes, podem parecer coisas perfeitamente normais e sem qualquer graça. Mas para mim, são parte do meu mundo, são as simples coisas que me fizeram apaixonar por ti. Pensando bem, eu não te adoro. Eu gosto muito mais de ti do que a palavra adorar pode expressar. Eu amo-te, Caroline.

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