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- Ashton! - exclamei, surpreendida.

Assim que Luke pôs os olhos no Ashton, uma faísca de raiva apareceu logo no seu olhar e eu senti o seu corpo endurecer ao meu lado.

- Podemos falar? - perguntou Ashton. - A sós?

Não tive tempo para responder pois Luke antecipou-se.

- Não, não podes falar com ela. Nem a sós, nem acompanhada. E é melhor desapareceres daqui antes que eu me passe a sério.

- Eu não vou sair daqui sem falar com a Carol. Estou-me a lixar para ti. És apenas um miúdo irritante e insignificante. Nem sei como é que conseguiste que a Carol olhasse para ti - atirou Ashton.

Luke avançou com as mãos fechadas em punhos, prontas para acertarem na face do outro rapaz. E isso teria mesmo acontecido se eu não me tivesse metido no meio dos dois.

- Parem com isso - ordenei eu, zangada. - Não vão começar começar com provocações novamente. Luke, eu disse-te que precisava de falar com o Ashton por isso vou falar com ele e tu vais para casa.

- Mas... - Luke ainda tentou reclamar mas eu interrompi-o.

- Nem mas, nem meio mas. Eu não me vou demorar muito. Vai para casa e se os meus pais perguntarem por mim diz que fiquei a falar com um professor.

Ele bufou, contrariado, e começou a caminhar para casa.

- Agora já podemos conversar - disse, voltando-me para Ashton. Reparei que os seus olhos estavam entristecidos, mas ele rapidamente baixou a cabeça para os esconder.

- Eu preciso muito de te contar tudo o que tenho aqui dentro - disse ele.

- Podes contar. Eu estou aqui para te ouvir.

- Eu tive muitas saudades tuas, Carol. Já não sei nada de ti desde aquele dia no café e tu és tão importante para mim - Ashton colocou a sua mão na minha face e começou a acariciá-la. - Eu gosto tanto de ti. Desculpa-me pelo meu comportamento com o Luke mas não consigo vê-lo perto de ti.

- Eu desculpo-te. Mas Ashton...

- Não - interrompeu ele. - Deixa-me acabar. Eu sei que não saímos muitas vezes e que ainda há muito para conhecermos um do outro, mas eu quero mesmo que fiques comigo. Por favor, dá-me uma oportunidade.

- Ashton - disse eu. Agarrei a sua mão que ainda estava no meu rosto e segurei-a entre as minhas. - Eu adoro-te. Tu és uma das pessoas mais queridas que já conheci na minha vida. Tu és fantástico e vais encontrar alguém tão fantástico quanto tu para te fazer feliz. Mas essa pessoa não sou eu.

- És sim, Caroline. Eu sei...

- Ashton, eu não sou essa pessoa! Eu não posso ser essa pessoa para ti porque já o sou para outra pessoa.

- O quê? - ele perguntou sem querer acreditar. Nos seus olhos formaram-se lágrimas que ameaçavam cair a qualquer momento e eu consegui ouvir o seu coração a partir-se em mil bocadinhos. E o pior era que tinha sido eu a parti-lo.

- Eu e o Luke... Nós...estamos juntos - murmurei.

- Tu e o Luke? - Ashton soltou a sua mão das minhas e virou-se de costas para mim, passando a mão repetidas vezes pelo cabelo.

- Sim - murmurei. Ouvi-o fungar e não fui capaz de dizer mais nada.

Também nos meus olhos se formaram lágrimas por ter magoado alguém que tanto gostava.

- Desculpa - murmurei.

Ele virou-se novamente para mim e, inesperadamente, limpou as minhas lágrimas.

- Não chores, Carol - disse ele, mas o seu choro intensificou-se. - Eu estou bem. Tu escolheste ficar com o Luke e eu não posso interferir nas tuas escolhas. Mas não vou desistir de ti tão facilmente. Eu vou mostrar-te o quanto gosto de ti e no final eu sei que vou conseguir ter-te a meu lado.

Sem que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Ashton beijou a minha bochecha húmida e foi-se embora, ainda de lágrimas a cair.

*

- Carol, finalmente. O que é que o otário te disse? - perguntou Luke, entrando no meu quarto logo a seguir a mim.

- Por favor, Luke. Pára de lhe chamar nomes - pedi, ainda em baixo por causa da conversa com o Ashton.

Pela primeira vez desde que entrara em casa, Luke reparou no estado em que eu estava e abraçou-me.

- Desculpa, desculpa. É só que eu não gosto dele, ele irrita-me. Mas desculpa. O que é que aconteceu?

- Ele chorou, Luke - disse eu, contra o seu peito. - Eu disse-lhe sobre nós e ele chorou.

- Oh - exclamou Luke, um pouco surpreendido. - E depois?

- Ele disse que não ia desistir de mim e que ainda me ia ter ao seu lado.

- Não fiques assim, Carol. Ele pode estar triste agora, mas com tempo ele vai aceitar.

- Eu não sei... Ele foi muito convicto quando disse que não ia desistir - disse eu.

- Sabes uma coisa? - perguntou ele e eu olhei-o nos olhos. - Ele pode não desistir de te conquistar, mas eu também nunca vou desistir de te manter ao meu lado.

Sorri com a sua afirmação e voltei a encostar-me ao seu peito.

- Agora anima-te porque a nossa semana está quase a chegar. E nada a vai estragar - disse Luke com entusiasmo.

- Nada mesmo - reforcei.

*

A tia Helen chegou no sábado, dia anterior à partida dos meus pais. Assim que ela entrou em minha casa, eu atirei-me a ela e dei-lhe um abraço gigante.

- Tinha tantas saudades tuas, tia - exclamei.

- Também tinha imensas saudades tuas, querida - disse ela, retribuindo o abraço. - Estás pronta para passar a melhor semana da tua vida?

- Estou mais que pronta! Mal posso esperar.

- E este rapazinho, quem é? - perguntou ela, referindo-se ao Luke, que estava um pouco afastado de nós juntamente com os meus pais.

- É...o Luke. Humm...

- É o teu namorado, Caroline? - perguntou ela, reparando no meu desconforto.

- Minha nossa senhora, Helen, nem voltes a repetir esse disparate - reclamou a minha mãe. Eu e Luke trocámos um olhar desesperado e baixámos a cabeça quando corámos fortemente. - A Caroline e o Luke são como irmãos.

- Humm, interessante - disse a minha tia, lançando-me um olhar desconfiado discretamente. - Prazer em conhecer-te, Luke. Agora, alguém me pode mostrar o quarto onde vou ficar?

- Eu mostro - ofereci-me. - É no andar de cima, segue-me.

- E eu subo com vocês - disse Luke. - Tenho coisas para fazer.

Era mais que óbvio que nem eu nem ele queríamos estar perto dos meus pais neste momento, depois da conversa que acabámos de ter. A minha mãe mal podia imaginar o quanto ela estava errada.

Subimos os três e quando o Luke se preparava para entrar no quarto a minha tia disse:

- Psiu - ele virou-se para nós e ela continuou: - Eu não sou cega, meus meninos. E uma pessoa como eu com tanto jeito para...relacionamentos, facilmente vê que há aí coisa. Ainda me vão contar o que se passa entre vocês.

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Bom ano novo!

Primeiro que tudo quero desejar-vos muita sorte para 2016.

Segundo, espero que tenham gostado do capítulo, não se esqueçam de votar e comentar.

Terceiro queria pedir-vos para darem uma vista olhos nas histórias da @ohcalum_

Well, kisses

heart_in_love.

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