- Carol, temos de ir às compras - disse Emma, aproximando-se da mesa da cantina onde eu estava a almoçar.
- Outra vez, Emma?
- Sim, outra vez. O tempo está a ficar muito frio e eu preciso de roupa mais quente.
- Está bem. Deixa-me perguntar aos meus pais se posso ir este fim-de-semana.
- Não, tu não estás a entender. Eu quero ir às compras agora - ele especificou.
- Mas agora não posso. Preciso de estudar.
- Deixas isso para depois. Despacha-te.
Mandei uma mensagem aos meus pais a dizer que ia chegar mais tarde a casa e dirigi-me ao centro comercial com Emma.
Não falava com Eve há dois dias, desde que Emma me proibira de o fazer. Sempre que passava por ela, ela chamava-me e eu, com uma dor enorme, ignorava-a para não provocar a ira de Emma. Eve era a única pessoa que realmente se dava ao trabalho de ouvir o que eu tinha para dizer e eu limitava-me a virar-lhe as costas por medo.
Agora se via a fraqueza da minha pessoa.
- Emma - chamei, enquanto ela experimentava roupa no provador.
- O que é? - a resposta brusca dela deu-me receio de fazer a pergunta que tanto queria sair da minha boca, mas respirei fundo e ganhei coragem para a fazer.
- Porque te incomoda que fale com a Eve?
Um silêncio assustador instalou-se e eu tive medo da sua resposta. Ela abriu o provador e encarou-me com um olhar de morte.
- A mim, nada me incomoda. Simplesmente, não quero que estejas com ela porque ela é uma má influência para ti.
A sério? A Eve era uma má influência para mim? Será que ela já se tinha visto ao espelho?
- Além disso - continuou ela, - quando estás com ela, nunca estás comigo e eu preciso de ti. Por isso, não te quero com ela. Ouviste?
Acenei com a cabeça como resposta à sua pergunta e mantive-me em silêncio o resto da tarde.
Cheguei a casa pouco antes das oito da noite. Os meus pais esperavam-me com expressões zangadas nas caras.
- Caroline, onde é que andaste até estás hora? - perguntou o meu pai, severo.
- Eu fui às compras com a Emma - murmurei.
- Outra vez? Mas vocês não se cansam de ir às compras? Ainda mais a meio da semana. Isto assim não pode ser.
- Eu sei, pai...
- Sabes, mas voltas sempre a fazer o mesmo. Nós já te avisámos que os estudos são muito mais importantes e tu estás a pô-los para trás das costas.
- Não, não estou. Eu tenho estudado todos os dias. Não tenho feito outra coisa senão estudar e vocês sabem disso - disse, elevando o meu tom de voz.
- O que nós sabemos é que essa Emma está a ser uma péssima influência para ti - desta vez foi a minha mãe a falar e eu não podia discordar com ela neste assunto.
- Queremos que estejas o menos possível com ela e que o que aconteceu hoje não se volte a repetir - finalizou o meu pai.
Fui para o meu quarto e deixei-me lá ficar fechada, presa ao meu piano, durante umas boas três horas. Hoje a música não estava a fluir, estava presa aos problemas da minha vida, que não desapareciam e por isso também não deixavam a minha música sair em liberdade.
Desisti momentaneamente do piano e deitei-me no meio da minha cama, toda esticada, a olhar para o teto. O relógio na minha mesinha de cabeceira marcava 23:50. Já deviam estar todos a dormir mas o sono ainda não tinha chegado ao meu corpo.
Suspirei.
Senti-me subitamente sozinha. Os meus pais estavam desiludidos com o meu comportamento, pus Eve de parte por causa da minha fraqueza, Emma continuava a atormentar-me, até Luke me ignorava.
Este pensamento trouxe algumas lágrimas aos meus olhos que rapidamente caíram e desceram pela minha face, fazendo-me fungar suavemente. Assim que o fiz, alguém bateu à porta do meu quarto e entrou sem esperar pela minha autorização.
- Carol - chamou Luke, em voz baixa.
- Já te cansaste de me ignorar, Luke? - perguntei eu, sem o encarar.
- Eu não te ando a ignorar. Eu tenho-te observado e nunca deixei de estar atento a todos os teus gestos.
- Pois, claro. E isso serviu para quê?
- Para perceber que fui estúpido contigo e para te vir pedir desculpa - disse ele, fazendo com que me levantasse ligeiramente para olhar para a sua face.
Os meus olhos rapidamente se focaram no piercing no seu lábio inferior, com o qual ele brincava nervosamente enquanto falava.
- Como é que eu sei que esse pedido de desculpa não é falso e não vais voltar a fazer o mesmo daqui a uns dias? Como é que eu posso acreditar em ti? Eu nem te conheço bem. Eu não sei nada de ti - a minha voz permanecia baixa para esconder a tristeza contida nela.
Eu não sabia porque estava a ter aquela conversa com o Luke, eu mal tinha noção das palavras que saiam da minha boca. Estava tão cansada espiritualmente que nem pensava antes de falar.
- Vamos jogar um jogo - disse ele, de repente.
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N/A:
Hello!
O que acham que vem aí?? O que será que o Luke tem preparado? Em breve saberão.
Well, no capítulo anterior eu disse que se calhar não ia conseguir publicar durante a semana, mas parece que consegui. YEY!!!
Tenho um comunicado a fazer: vou inscrever a Exchange nos Wattys. Eu sei que a fic não está nenhuma obra de arte, mas vou participar pela 'brincadeira' e pela experiência. Não espero ganhar nada até porque há milhões de histórias melhores que esta e de certeza que elas o merecem muito mais, mas não há nada como experimentar e assim fico a conhecer melhor a experiência.
Que acham disto? Deixem a vossa opinião nos comentários, please. Gostava muito de saber o que pensam desta minha decisão.
Ok, espero que tenham gostado deste capítulozinho. Uma vez mais obrigada pelas leituras, votos e comentários que já tenho. É um prazer enorme escrever para vocês.
Muitos kisses <3
heart_in_love

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Exchange • l.h. •
FanfictionLuke Hemmings deixou a Austrália para vir mudar Londres. Segredos escondidos serão revelados. Ameaças serão feitas e falsas amizades desfeitas. Secretas paixões destruirão tradições. O intercâmbio vai começar.