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O inverno estava cada vez mais próximo e o frio já era bem notável. Na rua, era impossível andar com menos de duas camisolas, um casaco de pêlo e umas luvas.

Para compensar este facto, o Natal aproximava-se e, consequentemente, o final das aulas que estava definido para daqui a uma semana.

Estava a terminar de me arranjar para ir para a escola, quando alguém bateu à porta do meu quarto.

Fui abri-la e logo senti, com a força de um furacão, um par de lábios embater contra os meus. Retribuí o beijo assim que recuperei do choque e coloquei os meus braços atrás do pescoço do meu namorado.

- Bom dia - sussurrou ele, assim que nos separámos, ofegantes.

- Bom dia. A que se deve esta boa disposição toda? - perguntei, a sorrir.

- Só faltam duas semanas para o Natal! - exclamou Luke, quase aos berros. - Eu adoro o Natal.

- Mas este ano não vais poder passá-lo com a tua mãe - relembrei-o e notei que um pedacinho do seu entusiasmo se desvaneceu.

- Eu sei, mas vou poder passá-lo contigo - recebi um beijo na bochecha e ele prosseguiu. - Além disso, combinei fazer videochamada com ela no dia de Natal.

- E...humm...o teu pai? - perguntei receosa.

- Pois. O meu pai. Eu não sei o que fazer em relação a ele. Estive a pensar ir falar com ele esta semana, mas não sei se deva.

- Acho que fazias bem em ir falar com ele. Se quiseres posso ir contigo.

- Se não te importas, desta vez preferia fazê-lo sozinho.

- Eu percebo e não me importo nada. Espero que corra tudo bem - ofereci-lhe um sorriso compreensivo. - Quando montamos a árvore de Natal?

- Hoje, quando de chegarmos das aulas, podemos montá-la. Até já lá posso pôr o teu presente.

- O meu quê? - perguntei, arregalando os olhos. Eu ainda não tinha comprado presentes para ninguém!

- O teu presente! Tenho a certeza que vais adorar - ele garantiu sorrindo.

Eu tinha mesmo de ir às compras. O mais rapidamente possível.

Depois do pequeno-almoço, caminhámos pelo habitual persurso até à escola e, assim que entro no edifício, a primeira coisa que vejo é...

Emma

Após a ameaça do outro dia, a loura não voltara a falar comigo. Eu andava com os meus amigos e ela nunca mais intervira. Mas conhecendo-a como eu a conheço, eu podia contar com a sua vingança. Mais uma vez, eu encontrava-me nas mãos dela, sem saber o que fazer.

Os seus olhos encontraram os meus por breves segundos, mas logo se desviaram.

Fui então, com Luke, à procura de Eve e Michael. Encontrámo-los aos beijos encostados a uns cacifos e eles nem notaram na nossa presença.

- Bom dia, pombinhos - cumprimentei.

Eles separaram-se e sorriram-nos, envergonhados.

- Bom dia - Eve retribuiu.

- Esperamos que nos perdoem por interrompermos o vosso espetáculo - disse Luke, tentando conter uma gargalhada.

- Estão perdoados - disse Michael, rindo.

- Ainda bem. Agora mexam-se que a aula está quase a começar.

Começámos a caminhar para a sala onde íamos ter aula e, no caminho, aproveitei para sussurrar ao ouvido da minha melhor amiga:

Exchange • l.h. •Where stories live. Discover now