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Ouvi um suave batuque na porta e dei permissão para entrar.

- Filha, podemos conversar? - a minha mãe perguntou e fechou a porta atrás de si.

- Sobre quê? - questionei, preocupada.

- Sobre o que aconteceu. O Luke foi-se embora.

- O que queres que te diga, mãe? Ele não falou comigo, não faço ideia porque se foi embora - menti, pois a última coisa que eu queria era que a minha mãe soubesse o que realmente se passara.

- É que...ele estava à nossa responsabilidade. Nós tínhamos que tomar conta dele. E agora que se foi embora, o que é que fazemos? Será que ele não gostou de cá estar? Ele mal nos explicou porque é que ia embora.

Detestava ver a minha mãe tão preocupada, principalmente porque nesta história ela não tinha definitivamente culpa nenhuma. Ainda por cima, eu estava a ser uma péssima filha por ver o estado em que ela se encontrava e não ter a coragem de lher contar a verdade.

- Mãe, se o Luke foi embora, aculpa não é tua. Provavelmente sentiu saudades de casa e voltou para a Austrália. Ou então foi para casa de algum amigo, não sei. As acho que não tens de ficar tão preocupada - tentei reconfortá-la.

Ela ia falar novamente mas a porta do meu quarto abriu-se de rompante. Eve apareceu por trás dela com uma mistura de preocupação e zanga na sua face, mas assim que viu que eu não me encontrava sozinha, suavizou a sua expressão e corou um pouco.

- Eve? Está tudo bem, querida? - a minha mãe perguntou-lhe, estranhando o seu súbito aparecimento.

- Humm...sim, tudo bem. Desculpe, Sra. Smith. Será que posso ter uma conversa com a sua filha? - a minha melhor amiga perguntou, falando muito rápido.

- Claro que podes! Entra. Depois continuamos a nossa conversa, Carol.

A minha mãe deixou-me um suave beijo na testa, pois apesar de não saber o que tinha acontecido, ela era minha mãe e percebia que eu não estava completamente bem.

Quando a minha progenitora me deixou sozinha com a minha melhor amiga, esta aproximou-se da minha cama, onde eu estava deitada, e permitiu-se soltar a sua frustração:

- Caroline, o que é que se passa contigo? Onde é que tens andado? Tens noção do quão preocupada eu ando?

- Sim, tenho. Desculpa, mas não estava com disposição para falar com ninguém - tentei desculpar-me.

- Nem comigo? - ela parecia magoada.

Apercebi-me do que tinha dito e sentei-me na cama, dizendo:

- Desculpa, desculpa. Não foi isto que eu quis dizer. Vem cá.

- O que é que aconteceu, Carol? - ela questionou, realmente preocupada, e sentou-se ao meu lado.

Resumi-lhe então o que tinha acontecido na festa, muito abreviadamente e fazendo o máximo esforço para não recomeçar a chorar.

- Oh meu Deus, Carol - ela exclamou, abrançando-me. - Como é que ele foi capaz? E eu nem sequer estive aqui para te apoiar mais cedo, desculpa.

- Tu não podias adivinhar, Eve. Além disso, estás aqui agora e isso é que importa - tranquilizei-a enquanto limpava uma ou duas lágrimas que tinham escapado dos meus olhos.

- Onde é que ele está agora?

- Foi-se embora. Eu mandei-o embora.

- O quê? E ele foi para onde? - Eve perguntou, confusa.

- Não sei, mas eu precisava de o mandar. Não ia aguentar vê-lo aqui todos os dias, lembrar-me do que ele fez, todos os dias.

- Tens a certeza o que foi o melhor? - a minha amiga encarou-me, passando a sua mão pela minha face.

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