As nossas faces estavam prestes a tocar-se, eu já quase que conseguia sentir o seu contacto em mim.
E, de repente, como se um furacão tivesse acabado de passar, só se ouviu o som da mesa a ser arrastada e uma cadeira a cair no chão. Quando me dei conta, Luke estava a agarrar a camisola do Ashton, encostando-o à parede.
- Não te atrevas a tocar-lhe! - berrou o Luke.
Todas as atenções se puseram em nós.
- Porquê? O que é que me fazes se eu lhe tocar? - provocou o Ashton.
- Eu dou cabo de ti.
- Rapazes, vá lá, parem com isso, vamos resolver isto calmamente - tentei intervir. Mas foi como falar para uma porta porque fui completamente ignorada.
- Estou cheio de medo de ti - disse o Ashton, ironicamente. - Tu és um fraco. Só te queres aproveitar dela para a levar para a cama e depois abandoná-la...
O Ashton foi interrompido por um murro que lhe foi acertar diretamente no maxilar.
- Eu nunca lhe faria isso - disse o Luke, para logo a seguir ser também agredido por um murro na face. E assim começou uma série de murros, pontapés e outras agressões físicas.
O tempo à nossa volta parecia ter parado porque, as pessoas que não tinham saído a correr, estavam agora pasmadas a olhar para a cena como burros a olhar para um palácio, sem mexerem uma palha. Os empregados do café também pareciam ter evaporado. Só eu ali estava, a observar fios de sangue a escorrerem pelo nariz e olhos a incharem.
- Luke, pára com isso! - ouvi de repente alguém gritar. Michael.
O rapaz de cabelo colorido meteu-se no meio da confusão, não evitando levar um ou dois murros, para agarragar os braços do Luke e conseguir afastá-lo do Ashton. O Luke ainda tentou atacar o Ashton novamente, mas Michael impediu-o.
- Tu nunca a vais ter! - berrou o loiro de olhos azuis.
- Não tenhas tantas certezas disso. Espera só até ela se cansar das tuas manias e da tua arrogância - retribuiu o Ashton.
- Já chega! - berrei, fazendo todos os olhares caírem sobre mim. - Isto é uma estupidez. Já viram o que estão a fazer? Parecem duas crianças. Ashton, vai para casa. Falamos depois.
Ele ainda tentou contrariar-me mas o meu olhar zangado calou-o antes mesmo de ele começar a falar. Dirigiu-se à porta e saiu.
- E tu, Luke, vens comigo para casa. Já! - finalizei.
Evitei olhar para a sua face agredida pois sabia que, se o fizesse, a compaixão ia tomar conta de mim e eu ia acabar por cair nos braços dele.
- Espera, Carol! - ouvi o Michael chamar. - Eu posso levar-vos a casa.
*
- Oh meu Deus! Luke, o que é que te acontenceu, querido? - perguntou a minha mãe, alarmada, quando chegámos a casa.
- Está tudo bem, mãe - disse eu. - O Luke só se deu mal com um rapaz e acabaram por dar uns murros um ao outro por causa de um assunto sem importância nenhuma.
- De certeza?
- Sim, podes ficar descansada. Eu vou ajudá-lo a limpar este sangue todo.
Subimos até ao andar de cima e entrámos na casa de banho. Luke sentou-se em cima do tampo da sanita enquanto eu procurava desifentante e pomada para a cara dele.
- Assunto sem importância nenhuma? - perguntou ele.
Eu ignorei a sua pergunta enquanto colocava desinfetante em pequenos círculos de algodão. Aproximei-me dele e comecei por limpar o rasto de sangue que começava no sítio do piercing e descia pelo queixo.

BINABASA MO ANG
Exchange • l.h. •
FanfictionLuke Hemmings deixou a Austrália para vir mudar Londres. Segredos escondidos serão revelados. Ameaças serão feitas e falsas amizades desfeitas. Secretas paixões destruirão tradições. O intercâmbio vai começar.