22.Os sentimentos de um deus

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Por Poseidon,

Atlântida estava silenciosa, todos estavam com medo e era possível sentir.

- Voltem aos seus postos e vidas, Atlântida jamais perecerá. - E assim retornei para o Olimpo, Adamas me olhava com certa frustração e Zeus parecia cantar mais umas das convidadas segui até a casa de Hermes e antes de adentrar senti que precisava ocultar minha presença. Não faria diferença para o desgraçado mas para Sn sim, caminhei até o quarto ouvindo o som de sua voz:

- Minha cabeça ainda dói um pouco, mas não consumi álcool ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica. - Como sempre, ela procurava entender.

- Certamente. Quer me contar o que aconteceu? - Hermes se aproximou e apertei meu tridente o que o fez recuar um pouco.

- Não... Eu só quero ir embora, sabe deus Hermes sempre achei que o mundo humano fosse cruel e que nós deveríamos tentar viver da melhor forma possível, mas depois de tanto tempo entre os seus percebi que a humanidade é bem mais fácil de lidar.

- E o que quer dizer com isso?

Com tal pergunta Sn se encolheu na cama dobrando os joelhos.

- Acho que só estou cansada.

- Pois deite e descanse. Ninguém lhe incomodará aqui, está segue em minha casa. - Hermes abriu a porta e antes de fechar sussurrou para que só eu ouvisse: - Não ferre mais ainda com ela.

E assim sumiu.

Adentrei o quarto silenciosamente e me sentei na poltrona, não faria perguntas triviais,pois já sei as respostas, talvez ela prefira uma conversa direta. (A: ela está sensível, óbvio que adoraria que você fosse mas compassivo. )

- Já puni pessoalmente quem lhe fez isso. - Sn não de virou para mim continuou deitada e coberta.

- Retornaremos amanhã a Atlântida por hora descanse. - Mais uma vez o silêncio, o que essa Humana quer de mim?

Me levantei disposto a deixar o quarto antes que minha paciência fizesse com que eu a matasse, mas antes me aproximei e encostei em seu pescoço o inundando por fora com água fria e tranquilizante.

- Durma, nada mais acontecerá com você. - Me peguei afagando seus fios lentamente antes de sair e preciso resolver essa pendência de uma vez.
Não gosto dessa sensação que me rodeia toda vez que estou com essa humana frágil em perigo ou ferida e ainda não esqueci de suas lágrimas em minhas termas.
O que me assola é insanamente pior do que quando descobri que os deuses podem sim ter sentimentos tão frágeis como aquele delicioso corpo, Sn a simples e frágil humana ao qual passei a ter desejos carnais intensos fora todo o meu estigma de proteção desnecessário e para completar ela não facilita ao invés de simplesmente aceitar a mim como seu deus absoluto vive se rendendo as provocações cada vez mais fortes ao ponto de me tirar do sério.

- Temos que conversar. - A voz de Hermes me tirou dos meus pensamentos.

- O que você quer dessa vez?

- Sendo bem sincero, que deixe a Humana aqui, por tempo indeterminado. - Meu tridente foi direcionado ao seu corpo.

- Veja bem, não estou propondo que decida por ela e sim que a deixe escolher. Sn sente-se presa em Atlântida e agora não está confiante de retornar, por que não facilita as coisas ou acha que tratá-la dessa forma a fará ficar?

Escolher? Taí algo que eu jamais poderei fazer, ainda me sinto conectado a essa humana de uma forma inexplicável, porém iria dar a ela uma prova da minha benevolência, mais uma e talvez a última vez.

- Deixarei que ela passe sete dias aqui, nem mais nem menos. Agora tenho assuntos a resolver.

Sai da casa de Hermes convicto que terei sete noites mal dormidas.

A arrogância de um Deus | Poseidon (concluída)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt