20. A armação de uma deusa

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Por Grisha, 

Desde que decidi servir a Poseidon nunca me arrependi de nada, nem quando minha mãe foi contra avisando que o deus dos mares me mataria por ser um completo rei inescrupuloso eu desisti e olhando para ele enquanto massageio seus ombros sei que fiz a coisa certa. Poseidon é o deus perfeito, aquele que consegue balancear todos os seus deveres e se abster de qualquer sentimento desnecessário, porém, desde que Sn ao melhor a humana insolente como ele costuma chamar, mudou-se para cá ele tem apresentado pequenos defeitos...

Caminhei até meu quarto, estou a aproveitar que ele não está aqui para vasculhar meus pertences e não demorei muito a achar meu colar. A maioria dos deuses possuem um artefato, em sua grande parte algo que possa ser empunhando no meu caso é um simples colar com a joia que detém os venenos e as maldições das rochas do mar  nunca preciso de mais do que um grão para aplicar a devida punição  e uma delas é a areia do *ponto Euxino o qual usei para fazer o chá de Sn, jamais matarei aquela humana, pois sei que meu imperador se diverte, porém ela merece algo bem pior do que a morte já que ousou enfrentar o mais poderoso deus. Sem pensar em mais nada abri as janelas e pulei no mar, lembro-me bem da fúria de meu deus quando Anfitrite cometeu o desacato ao rejeitá-lo, mesmo depois de alguns golfinhos terem a convencido, ela deu para trás o deixando diante a presença de todos e obviamente pagou por isso, mas a face dele foi o que deixou tudo pior. Nunca vi Poseidon minimamente desestabilizado até aquele momento e é por esse motivo que tomei todas as previdências necessárias, afinal deuses e humanos não devem habitar o mesmo plano principalmente se for para o bem do deus dos deuses.


Olimpo: 

Por Sn,

A festa ocorria tão bem que cheguei a estranhar o bom tratamento que ando recebendo, talvez seja pelo fato de que não descobriram que sou humana ou por simplesmente me associarem a Poseidon e por falar nele, desde que chegamos se reuniu com seu irmão Zeus e mais alguns deuses e não me importunou e isso me deixa minimamente tranquila, pois assim não preciso pensar nele e em toda essa loucura que me envolvi e ao mesmo tempo me sinto deslocada por não conhecer ninguém além dele e de Hermes.

— Pelo visto encontrei uma companhia interessante. — A bela voz me pôs em alerta. — Queira me desculpar senhorita não tive a intenção de assustá-la.

— Nos conhecemos? — Desconversei.

— Ainda não, apenas apresentados. — Ele beijou minha mão. — Sou Thor e você é a bela Sn a deusa misteriosa do qual Hermes desfruta da companhia.

Tive de sorrir, ele parece diferente dos outros deuses com que tive contato e sua presença não me causa receio, assim como a de Hermes.

— Gentileza sua pelo elogio. —  Tentei não demonstrar a vergonha.

— Não ah elogio algum nessa afirmação. — Sorriu. — Se quiser podemos dar uma volta e posso lhe mostrar todos os anéis superiores desse salão. — Ele olhou para cima e só então percebi que o salão se estendia. Céus! Isso é incrível!  — Seus belos olhos denunciam que nunca esteve aqui.

— Está com a razão. Será que podemos ir até aquele? — Apontei para a esquerda.

— O jardim Calisto hm, tem um bom gosto, até lá podemos nos conhecer um pouco melhor. — Ele me ofereceu o braço e aceitei, não sei explicar por que me deixei levar tão livremente sendo que não posso confiar em nenhum deus, mas ainda assim sinto que não há problema em andar ao seu lado.

— Fale-me de você se não houver problema. — Segurei na barra do meu vestido o levantando delicadamente.

— Sou o filho mais velho de Odin o pai de todos, filho da mitologia nórdica responsável praticamente pelos eventos de céus etc.. — Percebi que falar de suas funções parecia entediante. — E você Sn?

A arrogância de um Deus | Poseidon (concluída)Where stories live. Discover now