Capítulo 11

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Finalmente chegou o dia do baile. Eu estava numa pilha de nervos, só de imaginar que poderia encontrar sir Benjamin e Sr. Thomas no mesmo lugar. Como eu deveria me portar diante dos dois? Eles percebem como me sinto em relação a eles? Tudo isso me deixava nervosa e eu me sentia em apuros constantes sempre que pensava no baile, que embora tivesse concordado, percebi que poderia me deixar ainda mais confusa.

Charlotte, conforme combinamos horas antes, nos encontramos na entrada do baile. Sir Benjamin chegou junto ao amigo Arthur. Algum tempo todo, Sr. Thomas chegou sozinho, e foi ao encontro dos dois amigos, que aparentemente o aguardavam.

Olívia está estupidamente maravilhosa em seu vestido azul-marinho com contas brilhantes nas bandas. Ao lado dela, meu irmão Louis, que mais do que nunca, se vestia de forma tão elegante que quase não o reconheci. Não que ele não se vestia assim. Louis sabia impressionar quando tinha a intenção.

— Srta. Wrigert.

— Sr. Thomas...

— É ótimo vê-la.

— Igualmente...

Ele olha para mim, com os olhos mais gentis que observei na vida.

— Poderia... me conceder a primeira dança com a senhorita?

— Hã? — Eu ouvi direito?

— Conceda-me a sua primeira dança...

— Sim, claro... A primeira dança...

— Fico grato.

Ao lado dele, sir Benjamin lança um olhar decepcionado, o que me deixou completamente desnorteada. Comecei a me arrepender de ter aceitado dançar com Sr. Thomas.

A primeira dança se inicia e os pares ficam um de frente para o outro. Os passos sincronizados que acompanham a melodia romântica de uma orquestra simbólica. Nossos olhares se cruzam de uma maneira que me arrepia todo o corpo. Coisa que nunca havia sentido antes na vida. É como se ele lesse a minha alma. Nossas mãos se tocam sutilmente. É como tê-lo só para mim, por alguns instantes, e eu era fiel a ele, com todo o meu coração.

Dois passos de lado, três para trás e três para frente. Rodopia e volta um para outro. Seu rosto estava tão próximo ao meu que senti seu hálito quente.

Ah, Sr. Thomas, se soubesse o que sinto, das minhas intenções genuínas e ingênuas...

A dança terminou e ele fez a reverência sem tirar seus olhos dos meus olhos. Isso fez com que meu coração se acelerasse de tal maneira, que precisei desviar o olhar, antes que ele percebesse os meus reais sentimentos. E se ele percebesse? Se soubesse que alimento tais desejos pela sua pessoa? O que aconteceria? Era certo que ele não me correspondia, e ainda sofria pela noiva que o abandonou. Então não havia motivos para ele saber como me sinto.

— Fico honrado com a nossa dança, senhorita. — Disse.

— Igualmente, Sr. Thomas.

Voltamos aos nossos lugares e agora, Benjamin se afastou. Arthur foi atrás dele, e um certo desconforto tomou conta de mim. Charlotte nada dizia, tampouco o Sr. Thomas. Era como se eles soubessem de tudo e me excluísse.

Outro cavalheiro me tirou para dançar, e Sr. Thomas nos observou a todo instante. O que me fez pensar que ele poderia, talvez, pensar em mim diferentemente. Isso me deu esperanças. Ao voltar para o meu lugar, ele permaneceu atento, mas em silêncio.

Vi sir Benjamin passando, por outro lado, do salão. Ao lado dele, está Charlotte, ficando Arthur e outro cavalheiro mais para trás. Olhei para Sr. Thomas, é como se ele me perguntasse, mesmo em silêncio, o que eu estava pensando.

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