Capítulo 22

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    Nossas famílias ficaram conosco por dois dias. Sir Benjamin e eu acompanhamos o restorno deles até Beaconsfield. Pretendíamos rever os amigos e passar algum tempo na cidade, até o retorno do meu marido para o posto.

Reencontrei Charlotte durante uma visita que fiz, e temia que ela não quisesse me receber, ou estivesse me odiando por ter me casado com sir Benjamin. Ela me surpreendeu com um forte abraço e fez várias perguntas.

— Vocês estão mesmo morando no casarão que foi do Sr. Thomas? — Ela perguntou, bastante curiosa.

— Sim, estamos morando lá.

— E como está sendo isso para você?

— No começo pensei que fosse enlouquecer. E tem mais.

— O quê?

— Se lembra que ele apareceu naquele jantar antes do casamento?

— Lembro.

— Ele me entregou uma carta... Eu só li quando fiquei sozinha no casarão.

— E o que estava escrito?

— Não quero entrar em detalhes ou entrarei em parafusos de novo. Preciso me concentrar no meu marido, e me sinto mal quando penso em Sr. Thomas.

— Não posso dizer que estou feliz em ver sir Benjamin casado com outra, mas fico satisfeita que tenha sido com você, sabe. Acredito que se fosse com outra moça, eu me sentiria bem pior.

— Não está magoada comigo?

— De jeito nenhum!

— Jura?

— Juro por tudo o que você quiser. Sempre será a minha melhor amiga!

— E como está indo na escolha do futuro marido?

— Você não vai acreditar. Minha mãe está infernizando a minha vida para eu me casar com um velho!

Eu ri.

— Como assim?

— Ei, não ria! Isso é sério. — Ela fica brava. — Ele está na casa dos quarenta anos, eu nunca o vi na minha vida.

— O que sabe sobre ele?

— É viúvo, advogado, e possui propriedade por toda a Beaconsfield e outros lugares. Herdou uma fortuna da família por ser filho único. Desde que sua esposa morreu, ele nunca mais se casou. Meus pais falaram sobre mim a ele, estou morrendo de vergonha.

— Talvez não seja tão ruim assim.

— Como não? Tenho apenas vinte e um anos. Como posso me casar com um homem de quarenta?

— Pode ser que ele seja bonito. E mesmo que não seja, o que vale é ele ser gentil e educado com você, não acha?

— Nenhuma beleza se compara com... — ela parou de falar.

— Pode dizer, eu não me importo.

— Ele é seu marido agora...

— Antes de ser meu marido, você já era apaixonada por ele.

Ela suspirou fundo.

— E o que está sentindo por ele? Pelo visto, ainda não esqueceu o Sr. Thomas.

— Não, eu não esqueci, e me sinto muito mal quando penso nele. No entanto, acho que meu marido conseguirá cativar meus sentimentos. Gosto de estar com ele e sinto falta quando ele se afasta. Acredito que isso seja o início.

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