Capítulo 4 - Protetor

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Verifiquei o horário no relógio de pulso: 21:25. Embora ainda faltem cinco minutos, já começamos a ronda. É hora de dar o toque de recolher, e ai de quem desobedeça os monitores!

- Granger, eu tenho permissão pra bater no McLaggen se ele te agarrar?

Olhei de esguelha para ele. O suéter levemente apertado da Sonserina destacava os músculos de seus braços e peito. Suspirei. Ele olhou para mim com um sorriso canalha no rosto.

- Quer isso aqui pra você?

- Claro que não.

- Não é o que parece.

Malfoy puxou-me pelo braço e segurou-me pela cintura. Falou com voz sedutora:

- Tem certeza que vai continuar resistindo?

Perdi o fôlego por alguns segundos, mas logo recuperei a sanidade.

- Me larga. - Falei entredentes.

- Tem certeza?

Ele levou a mão direita ao meu rosto. Deslizou o polegar por minha bochecha, deixando uma linha quente por onde passava. Minhas mãos agarraram seu suéter involuntariamente, por reflexo. Senti seu nariz roçar o meu. Seu hálito frio pousou em meu rosto quando disse:

- Sabia que não resistiria, ninguém resiste.

Algo que vinha do fundo de meu peito gritou "Não, Hermione. Não o beije!", e logo percebi que meu amor por Ron é que estava gritando. O problema era que eu não conseguia parar, nossos lábios se atraíam como ímãs. Mas uma voz logo nos atrapalhou:

- Draco, Srta. Granger?

Separamo-nos rapidamente.

- Professor Malfoy. - Falei.

- Estou interrompendo algo?

Olhei para Draco Malfoy: ele estava vermelho como os cabelos de Ron.

- N-não, papai. O senhor não interrompeu nada.

Lúcio olhou desconfiado para nós, ele sabia que interrompera algo. Graças a Merlim ele apareceu ali!

- O.k., vou fingir que não vi nada. Mas, se eu fosse vocês, concentraria-me na ronda. Até amanhã. - E saiu andando.

Olhei novamente para a doninha quicante: seu rosto ainda estava em brasas.

- Você tem vergonha do próprio pai? - Perguntei.

- Claro que sim!

- Por que?

- É estranho beijar uma garota na frente do meu pai.

Me fingi de desentendida:

- Então iria me beijar se ele não chegasse?

Um instante de silêncio.

- Iria. Até poderia te beijar agora, mas não estou no clima. - Saiu andando.

Ah, que raiva! Quer dizer que ele me deixa na vontade e sai andando? Filho da... - calma - Narcisa Malfoy.

- Ei, volta aqui! - Fui atrás dele.

Ele olhou para trás com um sorriso desconfiado nos lábios.

- Por que? Ficou na vontade?

Parei e enrubesci.

- N-não, só que a gente tem que fazer a ronda juntos, né?

Apenas concordou com um meneio de cabeça.

Enquanto andávamos, Malfoy não falou nada. Achei estranho, pois ele sempre arruma um jeito de me irritar. Vez ou outra meus olhos paravam nele e ele estava sempre igual: prestando atenção nos corredores. As vezes me irritei por olhar em seus olhos, mas quando ele olhava de volta eu voltava ao normal. Estamos andando no corredor do quinto andar agora.

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now