POV Draco
Tic, tac. Tic, tac. Fazia o relógio de parede no corredor do hospital.
Andando de um lado para o outro em frente à porta da sala em que Pansy está sendo atendida, sinto o medo crescer dentro de mim.
Medo por Pansy e pelo meu filho.
– Draco, acalme-se. Ficar andando de um lado para o outro não vai adiantar de nada. - Diz meu pai.
Respiro fundo e respondo:
– É muito simples dizer que não adiantará de nada, uma vez que não é o senhor que está no meu lugar.
– Isso não é jeito de falar com seu pai.
Para evitar o começo de uma discussão, apenas calo a boca e volto a andar de um lado para o outro. Então, após alguns instantes em que só os meus passos podiam ser ouvidos, ele diz:
– Eu já estive nesse lugar. - Meus olhos correm imediatamente para ele. - A gravidez de sua mãe foi de auto-risco. Não posso nem contar nos dedos quantas vezes me vi num corredor de hospital com sua mãe. E, se quer saber, eu estava muito desesperado.
Relutante, aproximo-me de meu pai e digo:
– Desculpe-me, pai. Estou muito nervoso. Essa sensação, a de ser pai, é muito nova para mim. Não tenho ideia do que estou fazendo.
Ele me abraça.
– Calma, filho. Tudo ficará bem. - E, olhando em meus olhos, continua: - Sua mãe está ali dentro com Pansy. Tudo dará certo.
Concordo com um meneio de cabeça, depois sento-me.
– E quanto a Hermione?
A pergunta de meu pai me encabula, me deixa sem ação. Não sei o que pensar, o que dizer.
Se eu for observar, a culpa de Pansy estar aqui é toda de Hermione. Aquela que eu não conheço.
– Não sei, pai. Não sei.
Ele se senta ao meu lado e obriga-me a olhá-lo nos olhos.
– No fundo do seu coração, você sabe que Hermione não é culpada.
Sei que ele se refere à suposta surra que Pansy levou, não ao sangramento.
– Pai, eu não sei de nada. Não posso dizer que acredito em Hermione sendo que nem se quer me lembro dela.
Então percebo, finalmente, o motivo da preocupação de Hermione: eu não a conheço, não sei quem ela é.
– Mas conheço Pansy. - Continuo. - Como vou dizer que Pansy está errada sendo que a conheço e não conheço Hermione?
– Exatamente, filho, é aí que está a diferença: você conhece Pansy, sabe do que ela é capaz.
Solto um longo suspiro.
– Pai, você não prestou atenção. Não adianta eu conhecer Pansy sendo que não conheço Hermione. - Passo as mãos pelo rosto, depois continuo: - Por mais que eu saiba do que Pansy é capaz, não sei do que Hermione é.
Percebendo o quanto minha afirmação faz sentido, ele se cala por alguns instantes. Mas logo volta a falar:
– E você tem coragem de culpar Hermione olhando no fundo dos olhos dela? Você tem coragem de jogar tudo isso em cima dela sendo que seu coração lhe pede para libertá-la desse peso?
Sinto a profundidade dessas palavras, o peso que elas têm sobre mim. Percebo, então, que a dúvida é maior do que toda a segurança que eu tinha ao dizer que conhecia Pansy e não conhecia Hermione.
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Meu Amado Monitor
Fanfiction"A queda de Voldemort, a reconstrução de Hogwarts, a volta dos alunos. É óbvio que sentiremos a falta de Snape pegando no nosso pé, mas precisamos superar a perda desse grande bruxo. É bom ver que Harry e Gina se acertaram e que eu e Ron estamos na...