Capítulo 23 - Pertencentes... Um ao Outro

5.3K 347 184
                                    

Cuidadosamente, saímos do castelo e vamos até as proximidades do Lago Negro, para o meio das árvores, onde não podemos ser vistos por ninguém.

- Nossa, foi muita sorte não sermos vistos por ninguém! - Ron comenta.

- É verdade! - Gina concorda. - E aquela hora que o Filch pensou ter visto alguém? - E ri.

Tivemos sorte por Filch não ter nos visto no segundo andar, quando estávamos passando por um corredor bem iluminado pela luz do luar. Haviam dois armários de vassouras no corredor, então entramos neles. Deixamos uma pequena brecha aberta para ver o que ele faria, mas Filch apenas se aproximou com um lampião em mãos e Madame Nor-ra aos seus pés e, depois de constatar que "não havia" nenhum aluno por ali, sumiu por um corredor escuro. Depois do susto que levamos com ele, saímos correndo para fora do castelo.

- Aqui está frio.

Essas palavras de Luna foram o suficiente para fazer Ron puxá-la para si e abraçá-la. Ele beijou a ponta de seu nariz e sussurrou "Está gelado", depois riu.

Sentamo-nos sobre as folhas secas. Ouço o barulho agradável que elas produzem ao receberem meu peso; seu estalar me tranquiliza.

Harry abraça Gina e ela deita a cabeça próximo ao seu pescoço. Ambos sussurram palavras de aconchego apenas para que eles possam ouvir.

De repente, sem aviso prévio nem nada, a solidão vem me visitar. Aqui, agora, olhando para meus quatro melhores amigos, sinto que há algo faltando. Enquanto eles estão abraçados, se beijando e felizes, eu estou aqui: só, isolada, "segurando vela".

- Mi, você não deveria ir fazer ronda? - Luna pergunta.

- Deveria, mas não estou querendo... - E brinco com um tufo de grama.

- E o que você vai dizer à Minerva?

- Não sei, Harry. Vou inventar alguma coisa... Depois penso com calma nisso.

Passamos bons cinco minutos em silêncio; minutos suficientes para um pouco de neve começar a cair.

- Mione, podemos conversar?

- Claro, Ron.

Ele dá um rápido beijo em Luna, levanta-se e sinaliza para que eu o acompanhe até a margem do lago, onde ninguém pode nos ouvir.

- Bom, Mi... Eu... - Ele para e, de repente, passa a achar interessante fitar os próprios pés.

- Diga, Ron. - Encorajo-o.

Seus olhos percorrem o lago escuro, as árvores negras... Depois ergue-os ao céu e observa a lua minguante.

- Sabe, Mi... - E olha nos meus olhos. - Desculpe-me, por favor? Tudo isso que houve com Malfoy... Foi tudo culpa minha. O acidente, o traumatismo craniano, a perda de memória... Por favor, me desculpe? Se eu não tivesse feito o que fiz, se eu não tivesse tentado o que tentei, nada disso teria acontecido.

Suas palavras me pegam de surpresa. Não que ele nunca tenha me pedido desculpas, mas dessa vez é diferente.

Dessa vez, ele não está dizendo isso por se sentir obrigado a fazer, e sim porquequer fazer. Olhando intensamente no azul de seus olhos, vejo o tamanho da sinceridade aqui presente.

- Ron... Eu...

- Mi, me perdoa, por favor?

Seus olhos imploram pelo meu perdão.

- Bom, não confunda minha minha falta de palavras com não querer te perdoar. Mas é que, depois de tudo isso que você disse, eu preciso de alguns instantes pra pensar no que dizer e da melhor forma possível, o.k.?

Meu Amado MonitorOnde histórias criam vida. Descubra agora