Capítulo 19 - Filho do Demônio

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Gina e eu não discutimos mais sobre o assunto, apenas descemos para o Salão Principal e fomos almoçar. Depois, fui até a sala de McGonagoll. Realmente preciso conversar com ela.

– Entre. - Diz ela, após ouvir minhas batidas à porta.

– Com licença, diretora.

Sem tirar os olhos do que está fazendo, pergunta:

– O que posso fazer por você?

– Diretora, o assunto que tenho com a senhora é um pouco fora do comum.

– Fora do comum? - Agora, ela levanta os olhos.

Hesito um pouco em dizer um simples "sim".

– Pode dizer, Granger.

– Bom... Hum... Blásio Zabini é adotado?

Percebo o quanto sua postura e sua expressão mudam. Ela parece se arrepiar da cabeça aos pés.

– Granger, esse é um assunto com o qual não posso lidar sem o consentimento da sra. Zabini.

– E se fosse sra. McGonagoll? - Cerro os olhos e crispo os lábios.

– Granger, você está indo longe demais.

– Apenas fiz uma pergunta. Qual é a dificuldade em respondê-la?

Ela pigarreia, depois diz:

– A senhorita não deveria se meter nesses assuntos.

– Então praticamente confirma que Blásio Zabini não é filho de quem dizem ser. - Afirmo.

Olhando no fundo absoluto de seus olhos, percebo que há algo a mais do que o fato de Zabini ser adotado. Algo que ela não contaria para ninguém. Algo tão profundo, tão inesperado, que ela envergonha-se de tal.

– Por que insiste tanto nisso, Granger? - Sua voz é quase um sussurro. Se não tivesse visto sua boca se mover, não acreditaria que ela realmente falou.

– Porque achei estranha a forma com que se preocupou com ele.

– O que está querendo dizer?

– A senhora é mãe de Blásio Zabini?

Seu olhar para em um ponto fixo acima de minha cabeça. Depois, ela tira os óculos redondos e limpa algumas lágrimas que acumularam-se sob seus olhos. Suas mãos sustentam seu rosto enquanto ela reflete.

– Isso não é o tipo de coisa que eu gostaria de compartilhar com uma aluna, Granger, mas você já me provou inúmeras vezes que é uma aluna diferenciada. Dumbledore confiava em Potter, eu confio em você.

– Muito obrigada, diretora.

– Então, se você percebeu algo diferente e juntou perfeitamente as peças deste quebra-cabeças, de que adiantará adiar o inadiável? Bom, sim, eu sou mãe de Blásio Zabini.

Ela apenas confirmou minhas suspeitas, mas não deixo de sentir um arrepio percorrer minha coluna de uma forma espantosa.

– E por que não assumiu sua maternidade? Por que o deu para outra mulher criar?

Seus olhos produzem mais lágrimas. Ela crispa os lábios e solta um gemido baixo, um som semelhante ao de arrependimento.

– A paternidade dele é o único problema.

– Quem é o pai dele?

Não sei se quero ouvir a resposta, mas preciso. Depois de tudo o que foi revelado, não há muito o que esconder.

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now