Capítulo 14 - Receio

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Abro os olhos. Sinto uma enorme tontura ao encarar o teto: estou de ressaca. Fecho os olhos, uma vez que nada faz sentido no ambiente externo.

Ouço alguém se aproximar de mim e nem preciso fazer muito esforço para saber quem é.

- Bom dia, Granger.

- Péssimo dia, Zabini.

Então, ao dizer péssimo dia, lembro-me de algo que não deveria ter esquecido:

- Eu devia ter ido ver Draco. Beber foi um erro.

Sinto o colchão afundar na altura de meu quadril.

- Desculpe. Eu não devia ter lhe dado o firewiski.

- Relaxa. Eu também tive culpa nisso.

Silêncio.

Abro os olhos. O quarto está banhado por uma luz cinza. Ainda é cedo.

- Que horas são? - Pergunto.

Antes de responder, ele consulta o relógio sobre o criado-mudo.

- 5h:30.

- Nossa... - Esfrego os olhos.

- Precisa de alguma coisa?

- Não sei...

Algumas coisas se embaralham em minha mente, então resolvo que a melhor maneira de solucionar meus problemas é perguntando:

- Dormiu aqui? - Ele solta uma risada.- Não. Dormi na minha... na cama de Draco... Mas acordei há uma hora atrás e decidir ficar aqui até você acordar.

- Hum... E Pansy? Sabe se ela foi visitar Draco?

Percebo o quanto essa pergunta o faz hesitar, mas ele segue:

- Sim. - Seu tom é cauteloso. - Ela não disse coisas muito agradáveis quando eu avisei à Minerva que você não estava em condições de ir vê-lo.

- O que ela disse? - Pergunto rapidamente, assim que ele conclui sua fala.

Não preciso que ele diga nada para saber que se recusa a responder.

- Desculpe, é claro que não vai me contar... Você é amigo dela.

- Não é isso.

- Então o que é?

Agora sento-me para podermos conversar melhor, por mais que minha cabeça esteja me puxando para o travesseiro.

- Quer mesmo saber?

- Sim.

Ele respira fundo e escolhe as palavras com cuidado:

- Pansy disse que você não se importa com ele, que dá mais valor ao seu próprio bem-estar.

- E COM QUE MORAL ESSA PIRANHA DIZ ISSO?! - Levanto-me tomada pela fúria, mas meu corpo quase desaba no chão devido à tontura, só não acontece isso porque ele me segura. Respiro fundo antes de agradecer - a proximidade de nossos rostos me espanta.

- Agradeço.

- Tome cuidado. Você precisa de repouso.

Ele me senta na cama e ajoelha-se defronte para mim.

- Pois bem, eu terminarei de contar o que houve se me prometer que vai se comportar.

- Prometo. - Digo, de má vontade.

- Após isso, eu decidi que também iria ao St. Mungus.

- Você foi?! Por que não me chamou?- Esbravejo.

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now