Capítulo 24 - O Desafio Está Lançado

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Quando Draco afasta seus lábios dos meus, sinto uma vontade absurda de fundi-los e nunca mais separá-los.

- Você é maravilhosa. - Ele susurra.

- Como pode dizer isso a uma pessoa da qual não se lembra?

Percebo o quanto minha pergunta muda sua energia. Ele se afasta um pouco mais, mas mantém suas mãos em minha cintura. Suas sobrancelhas unem-se e seus lábios ficam rígidos, mostrando sua insatisfação.

- Eu já te falei que, mesmo não me lembrando de você, sinto que sempre me pertenceu. Por que insiste em questionar isso?

Sinto algo estranho crescer dentro de mim. Não estranho no sentido de desconhecido, mas sim no sentido de... indesejável.

Inevitavelmente, algumas lágrimas começam a se formar. Sei que devo prendê-las, mas não consigo. Sei que, agora há pouco, coloquei em minha cabeça que nada poderia nos impedir de pertencer um ao outro, nada. No entanto, sinto que algo querimpedir.

As lágrimas começam a manchar meu rosto, e Draco, gentilmente, as seca. Ele me envolve com o calor de seus braços e sussurra palavras de aconchego ao meu ouvido. Seus braços se apertam mais eu redor do meu corpo, então ele diz:

- Ei, olhe para mim. - Seu tom de voz é tão convincente, tão persuasivo que não consigo deixar de fazê-lo. - Não quero que chore nunca mais, ouviu? A menos que seja extremamente necessário. Se não houver motivos, quero te ver com um lindo sorriso no rosto, entendeu?

Mas não posso concordar, não enquanto o medo me assombra. Sim, a sensação estranha e indesejável chama-se medo. Então, nem concordo nem discordo com ele, apenas fico calada e com o rosto imóvel, meus olhos petrificados nos dele.

- Eu sei porque você está chorando, acredite. - Murmura.

- Então por que é?

Ele segura meu rosto com as mãos em concha, beija minha testa e diz:

- Por medo. Medo de eu não lembrar de você, de não ser feliz, medo de que algo mude tanto sua vida ao ponto de deixá-la de cabeça para baixo. Estou certo?

Faço que sim com a cabeça várias vezes. Por que negar a verdade? É exatamente isso: estou com medo de que ele não se lembre de mim, de não ser feliz, medo de que algo mude tanto minha vida ao ponto de deixá-la de cabeça para baixo.

- Draco mas e se você não se lembrar de mim? Essa possibilidade existe.

Ele sorri, um daqueles sorrisos contagiantes e radiantes que só ele tem.

- Eu já prometi que me lembrarei. Não se preocupe.

Por mais que eu tenha motivos para me preocupar, não o questiono mais. Resolvo deixar que sua mente descanse, que ele faça algo melhor do que ficar respondendo às minhas perguntas hipotéticas.

Em meio a secadas de lágrimas e sorrisos tímidos, ele pergunta:

- Que nome dará ao seu filho?

Por não esperar uma pergunta dessas nesse momento, preciso de alguns segundos para processar a informação, mas respondo:

- Gosto de Hugo.

- Prefiro Scorpius.

Faço uma careta de desaprovação, e ele ri.

- E se for menina?

- Não sei, nunca pensei nisso. Sei lá, colocar nome em menina é mais difícil.

Ele dá aquela gargalhada que só ele sabe.

- Também acho.

Seus lábios começam a se aproximar dos meus novamente. Sem hesitar, eu os uno. Sinto a maciez de seus lábios carnudos, minhas pernas tremem quando sua mão esquerda acaricia a pele de minhas costas por baixo do suéter que estou vestindo, sinto-o arfar quando ameaço tirar sua fina camisa de algodão.

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now