Capítulo 5 - Lágrimas

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Passou-se um mês, um mês monótono. Nada de diferente: Malfoy dando em cima de mim e trazendo garotas para o quarto, Ron e eu com o namoro nas nuvens... Tudo normal.

É domingo de manhã. Levanto-me e tomo um banho. A água quente bate em minhas costas, aliviando a rigidez de meus músculos. Há um problema que não saiu da minha cabeça, mesmo após um mês: meu encontro com Córmaco. Pelo o que o conheço, essa história não acabou por aqui. Ainda deve haver mais alguma coisa.

Desligo o chuveiro e enrolo-me na toalha. Vou para o quarto, sento-me diante à penteadeira e começo a desembaraçar meus cabelos. Algumas batidas na porta são o suficiente para mandar minha tranquilidade ao espaço.

- ENTRA, MALFOY.

Ele abre a porta vagarosamente e entra.

- Como sabia que era eu?

- Quem mais seria?

Ele dá de ombros.

- O que quer? - Pergunto, mas continuo penteando os cabelos.

Através do espelho, vejo-o aproximar-se da cadeira. Ele apoia as mãos nela, ficando com seu corpo próximo ao meu, e diz:

- Nada. É que ouvi o barulho do chuveiro e vim aqui só pra te ver de toalha. - E sorri cinicamente.

Minha vontade é jogar-lhe a escova, mas seus lábios encostam em meu pescoço, causando-me arrepios. Meus olhos não sabem se ficam abertos ou fechados, minha respiração trava, meus lábios tremem e meu coração dispara. Seus dedos acariciam meu tórax vagarosamente, como se não quisessem chegar aos seios, mas querem. Me levanto - tentativa desesperada de fugir. Ele me puxa pela cintura. A toalha fica presa apenas pela junção de nossos corpos. Ele volta a beijar meu pescoço, prova de que só quer se divertir. Ele provoca - fato -, e eu não sei se consigo resistir. Uma de suas mãos corre para minha coxa e seus carinhos tornam-se perigosamente provocantes, fazendo-me arfar. Ele dá uma risada satisfatória, depois joga-me na cama, deixando seu corpo por cima do meu. Malfoy usa as duas mãos para tentar impedir-me de segurar a toalha, e consegue. Ambas as mãos deslizam pela entrada de meus seios enquanto seus lábios mordiscam minha orelha. Algo em meu íntimo faz-me gritar:

- NÃO!

Ele dá um pulo para trás, deixando-me livre para correr. Entro em seu quarto e tranco a porta. Sento-me na cama e reflito sobre os últimos instantes. Sei o que me fez despertar daquele momento: meu amor por Ron. Eu amo meu ruivinho, não tenho dúvidas disso. Mas não posso negar que os carinhos de Malfoy tornam-me completa, fazem com que eu me sinta mulher. Não posso me interessar por ele movida pelo desejo insano que seu toque desperta em meu ser. Sou fiel a Ron.

Sento-me em frente ao piano e lembro-me das noites que dormi ao som de sua música. Faz um mês que divido esse "apartamento" com Malfoy e ainda não o vi tocar, apenas ouvi. Tento imaginar: coloco-o com um terno preto muito elegante, postura ereta, dedos longos e pálidos dançando sobre o instrumento, olhos fixos em um ponto indefinido do quarto, lábios formando uma linha rígida. Nunca vi Malfoy assim. Sei que seria elegante vê-lo de tal forma, mas não sei se é possível.

- Granger, abre essa porta. - Ouço-o dizer.

Abro. Tento correr para meu quarto, mas ele me segura firmemente.

- O que aconteceu?

Não quero responder, não quero olhar em seus olhos. Mas eles me procuram e não tenho como fugir.

- Sei que estava gostando. Por que fugiu?

- Porque tenho namorado.

- Então quer dizer que deixaria eu ir até o fim se não fosse comprometida?

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now