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Encaro o Maybank. Bebo um gole de suco enquanto filtro o seu olhar. Como se estivéssemos fazendo um joguinho para ver quem "pisca primeiro". Ele mastiga a fatia de pizza e semicerra os olhos para mim, como se quisesse me intimidar.
- O que vocês estão fazendo ? - Luiza pergunta, confusa.

- Ah, vó. - suspiro, mas não me atrevo a desviar o olhar do loiro. - Como não ficar olhando para esses Deus grego na minha frente. Irresistível, eu diria. - falo debochando. JJ se mantém sério, mas consigo ver a covinha de seu sorriso ficar a mostra, mesmo ele tentando evitar.

- Não é todo o dia que você tem esse privilégio, está certa de aproveitar. - Luiza fala no tom mais normal possível, deixando o rosto de JJ corado. Coloco as palmas das mãos sobre a boca, evitando soltar uma gargalhada ao ver o desconforto do loiro, que sorria tímido.
- Não precisa ficar envergonhado, querido. Você é muito novinho para mim, mas se tiver um avô, pode me passar o número ! - Luiza pisca para o garoto e posso ter certeza de que, se eu parar de morder a parte de dentro de minha bochecha, minha gargalhada poderá ser ouvida por toda ilha.

- Sinto muito, senhora Grey. Não tenho um avô. - ele sorri para a mulher, que parece desapontada.

- Entendo. - Ela volta a comer sua pizza, sem se importar.

Olho para JJ e vejo o loiro contraindo os lábios, tentando não rir.
A companhia toca e um dos funcionários vai até a porta para atender. Alguns segundos depois vejo um garoto mais ou menos da minha idade entrando na mansão e se aproximando da mesa de jantar. Se eu não me engano o nome dele é Rafe, irmão da Sarah.

- Rafe ! - minha avó exclama, se levantando da mesa.

- Boa noite, senhora Grey. - Ele sorri. - Troxe os papéis que Rose lhe mandou. - ele avisa. Seu olhar vai até JJ e seu semblante fica confuso, logo depois ele me olha e sorri fraco. Pego o copo de suco que estava na minha frente e bebo, apenas observando.

- Ah. Rafe, você já deve conhecer o JJ. - Luiza aponta para o loiro, que "fecha" a cara na hora. - E essa é minha neta, Ce... - antes que ela pudesse terminar de falar meu nome, JJ a interrompe.

- Celina Hope Grey, minha futura esposa. - O Maybank sustenta meu olhar, passando a língua pelos lábios, delicadamente.
Engasgo com o suco e começo a tossir, sentindo meu rosto esquentar.
Minha avó se segura para não rir, enquanto Rafe mantém seu semblante fechado.

- Eu já tinha visto ela pela ilha, mas é um prazer te conhecer, Celina. - O Cameron sorri sem mostrar os dentes. - Preciso ir, senhora Grey. - Rafe entrega alguns papéis para Luiza e se despede, indo em direção à saída.

- Idiota ! - Exclamo, jogando o guardanapo nele, que se divertia com a situação.

- Marquem o casamento, ficarei ansiosa ! - A mais velha entra na brincadeira e JJ sorri satisfeito com isso.

- Seria um inferno ser casada com você ! - falo após me recompor.

- Seria uma verdadeira tortura ter que acordar e ver seu rosto todos os dias, Grey. - Ele dá ombros.

- Acho que está na hora de você ir embora, não acha Maybank ? - Levanto, colocando minhas mãos sobre a mesa e inclinando meu corpo.

- Celina ! - Luiza exclama.

- Está tudo bem, senhora Grey. - JJ se levanta. - É um amor incubado ainda. - Ele sussura para minha avó, como se eu não fosse ouvir.

Caminho rápido em sua direção e saio puxando o garoto pelo braço.

- Foi ótimo jantar com você, JJ. - sorrio falsa.
- Mas agora, vá com Deus ! - Exclamo, suspirando.

- Igualmente, Grey. - ele pisca para mim e caminha em direção à sua moto. Seu corpo se vira para traz e um sorriso largo sai de seus lábios, me fazendo revirar os olhos e fechar a porta, com força.

Volto para a mesa de jantar e pego meu prato, levando ele para a pia.

- Gosto dele. - Luiza comenta.

- Pois eu, não ! - falo calma, mas irritada ao mesmo tempo. Minha avó ri da situação.

- Vocês combinam muito.

- Eu nunca, em hipótese alguma ficaria com JJ Maybnak, o garoto mais convencido e babaca desse lugar. - falo como se fosse algo óbvio.

- Aham. - ela resmunga, não parecendo muito satisfeita.

Pego meu celular que estava em cima da "ilha" que ficava no meio da cozinha e vou na direção das escadas, mas a voz de Luiza chama minha atenção.

- Lina.

- Oi. - me viro.

- Desculpa por tudo. Eu só não quero que você se machuque quando for embora. - Ela avisa, parecendo sincera. - Isso é um começo sem fim, querida.

Suspiro.

- Eu preciso fazer isso, vó. Por ela. E, pela primeira vez, por mim. - Sorrio fraco e volto a subir as escadas.

O ɴᴏssᴏ 𝒆𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 ᴛᴀʟᴠᴇᴢ; 𝙹𝙹 𝙼𝚊𝚢𝚋𝚊𝚗𝚔 🦋Where stories live. Discover now