𝙋𝘼𝙍𝘼 os que acreditam em 𝑎𝑚𝑜𝑟 a primeira briga, essa historia é para vocês.
𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐂𝐞𝐥𝐢𝐧𝐚 𝐇𝐨𝐩𝐞 𝐆𝐫𝐞𝐲 𝐞 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤 𝐬𝐞 𝐨𝐝𝐞𝐢𝐚𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐝𝐞 𝐨 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐝𝐢𝐬𝐩𝐨�...
NÃO sei a quantos minutos estou aqui, parada em frente a casa de Pope, encarando a entrada, com medo. Já pensei em virar as costas e ir embora muitas vezes, mas não posso fazer isso. Bato meu pé contra o chão, levemente inquieta. — Lina. - Pope chama minha atenção. Olho para trás e vejo ele com um leve sorriso nos lábios. Também enxergo JJ, que jogava uma bolinha em papel com os pés, distraído. Eu nem sei porque ele está aqui, na verdade !
— Eu tenho que entrar, eu sei. - arfo.
— Não, se você não quiser. - JJ comenta, dando ombros.
Encaro a casa mais algumas vezes e tento me acalmar. Balanço a cabeça, afirmando para Pope que eu queria. Ele sorri e me acompanha até a parte de dentro da pequena casa, enquanto JJ continua distraído com alguma coisa besta.
— Pai ! Eu trouxe a Lina ! - O moreno avisa. Ouço passos acelerados vindo do corredor e logo depois, um senhor com cabelo grisalho e com um sorriso nos lábios, aparece.
— Que bom que chegar-
Ele paraliza. Me encara. Não tira os olhos de mim.
— Celina. Essa Celina. Você não me falou que era essa Celina. - Percebo a respiração do senhor começar a ficar agitada.
— Como assim "essa Celina", pai ? - Pope fica tão confuso quanto eu. — Vocês se conhecem?
— Você lembra de mim, Hope ? - Heyward me olha boquiaberto.
Hope. Por que ele me chamou de Hope ? Hope. Hope. Sóminhamãe me chamava assim. Meu nome do meio. Hope.
— N-não. - Começo a ficar nervosa.
— Eu vou deixar vocês conversarem.... - Pope põe a mão no meu ombro, olho para ele e concordo. O moreno sai da casa, fechando a porta e nos deixando ali.
— Sente-se. - O homem pede.
Me sento em uma poltrona e ele em outra, ficando frente a frente.
— Eu não soube que você tinha voltando para Outer Banks. Achei que era outra Celina. - ele comenta.
— Eu preciso da ajuda do senhor, e pelo visto, você terá todas as respostas para mim.
Ele abaixa a cabeça e passa as mãos pelo pescoço, parecendo agoniado.
— Não minta para mim, eu imploro. - Falo como um sussuro.
— Tudo bem. - ele engole seco.
— Você conheceu minha mãe? - Ele afirma com a cabeça.
— Sim. Ela era minha melhor amiga. Cloe era minha irmã. - um sorriso sincero se forma nos seus lábios.
— Conhece meu pai ?
— Sim. - sinto um nó se formar na minha garganta, impedindo que eu consiga respirar.
— Eu tenho um irmão?
Heyward passa as mãos pelo cabelo, nervoso.
— Hope...
— Responda ! - falo firme. — Não minta !
— Tem. Você tem um irmão.
Sinto um soco na minha barriga. Meus olhos começam a marejar.
— Por que minha mãe foi embora de Outer Banks ? Por que ela não levou meu irmão junto ?
— Ela não podia.
— Por que ? Por que, porra ? - Aumento o tom de voz.
— Quando sua mãe engravidou do seu irmão, ela não estava pronta para ter um filho, mas seus pais ficaram tão feliz com a notícia, que resolveram seguir em frente. — Seus avós não gostaram nem um pouco da ideia, então sua mãe saiu de casa, para evitar ainda mais brigas.
O nó na minha garganta aumentava a cada palavra.
— Depois de um ano, Cloe descobriu que estava grávida de novo, apesar do desespero, eles não deixaram de comemorar, tanto quanto da primeira vez. Eles amavam tanto vocês dois, Hope... - A voz de Heyward fica fraca no final da fala, e tenho certeza de que estão socando todo o meu corpo, cada pedaço está doendo.
— O tempo passou e eles eram muito felizes, vocês quatro eram. Mas a reputação da família Grey acabou com Cloe resolvendo se casar com um pogue. Seus avós obrigaram ela a ir embora, ou se separar de seu pai.
A tentativa de não cair em lágrimas, já não era mais uma opção. A única coisa que eu conseguia fazer era chorar.
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— Você e seu irmão iam ser culpados por algo que não fizeram. Vocês iam ser odiados por causa de seus pais e eles não podiam permitir isso. Então sua mãe foi embora com você, e deixou ele com seu pai. Ele sugeriu isso, separar os dois. Mas não pense que ele te amava menos por isso, Hope. Você era a garotinha dele, o mundo todo dele.
A culpa era de Luiza. A culpa era do meu pai. A culpa era deles.
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— Eu sinto muito, querida. - Ele sussura.
— Onde eles estão? - Falo com a voz rouca e fraca.
— Hope...
— ONDE ELES ESTÃO? - Grito, irritada, me levantando rapidamente.
— Seu pai já morreu.... a dois anos atrás... - sussura ele.
Uma faca é enfiada no meu peito e rasga todo ele, de cima a baixo.
— N-nao... - choro mais. E mais. E mais.
Heyward se levanta e vem na minha direção, abrindo os braços para me abraçar, mas nego, me afastando.
— E-e meu irmão ?...
— Ele está na ilha. Ele sabe que você existe, querida.
Dor. Dor. Dor.
— O que? Ele sabe ? Por que ele nunca me procurou ? - Coloco a mão sobre o peito e tento controlar minha respiração.
— Eu não sei. Você tem que perguntar a ele. - O homem maneia a cabeça, coçando a nuca.
— Quem é ele ?
... a cada segundo a faca que está cravada no meu peito, é enfiada ainda mais para dentro, rasgando mais da minha pele.