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CELINA GREY

Eu beijei o JJ Maybank! Ok. Ok. Meu Deus. Não consigo raciocinar que beijei o cara que eu mais odeio em toda a ilha ! O que deu em mim ? O que deu nele ? Como isso aconteceu ? - Penso rápido, perguntando para mim mesma como que algo do tipo seria possível de acontecer.
Um garçom passa e me oferece uma taça de vinho. Aceito. Bebo a bebida, lentamente, sentindo o sabor.
Enxergo Kiara caminhando na minha direção, mas parece que ela não me viu. Começo a beber o vinho de uma forma mais rápida e desesperada.
O olhar de Kie vai ao encontro do meu e sorrio fraco, ela retribue.
- Oi. - falo quando a garota já está perto o suficiente para escutar.

- Oi, só vim pegar uma bebida. - Disse ela, pegando um dos copos que estavam no balcão ao meu lado.
Quando a cacheada estava prestes a sair, chamo seu nome.

- Kie. - ela se vira para mim. - Me perdoa. - sussuro, envergonhada. - Aquele dia eu descobri que Jonh b era meu irmão, descobri que meu pai morreu, que minha mãe mentiu e que minha vida é assim por causa de minha avó. Eu surtei ! Você era a primeira pessoa que apareceu na minha frente e descontei tudo em você !
- Nada do que eu falei é verdade ! Você é incrível, Kiara !

- Tá tudo bem. Eu entendo. - ela sorri para mim, de um jeito meigo.

- Não está! Por favor, me desculpa ! - quase imploro. A morena me puxa para um abraço e sinto meu coração se acalmar. Abraço seu corpo com força, sentindo ela fazer o mesmo.

- Eu sei, Lina. Juro que está tudo bem !
- ela me solta e vejo um sorriso se formando em seus lábios.

- Obrigada, Kie. - sorrio de volta. Ela psica para mim e sai, voltando para onde estava.

Vejo Jonh b dançado com Sarah. Ele parecia um pouco abatido e ela tentava consolá-lo enquanto dançavam.

JJ MAYBANK

Me escoro em uma das cadeiras e cruzo meus braços, observando a festa que acontecia. Pessoas fúteis, com problemas fúteis, vidas fúteis... se é que isso faz sentido. Eu odiava isso ! Não importa se o resto da ilha está na merda, eles são o centro do mundo.
Paro de pensar nisso quando vejo Celina em um canto, com uma taça de vinho na mão.
Eu tinha beijado ela. Eu beijei ela e, sem dúvidas, foi um dos melhores beijos da minha vida, na verdade, arrisco dizer que foi o melhor.
Ela estava simplesmente deslumbrante, mais do que o normal, e isso me deixava paranoico em ver no que eu estava pensando.
Em um momento, vejo a morena caminhando para fora da festa, indo na direção da praia. Começo a seguir ela.

- Ei cara, aonde você vai ? - Pope perguntou.

- Já volto. - respondo, passando pela multidão de forma rápida, levando alguns xingamentos.

CELINA GREY

Olho para a lua e para as estrelas. Minha mãe sempre me dizia que as estrelas mais brilhantes do céu, eram as pessoas que tinham partido, mas que brilhavam para nós. Especialmente para nós. Não sei se acredito nisso, mas observar aquela estrelas radiante, me trazia um conforto imenso, porque talvez fosse ele que estava brilhando para mim. Ou talvez seja só algo que as mães dizem para as crianças, mais uma das grandes mentiras que nos contam para impedir que nós ficássemos decepcionados.

- O que a princesa kook faz aqui ? - A voz do Maybank entra em meus ouvidos, e sinto que meu coração acelera, mas não sei o porquê.

Ele se senta ao meu lado, na areia, e observa o céu, assim como eu. Viro meu olhar para ele e vejo seus fios loiros baguncados - como sempre - e seu corpo jogado para trás, com as mãos apoiadas na areia. Eu gostava do jeito relaxado dele, me trazia uma certa paz.

- Eu sinto como se eu tivesse um mostro. E ele me persegue. O tempo todo. - sussuro a última parte, cabisbaixa.

- Todos nós temos nossos monstros. Alguns são maiores, outros mais fortes e difíceis de serem derrotados. Muitos são grandes e a maioria da muito medo. - diz ele, convicto do que fala.

Olho para o loiro e admiro ele.

- Você tem monstros, JJ ? - Pergunto. Ele me olha por alguns segundos, abre a boca para falar, mas fecha ela logo em seguida.

- Meu pai me bate. Meu pai me culpa pela morte da minha mãe. Eu me culpo por ter matado a minha mãe, porque ela era boa. E eu... eu sou só eu. Uma grande confusão. - ele fala sem tirar os seus olhos dos meus.

Abro a boca para falar, mas antes que eu pudesse dizer algo, ele me interrompe.

- As regras. Lembra das regras ? - merda. Esqueço que não somos nem amigos.

"Nunca pergunte sobre o meu passado. E nunca espere um futuro."

Fecho meus lábios, ficando em silêncio.

- Quais os seus monstros, Grey ? - ele perguntou.

Suspiro.

- Fui abusada com 15 anos. Tive um relacionamento tóxico. Perdi minha mãe. Tenho um irmão mais velho que sabia da minha existência e não fez nada a respeito. Matei meu irmão mais novo. - falo com naturalidade. Ele parece assustado, mas não demonstra isso de uma forma visível.

- As regras valem para você ?

- Dependendo da pergunta, valem.

- Matou o seu irmão.... - ele fala, sem julgar, sem olhar feio, sem perguntar. Apenas fala.

- Ele tinha quatro anos e eu treze. Achei que estavam arrombando a casa e fiquei com medo. Peguei o revólver da minha mãe e apertei o gatilho, mas deixei cair no chão quando ouvi o carro dela entrando na garagem. Cooper pegou... - um nó na minha garganta se forma e não consigo dizer mais nada. Sei que JJ já deduziu o que aconteceu mo final. - Eu amava ele mais do que tudo. - sussuro.

JJ me puxa para perto de si e me abraça. Fico em silêncio, aninhada no peito dele.

- Eu sinto muito. - diz ele, beijando o topo da minha cabeça.

- Eu também. - sussuro. — Eu já perdi coisas de mais, JJ. Esse é o problema.

O ɴᴏssᴏ 𝒆𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 ᴛᴀʟᴠᴇᴢ; 𝙹𝙹 𝙼𝚊𝚢𝚋𝚊𝚗𝚔 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora