Capítulo 11

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Aurora…

O palácio estava movimentado. Lucian cuidava de tudo para que nada atrapalhasse nossa partida para a Cidade dos Corvos, ainda hoje. Meus filhos pareciam bem empolgados para passar uma temporada no castelo; pelo menos, toda aquela animação me proporcionava certo conforto.

Não suportaria vê-los tristes.

Descia as escadas com pressa, desejando aproveitar cada segundo possível com eles.

— Lídia. — chamei-a ao vê-la entregando uma cesta de frutas a um dos criados.

— Aurora, como se sente? — Ela se aproximou e me examinou com atenção.

— Pronta para outra.-  Respondi.

Ela sorriu.

— Onde está Lucian? — Indaguei.

— Está com os betas e Laura no escritório. Mais cedo, chegou um homem querendo falar em particular com eles.

— Um homem? Aconteceu algo novo que eu deva me preocupar?

— Não, fique tranquila. — Lídia sorriu, percebendo minha aflição.

Ela me olhava como se quisesse dizer algo, mas hesitava.

Com tudo que tem acontecido, não me surpreenderia se algo ruim tivesse ocorrido novamente.

— Bem — suspirei aliviada — vamos tomar café da manhã, estou faminta.

— Claro, este será nosso último café da manhã aqui no palácio. Só os deuses sabem quando retornaremos à nossa vida normal. — Ela disse, talvez tentando evitar que eu fizesse perguntas que a levassem a revelar o que sabia.

— É o que digo, Lídia — meu coração se apertou; nunca fui boa com despedidas — Só espero que, ao retornarmos, tudo isso já tenha acabado e que todos voltem sãos e salvos.

Decidi deixar Lídia à vontade para falar o que estivesse escondendo.

— Todos voltaremos, nossa família estará reunida outra vez em breve, estou certa disso. — Lídia me abraçou de lado enquanto caminhávamos em direção à cozinha, atraídas pelo cheiro de waffles e flores do jardim recém-colhidas.

Ao chegar na cozinha, deparei-me com Alma servindo um prato de frutas picadas para Lyra, e Miguel tentando colocar uma torta de morango em uma cesta, enquanto Túlio e Theo a seguravam. Lizzie, por sua vez, escovava os pelos sedosos da gatinha de estimação.

Ela demonstrava um grande apego pela felina, o que me agradava, pois raramente demonstrava afeto nesse nível, exceto por Lucian.

— O que pretende fazer com isso, meu amor? Um piquenique? — perguntei, retirando com delicadeza a torta das mãos de Miguel, cobertas pela cobertura de morango.

— Ele está tentando chamar a atenção de Diana, mamãe. — Disse Túlio, rindo do irmão.

Mesmo com as piadas, ele tentava ajudar.

— Não estou tentando chamar a atenção de ninguém, só quero fazê-la se sentir melhor. — Miguel retrucou.

— Se sentir melhor? Ela está doente? — Lyra perguntou, antes de levar à boca um pedaço de maçã do prato repleto de frutas.

Ela havia crescido tanto; já não era mais uma criança. Agora se comportava como uma mulher: linda, elegante, educada e com um talento incrível para o desenho. O palácio estava adornado com seus belíssimos quadros.

— Não, ela só está assustada com a ideia de se separar da mãe. — Explicou Miguel.

Assim como a irmã gêmea, Miguel deixava claro que não era mais uma criança. Crescera e cada vez mais se assemelhava ao pai, até mesmo no humor.

Lobos- A Batalha Final| Livro 03| ConcluídoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt