Aurora…
Quando chegamos à delegacia, encontramos a porta da frente destruída e nenhum sinal de vida. Papéis e móveis estavam espalhados por todos os lados.
As dores em meu corpo eram insuportáveis, e eu me sentia doente. O desejo por sangue consumia meus pensamentos, era tudo o que eu queria e, ao mesmo tempo, o que mais temia.
No fundo, eu já sabia o que aquilo significava: estava perdendo o controle sobre mim mesma.
— Se ele tivesse ido quando eu o chamei, não teria passado por essas horas de terror. — Gisele comentou, referindo-se ao momento em que convidou o delegado para se juntar a nós, e ele recusou.
A desordem no local evidenciava momentos de desespero e aflição.
— Será que tem alguém vivo aqui? — perguntou Eros.
— É provável que não. — Respondeu Romeu.
Os dois se afastaram para procurar sobreviventes.
Eu estava fria, indiferente ao que havia acontecido e se havia alguém vivo.
Pela primeira vez, senti medo de mim mesma.
— Aurora. — Gisele tocou meu ombro.
Olhei-a de soslaio e quase cedi ao impulso de atacá-la. Seus batimentos cardíacos me faziam ansiar pelo sangue em suas artérias.
— Gisele, não me toque, por favor. — Apertei os punhos.
Não queria ferir ninguém, mas era tudo o que meu ser desejava.
— O que você…
— Vou buscar os arquivos que procuro, estão no segundo andar. — Interrompi-a friamente.
— Aurora, pessoas podem ter morrido aqui, e se houver algum sobrevivente, ele pode precisar de nossa ajuda. — Gisele falou com cautela, observando-me pensativa.
— Uma pena que não fui eu quem os matou; adoraria sentir o gosto do sangue e ouvir seus gritos. — Meus olhos devem ter se arregalado e mudado de cor, pois Gisele recuou.
Senti uma pontada de dor na alma, mas a ignorei e subi as escadas.
…
“Mate todos, tríbida.”
“Você pode.”
Uma voz maldita ecoava em minha cabeça.
— Cala a boca. — A raiva crescia descontroladamente dentro de mim.
“Alguém me ajude, por favor.”
“Estou com medo.”
“E sozinha.”
Minha alma suplicava.
Cheguei à sala onde os arquivos eram guardados e rapidamente encontrei o que buscava.
Um ruído vindo de um dos armários chamou minha atenção. Aproximei-me e o abri.
O recepcionista da delegacia, com cabelos lisos trançados, caiu no chão e gritou em desespero.
Cobri sua boca e, ao me reconhecer, ele se acalmou.
— A criatura invadiu aqui e matou todos, por favor, me ajude. — Ele falou assustado, com o coração acelerado.
Lágrimas brotaram em seus olhos.
— Deveria temer mais coisas além da criatura. — Inclinei a cabeça, apreciando o som do sangue circulando pelo corpo dele.
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Lobos- A Batalha Final| Livro 03| Concluído
WerewolfCONTINUAÇÃO DE: Lobos- O Despertar Da Lenda. Capa feita por: @zayndaMania ● Obra registrada. Em caso de plágio, não hesitarei em denunciar.