Capítulo 24

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Aurora…

— Por que você não ajuda a resolver os problemas desta cidade? — Perguntei ao homem vestido de delegado, mas que agia como se não o fosse.

Ele olhou para Eros, Noah e James, que ficaram perto da porta o encarando, e para meu lobo e Romeu, que estavam logo atrás de mim e de Gisele.

Gisele brincava com pequenas brasas que saíam de suas mãos e paravam bem próximas, quase tocando o rosto do delegado.

— Eu não posso. — Ele falou.

Vi sua mão descer para pegar algo na cintura.

Uma arma.”

Ele não era discreto. Perguntei-me se alguma vez ele havia chegado perto de solucionar um problema ou, pelo menos, de perseguir um ladrão de galinhas.

— Se tentar fazer alguma coisa — com magia, tirei a arma de seu bolso e a deixei flutuando próxima a mim — vou fazer você engolir todos os dentes lentamente.

Ele ficou imóvel, e eu deixei a arma sobre a mesa, fácil o suficiente para ele pegar, se fosse corajoso.

— O rei sem rosto ordenou que eu não fizesse nada para ajudar a população. Disse que ele mesmo resolveria os problemas — o delegado falou — ele é um bom líder, sempre pensa nos moradores daqui.

Lucian sorriu com desdém lá atrás, e Romeu o acompanhou.

— Como as pessoas daqui o consideram? — Olhei para o homem trêmulo de cima a baixo.

— Um idiota de farda — ele respondeu — só não consigo entender o porquê.

— Não consegue? Bem, você não faz nada para ajudar. Não percebeu que o rei tirou todas as suas vantagens para si mesmo? Ele “resolve os crimes mais pesados” para ser bem visto e as pessoas ficarem ao seu lado e fazer o que ele quer, como o adorar, enquanto você é visto como um palhaço diante de todos por não fazer nem o mínimo.

— Eu não havia pensado dessa forma.

— Claramente não. — Gisele foi quem falou.

— Podemos fazer um acordo? — Disse eu.

— Que acordo?

— Me leve até o necrotério para ver os corpos das pessoas mortas pela criatura e passe para o meu lado. Eu o aceitarei no meu reino e o protegerei.

— E se eu recusar?

— Você vai levar minha mulher onde ela quiser, só que depois será morto por mim mesmo. — Lucian mostrou os olhos vermelhos de seu lobo.

Meu lobo não queria ter que matá-lo, nem eu, só precisávamos saber até que ponto chegava sua adoração por aquele rei.

Eu tinha a intenção de trazer aquele homem para o meu lado, assim como fiz com os outros mais cedo, mas para isso ele teria que me provar que realmente merecia tal coisa.

— A primeira opção me parece uma ótima ideia. — Ele sorriu, nervoso.

— Esperto. — Romeu falou.

— Me leve até o necrotério. — Disse eu.

— Sim, senhora.

A sala para a qual o delegado nos levou era imensa e gelada, com um grande vidro que nos permitia ver o exterior.

Os vendedores de pipoca conversavam preguiçosamente com os vendedores de tecidos.

Carruagens passavam o tempo todo.

Não se ouvia nada; apenas dava para ver.

— Abra as câmaras frias, todas elas.

Lobos- A Batalha Final| Livro 03| ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora