Lobos- A Batalha Final| Livro 03| Concluído

Capítulo 15

Lídia…

— Nem pense nisso — Lucian falou em um tom quase desesperado ao perceber que Aurora caminhava em direção à escuridão para descobrir quem estava ali- Apareça!

Ele rosnou ferozmente para a escuridão.

Eros, James, Benício, os betas e Gisele se aproximaram, posicionando-se ao lado deles.

Mantive-me um pouco mais afastada para ter uma visão melhor e tempo para reagir de maneira diferente, caso fosse necessário.

Os cavalos estavam agitados, mas não fugiriam, graças ao feitiço entre nós.

Eu estava em alerta.

Ouvi passos cautelosos.

Por um momento, senti medo, mas não recuei.

Diante de nós, um homem de pele extremamente pálida e orelhas pontudas surgiu, carregando um garotinho que, pela aparência, não tinha ainda oito anos de idade.

Soltei a respiração que estava contendo, pois temia algo pior.

Os guardas ao meu redor trocavam olhares, enquanto Lucian se posicionava para defender a esposa.

Aurora tocou delicadamente os ombros do marido e sorriu gentilmente, colocando-se à frente dele.

— Deixe que ele fale, meu amor. — Disse Aurora ao lobo, que usava seu grande corpo para protegê-la do homem que sequer fez menção de atacar.

Suas energias eram puras; eu podia sentir, e imaginei que Aurora percebeu isso antes mesmo de o homem se revelar.

Ele não era uma ameaça.

— Majestades.

O homem fez uma reverência, ainda com o garotinho em seus braços.

Meu coração se apertou ao ver a cena.

— Quem é você? — Perguntou Lucian, enquanto Aurora observava fixamente o garotinho enrolado em um pano sujo e áspero.

Ele respirava com dificuldade.

O homem deu um passo à frente, aproximando-se, e em poucos segundos, centenas de espadas estavam apontadas para ele.

Os olhos dele eram de desespero, não de medo.

— Sou um fugitivo daquela maldita cidade dos corvos. Me chamo Noah e este é meu filho, Matteo — ele olhou para o garotinho de orelhas pontudas como as suas e, em seguida, olhou para mim e para as espadas apontadas em sua direção — estava a caminho da alcateia de Eric.

— Que assunto teria com meu pai? — Aurora perguntou, curiosa.

— Com seu pai nenhum; estava indo à sua procura para implorar que salve a vida de meu filho, mas, pelos céus, eu a encontrei vagando nesta estrada ao lado do supremo.

Ele olhava aflito para Lucian. Não era para menos.

— Não moro com meu pai há muito tempo.

— Isso passou pela minha cabeça, mas resolvi arriscar. Os habitantes da cidade dos corvos não têm notícias do mundo sobrenatural aqui fora desde que exigiram sua independência ao antigo supremo, Leon, e ele cedeu.

Meu estômago embrulhou ao ouvir aquele nome.

— Filha de Eric — o homem continuou falando e se ajoelhou — por favor, salve a vida de meu filho; ele está morrendo.

Aurora pareceu levar um choque de realidade e logo falou:

— Levante-se, eu ajudarei. — Ela se aproximou do garotinho e usou seu dom para curar a doença que o afligia.