Sob Seus Olhos - Spin off Azul É A Cor Do Amor

Catorze

Olho para minhas roupas no closet e pego uma saia de lã preta e uma blusa vermelha, meias calças e um casaco.

Visto tudo e arrumo meus cabelos os deixando soltos, passo um batom rosinha na vida e estou pronta após calçar um coturno.

Deixo o casaco em meu braço e saio do apartamento, espero Heitor sair também e caminhamos em silêncio até o elevador.

Eu preciso ir no mercado e deixei avisado a ele que sairia.

Saímos do elevador e entramos no seu carro pois tem mais espaço que o meu.

Sempre gostei de ir ao mercado e comprar o que gosto na hora sem precisar de um terceiro fazendo isso por mim.

O caminho até o mercado é quieto é silencioso, a verdade é que eu não sei o que fazer sobre o que sinto pelo Heitor.

Não é amor sei disso, embora nunca tenha gostado de ninguém sei que não é amor.

É mais como um desejo, eu o desejo muito isso é fato, tenho vontade de provar seus sabores e  tudo sobre ele.

Talvez tenha uma pitada de obsessão, acho que isso é de família, culpa do meu pai, dizem que isso é hereditário não é?

Dou um sorriso e balanço a cabeça.

A história dos meus pais é tão maluca.

Na verdade a história dos casais dessa família deveria ser estudada, a mais normal é a do Theo e Charlotte que se conhecem desde sempre e namoram.

De resto uma foi sequestrada, outra atropelada, outra casada com o psiquiatra, uma casou com um cara que tem duas personalidades e por aí vai.

- Chegamos - diz e olho para ele.

Saio do carro e coloco o casaco, entramos no mercado e ele pega um carrinho.

- Que cavalheiro - digo rindo enquanto entramos no mercado - Vamos primeiro na seção de guloseimas, preciso repor besteirinhas para meus pestinhas, depois compro as verduras e coisas saudáveis.

- Certo - diz e vamos pegando o que precisa.

- Pega por favor marshmallow que esqueci, irei roubar as crianças para dormir comigo e farei um acampamento - peço a ele - Enquanto isso irei pegar alguns produtos íntimos.

Ele vai para a outra extremidade e eu fico olhando os absorventes na prateleira, vou pegando os pacotes e lendo tudo.

Já tentei usar coletor mas não me dei bem, o único que uso e não tive problema foi absorvente externo,  queria mudar, mas meu corpo não se adaptou a nenhum outro.

Estou ali procurando o que gosto quando ouço uma discussão começando e ficando cada vez mais alta.

Curiosa como sou saio em direção ao barulho, assim que chego em uma sessão vejo Heitor encostado em uma prateleira e dois seguranças de frente a ele.

- Você precisa nos deixar te revistar senhor, é de praxe - um deles diz, chego perto e vejo Heitor me olhando e negando com a cabeça.

- O que está acontecendo? - questiono - Heitor?

- Senhorita peço desculpas pelo incomodo, mas só estamos fazendo uma revista, sempre fazemos isso - o homem diz e dou risada entendendo.

- Ótimo, há alguém para revistar minha bolsa também? - questiono arqueando a sobrancelha e eles me olham sem entender - Se sempre fazem isso podem olhar a minha também, dou acesso.

- A senhorita não entendeu - diz.

- Eu entendi sim seu idiotas - falo e eles ficam sérios.

- Luna por favor, eu resolvo - Heitor diz.

- Resolve o caralho, esse idiotas estão sem racistas em querer revistar só você - digo.

- Conhece esse homem? - um segurança questiona.

- Sim, estou com ele e vocês estão sendo desrespeitosos - digo irritada.

- Tem certeza que está aqui sem que ele esteja te forçando? Diga-nos e ajudamos você se tiver sendo ameaçada, pessoas desse tipo fazem isso - um deles diz e perco minha paciência deixando que um soco acerte seu rosto fazendo ele ir para trás - Você está louca?

- Você quem está sendo racista seu filho da puta! - digo irritada e ele vem para cima de mim, mas Heitor se coloca na frente e impede, então o outro vem para cima também e ele segura os dois.

Então o caos está formado e vamos todos parar na delegacia.

Estou agora sentada em uma cadeira tendo Heitor ao meu lado de cabeça baixa.

No outro lado da sala estão os dois seguranças conversando com policiais.

Quando viemos para cá eles disseram que foi Heitor quem provocou tudo, mas eu obviamente não ia ficar calada e comecei a gritar com eles, depois de chutar o saco de um.

Depois exigi que deixassem Heitor ao meu lado e quis minha ligação, liguei para meu pai e só estou esperando ele chegar aqui.

Meu pensamento se concretiza e vejo ele passando pela pronta com tia Kira, seu semblante é sério e irritado.

- Fiz tudo que disserem e faria de novo sem me arrepender! - digo ficando de pé antes dele chegar perto de mim, seu olhar varre meu corpo todo em busca de algo.

- Você está bem? - questiona - Te machucaram?

- Não, Heitor não deixou eles fazerem nada - digo e ele suspira aliviado.

- Sinto muito que sua filha tenha passado por isso senhor Pietro - Heitor diz

- Não foi culpa sua, então não sinta, você está bem? - questiona a Heitor.

- Ficarei - diz com o rosto desolado, imagino que para ele seja difícil passar por isso direto.

- Bom senhores, acho que tudo pode ser resolvido com uma boa conversa - meu pai diz virando para todos na sala - Vocês dois admitem que erraram, pedem desculpas e podem ir embora, simples.

- Só isso? - um dos seguranças questiona parecendo debochado.

- Sim, só isso - meu pai diz e olho para Heitor que suspira.

- Certo, é fácil - diz.

- Pedimos desculpas pelo transtorno - dizem juntos - Fomos errados em agora daquela maneira.

- Certo - meu pai diz - Agora vão embora.

- Clado senhor - dizem, mas antes olham com deboche para Heitor como se tivessem saindo disso vitoriosos, mas eu saquei a do meu pai.

- Sabe o que precisa fazer - meu pai diz a tia Kira.

- Eu amo isso! - diz sorridente e pega o celular ligando para alguém - Temos trabalho!

- Vamos para casa - meu pai se vira e diz - Tudo será resolvido do jeito certo Heitor, não se preocupe.

- Eu gosto desse jeito certo - digo sorrindo e meu pai faz o mesmo.

Caminho ao lado de Heitor e toco sua mão dando um sorriso confortante a ele.

Deve ser difícil passar por isso todos os dias e se manter firme.

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Eu também amo o jeito Pietro de resolver tudo!

Sem memes pois o wattpad não quer colaborar hoje!