21 - O Passado

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𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚

Minha mão chega está soando eu sabia que era minha mãe ligando para me dá novidades sobre a única coisa me tirava meu sono.

- Alô?- É a única coisa que eu consigo falar sem gaguejar. Do outro lado ainda mudo escuro o suspiro.

- Heleninha.- A voz doce da minha mãe fala do outro lado da linha. - Que saudades minha filha. - Eu sentia tanta saudades dela, talvez ela fosse a única coisa boa que tinha me restado.

- Mãe, eu que estava com saudades.- Falo imagina o sorriso no rosto dela.

- Não parece, não ligou mais para mim.- Ela estava certa, fazia mais de uma semana que não ligava para ela. - Como estão as coisas aí querida? - Sorrio, minha mãe era meu porto seguro.

- Está sendo bom, cansativo porém bom. - Ainda sorrindo me lembro de Gavi. - Conheci uma pessoa. - Conto animada, porém minha mãe aparenta mais animada ainda do que eu.

- Meu Deus minha filha, como é bom ouvir isso. É ótimo saber que você está se curando e deixando o Rafael de lado. - Tá aí o motivo de mão ligar tanto para minha mãe, isso me fazia lembrar dele.

- Eu nunca irei esquecer o Rafael mãe. - Suspiro - Ele nunca me perdoaria por esquecer ele.- Tento falar o mais baixo possível.

- Heleninha filha, você precisa esquecer isso. Foi um péssimo momento de sua vida mas já passou você merece ser feliz agora minha filha, e pra você dá certo com alguém precisa deixar o Rafael partir. -

- A culpa foi minha mãe. - Falo já sentindo o choro entalado apenas por ter ouvido seu nome. - Ele morreu por minha culpa.- Assumo novamente toda aquela dor.

- Não meu amor, não foi. Não se cobre por algo que deveria aconte...- A ligação é interrompida. Eu já sabia o que estava por vim.

- Helena. - E lá estava ele na ligação, meu pai. - Ainda continua se fazendo de vítima para a sua mãe, você realmente está certa a culpa foi toda sua. Você que matou o Rafael e agora outra pessoa vai ser culpada pela tragédia. - Continuo - Sabia que os pais dele foram embora, eles não suportaram a dor de ter perdido um filho. - O peso novamente volta a cair nas minhas costas.

- Pai eu...- Não consigo completar a frase, pois ele me interrompe.

- Era pra ter sido você no lugar dele.- Acredito que uma facada doeria menos. - Você é covarde Helena, na primeira oportunidade fugiu e agora vive aí como se você não tivesse culpa, mas você tem. VOCÊ EMPURROU ELE NA FRENTE DAQUELE CARRO. -
Sem aguentar ouvir mais aquilo, meus dedos se vêem obrigado a ter uma atitude e eu encerro a ligação. Ali sentada naquele banco, olhando ainda aquele gramado eu me acabo de chorar, toda a culpa que eu lutava para tirar de cima de mim havia voltado. O último olhar de Rafaele me vem na lembrança, sua última palavra foi um "Desculpas". E eu sabia exatamente porque das desculpas, meu pai preferia acreditar que eu tinha empurrado ele na frente do carro. Mas só eu sabia o que realmente tinha acontecido e provavelmente eu carregaria tudo aquilo sozinha para o resto da minha vida.

- Helena terminamos, Gavi já está quase saindo.- Reconheço a voz de Pedri e sabia que ele estava atrás de mim então apenas concordo. Última coisa que eu precisava agora era o Pedri me perguntando porque eu estava chorando. Tentando limpar a lágrima o mais discretamente eu me levanto.

- Está chorando?- Pedri pergunta e vejo que falhei. Vocês são assim? Porque eu posso te parado de chorar mas se alguém me perguntar se eu estava chorando eu volto a chorar. E foi isso que aconteceu as lágrimas voltaram e senti Pedri me abraçando. - Ei tá tudo bem, não chora.- Era a única coisa que Pedri falava enquanto eu já estava soluçando de tanto chorar.

𝐄𝐋 𝐉𝐔𝐆𝐀𝐃𝐎𝐑  - ᴘᴀʙʟᴏ ɢᴀᴠɪ Onde as histórias ganham vida. Descobre agora