Nove

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As semanas iam passando e os enjôos não melhoravam. Era algo que persistia, mesmo depois de tomar alguns medicamentos para parar a náusea. Para completar, minha menstruação também estava atrasada e foi por esse motivo que eu havia começado a achar que algo estava acontecendo. E realmente estava.

- Amor, você tem certeza que não demos mole nenhuma vez? - Marquinhos me perguntou me fazendo refletir. - Já temos quase 1 mês e meio em Paris e você está assim esse tempo todo. Não quer fazer um teste?

- Agora que você me falou, comecei a pensar nessa possibilidade. Vou comprar um e te aviso. Ok? - Dei-lhe um beijo. - Agora vamos? - Peguei minhas coisas e fomos em direção ao carro para dar partida para o centro de treinamento.

No horário de almoço fui em uma farmácia perto do Centro de Treinamento do PSG e comprei um teste. Minha mão estava trêmula fazendo eu errar algumas vezes o local de inserir o cartão. Eu sempre tive um certo receio com a maternidade.

Desde que eu havia perdido a minha mãe um ano antes, eu tinha medo de ter um filho e a história se repetir. Por mais que os médicos me explicassem que as chances de eu ter um câncer eram baixíssimas, eu não conseguia evitar o medo e a insegurança.

Abri a caixa e fiquei observando o teste ainda sem fazer. Esperava que uma boa dose de coragem percorresse meu corpo naquele exato segundo, mas nada aconteceu. Respirei fundo e finalmente abri. Fiz xixi no local indicado, fechei a tampinha e esperei.

Na caixinha havia dito que demoraria 5 minutos, mas para mim foram cinco horas. Quando finalmente apareceu o resultado no visor do teste, meus olhos embaçaram, levei alguns segundos até entender o que estava escrito. Eu ainda estava muito nervosa. "Enceinte 2-3". Li mais de uma vez para ter certeza que era um positivo.

Instantaneamente comecei a tremer ainda mais, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, o medo me dominava. "Não é possível que isso está acontecendo" eu pensava. Fiquei ali por mais algum tempo, até que escutei alguém bater na porta do toalete. Enxuguei as lágrimas rapidamente e, ainda com os olhos inchados, sai dali, sem perceber que Marquinhos passara por mim pelo corredor, fui até a minha sala, onde novamente desabei.

- O que aconteceu, Lina? - A voz de quem eu mais precisava naquele momento invadiu o local.

Peguei o teste novamente e entreguei nas mãos de Marquinhos, que ficou paralisado ao ler e conferir mais cinco vezes se era realmente real. Assim que voltou a si, chegou ainda mais perto de mim e me enrolou em seu abraço.

Logo eu, que sempre mostrei força e nunca deixei que vissem meu lado mais fraco, me permiti ser cuidada. Naquele momento eu apenas agradeci por ter um namorado tão acolhedor como Marquinhos. Deitei minha cabeça em seu peito e ficamos ali até o zagueiro pedir para nosso chefe nos liberar mais cedo, isso após explicar toda a situação. Ali eu havia baixado todas as guardas que ainda insistiam em existir.

Chegando em casa novamente desabei. Ainda não conseguia acreditar que iria ser mãe. Pensava mil coisas ao mesmo tempo e em todas elas eu me sentia completamente perdida, mas não sozinha, pois sabia que Marquinhos estaria sempre ali. Minha mente não parou por nem um segundo desde que eu descobrira que estava grávida e isso havia me deixado exausta física e psicologicamente.

Por mais amedrontada que eu estivesse, um quê de culpa deu sinal em meu coração. Me martirizava por achar que rejeitaria o bebê que não tinha nenhuma culpa de existir, mas ao mesmo tempo, eu não tinha forças para me deixar ser contaminada pela alegria que uma gravidez trazia. O que você fez, Angelina?

- Vem amor, vamos tomar banho juntos, já enchi a banheira. Você precisa relaxar, está muito tensa.

Dei a mão para o meu namorado e fomos para o banheiro. Entramos e nos aconchegamos na água quentinha da banheira. Aquilo de certa forma me acalmou. Entre todas as coisas vividas naquele dia, eu nunca imaginei que Marquinhos teria tal reação ao saber que eu estava grávida. No meio daquilo tudo, lá estava ele, fazendo de tudo para me manter calma e feliz, mesmo que eu estivesse diante de um penhasco e prestes a pular.

Com Marquinhos acariciando meus cabelos, a água quentinha, a luz baixa e o ambiente aconchegante, fui ficando com sono e sem perceber adormeci em seu colo. Senti seu beijo molhado em minha teste e ao longe escutei algumas de suas palavras.

- Eu te amo tanto que você nem imagina, Angelina. Estarei sempre com você independente da situação. Agora somos oficialmente uma família e eu amo isso. Aqui sou feliz e realizado. - Suspirei de leve antes de cair em sono profundo.

Sem que eu percebesse, Marquinhos me tirou da banheira, vestiu um roupão cuidadosamente em mim e me colocou na cama, onde permaneci até o dia seguinte. Definitivamente, Marquinhos havia me tirado da ponta do penhasco e me abrigado debaixo de suas amorosas asas.

 Definitivamente, Marquinhos havia me tirado da ponta do penhasco e me abrigado debaixo de suas amorosas asas

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Oi pessoal! Hoje trago mais um capítulo para vocês, espero que gostem. Não esqueçam de favoritar e seguir a Lina no Instagram @linafmoretti. O próximo capítulo sai assim que a meta de 10 comentários bater. Beijos e até a próxima!

*Lembrando que tudo ocorre de acordo com o meu planejamento para a história, fiquem em paz.

Maktub • Marquinhos ✅️Onde histórias criam vida. Descubra agora