Capítulo 14

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— Por que você não volta para onde seus amigos estão? Vocês são alma gêmeas — Debocho — Não sei como vocês se suportam. Com certeza só devem falar merda. Por favor, me deixa quieto e volta para os seus amigos..., por favor! — Peço mais uma vez.

— O que foi? Também quer tentar algo comigo ou com meus amigos? — Ri — Eu não gosto da mesma coisa que você gosta — Aproxima o seu rosto um pouco do meu ouvido — Eu quero que você nem olhe para mim e mantenha distância de mim — Diz quase sussurrando, com sua voz rouca. E meus amigos também não gostam da mesma coisa que você. Então, fique longe de nós.

— Você que está perto de mim e você que está falando comigo, você deve ser imbecil, não é? — Olho para ele, arqueando a sobrancelha — Será que você não está interessado em mim? — Perguntei mostrando coragem, mas por dentro estou me tremendo de medo — A única coisa que explicaria toda essa sua obsessão em querer me fazer mal e me xingar, é que você deve estar interessado em mim!

Mas eu mal terminei de perguntar isso e sinto sua mão áspera segurar o meu queixo e apertar um pouco, pondo minhas bochechas contra os meus dentes. Isso chega a ser um pouco dolorido demais. Tento me esquivar um pouco, mas é praticamente impossível, quanto mais eu tento me livrar, mais apertado ele faz parecer ser, para que eu não possa me soltar.

— Você não tem noção do perigo que é se meter comigo — Seu olhar está tão assustador quanto ao daquela vez, com certeza eu o ofendi o bastante para ele perder a paciência — Você não passa de um viadinho asqueroso e eu quero distância de você — Diz apertando ainda mais — Eu tenho nojo de você!

— Me- — Tento falar, mas não consigo, ele continua apertando forte.

— Não pode falar? — Aproxima seu rosto do meu e ri — Talvez você deva gostar quando fazem isso com você, seu asqueroso. Finge que não gosta, mas eu sei que no fundo você adora.

— Me- — Tento dizer mais uma vez, mas ele aperta um pouco mais.

Me debato um pouco, segurando o seu braço com minhas duas mãos, para tentar colocá-lo para longe, mas não consigo. Sinto o meu rosto um pouco quente, por conta de toda agitação e nervosismo.

— EI, O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — Ouço uma voz grossa questionar atrás de mim em um tom bem alto. De supetão, o Henrique solta o meu rosto — SAI DE PERTO DELE!

Enfim, eu consigo respirar um pouco. Levo minhas mãos até o meu rosto, massageando onde ele apertou e sinto que a região está levemente dolorida. Mas espero não ficar manchado, como da última vez com o meu braço.

— Não se meta! — Henrique diz — Isso não é seu problema — Sua voz sai irritada e agitada.

Me sento no banco e me ajeito, me recompondo e vejo que se trata do Victor e que Amanda está ao seu lado. Por sorte eles chegaram a tempo, eu não iria saber o que iria acontecer, caso eles não tivessem chegado.

— Deixa ele em paz, seu playboyzinho de merda! — Ouço Amanda dizer, vindo em minha direção e se sentando ao meu lado — Você não passa de um merdinha, que gosta de fazer bullying com os outros. Sai daqui seu lixo!

— Você está bem? — Victor rapidamente se aproxima de mim — Esse idiota te machucou? — Me olha com preocupação — Saia daqui seu trouxa — Victor olha para Henrique — Você já está perdendo a razão agindo desse jeito. Vocês são todos idiotas.

— Está tudo bem! — Respondi um pouco aflito — Não precisam se preocupar com isso.

— Não se meta nisso, Victor. Isso não é da sua conta! — Vejo Henrique ficar na frente de Victor — Está defendendo esse merdinha por quê? Por acaso está gostando dele ou vocês dois são namoradinhos? — Ri.

— Me interessa sim, tudo que se refere aos meus amigos me interessa e me importa — Victor se levanta e os dois ficam quase colados — Está na hora de você começar a respeitar ele. Você não passa de um mimadinho, que usa da agressão para se livrar dos seus problemas! — A voz de Victor ainda está bem exaltada — E para começo de conversa, eu sou hétero, mas se eu tivesse algum tipo de interesse romântico sobre ele, eu não teria o mínimo problema de assumir, mas esse não é o caso!

— Que lindo, defendendo o namoradinho — Ouço o Henrique debochar, mesmo sem sentido — Acho que agora eu sei como ele vai pagar a mensalidade daqui. Eu nunca pensei que você fosse desse tipo, Victor — Riu — Acho que você é como ele. Para ficar defendendo essa coisa, com certeza vocês devem estar juntos de alguma forma.

Eu me levanto e tento intervir, puxando Victor, para sair dali, mas ele é bem mais forte que eu. Eu basicamente não consegui movê-lo do lugar. Olhei rapidamente para Amanda, para que ela me ajudasse, mas mesmo assim não conseguimos tirar ele dali.

— Está com ciúmes? — Victor ri — Você queria estar no meu lugar, é isso?

Eu olhei para baixo e vi o Henrique apertar a sua mão e temi que ele pudesse bater no Victor, mas ele fez algo que eu não esperava, deu as costas e saiu dali, quase bufando e pisando firme, como se estivesse fazendo para aliviar todo o ódio.

— Está tudo bem mesmo? — Amanda me perguntou — Vamos sair daqui.

— Está tudo bem — Respondi — Não precisam se preocupar. De verdade — Respiro fundo — Mas obrigado por vocês terem chegado.

— Esse idiota — Ouço Victor bufar, pisando firme — Vamos sair daqui — Ele diz irritado — Que raiva desse idiota! Queria poder bater na cara dele e daqueles amigos sebosos dele! — Respira fundo e vejo quando ele aperta as mãos.

— Vamos — Amanda me olha — Ele sempre fica assim quando não consegue resolver algum problema. Dessa vez apenas acumulou um pouco de raiva, mas logo ele voltará ao normal.

— Vamos... — Victor disse, logo indo na frente.

Nós fomos seguindo o Victor, que está bem irritado. Desde o dia que eu o conheci, eu não o vi assim, aparentemente tão irritado. Eu não sei o porquê, talvez eu nunca saiba o motivo de o Henrique não me suportar, ao ponto de me ameaçar e agir dessa maneira.

Ainda sinto um leve desconforto nas minhas bochechas.

Eu agradeço muito ao Victor por me defender, mas eu não quero que por minha causa ele possa se machucar ou se meter em problemas. Não vale a pena ele se complicar por minha causa. Mas, todo o problema é causado por aquele idiota e estúpido.

Como aquele idiota diz para eu manter distância dele, sendo que quem se aproxima de mim é ele, me dirigindo a palavra. Bom, na verdade ele apenas me insulta e vem querer ser inocente?

Nunca pensei que eu fosse para uma situação como essa. Mas, de um certo modo, não estou passando por esse sufoco sozinho e tenho amigos que me apoiam.  



NOTA: Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim!

Talvez eu tenha demorado um pouco a postar o capítulo em relação aos outros dias. Mas espero que estejam gostando da história. E, vamos acompanhando todo esse rumo, para saber até onde vai dar.  Até logo e um ótimo fim de semana. 

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora