Capítulo 57

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VERSÃO DE HENRIQUE:

Eu abri os olhos e os senti arderem um pouco — bastante, na verdade. A minha cabeça dói e eu sinto o meu corpo tão dolorido quanto. Eu não faço ideia de como cheguei até aqui, mas acho que com toda a certeza do mundo, eu exagerei bastante ontem à tarde enquanto bebia com os primos do Victor. Talvez eu não devesse ter ido até a sua festa.

Achei considerável ter ido à festa, mas o que eu jamais deveria ter feito era ter bebido tanto quanto bebi ontem. Eu nunca havia feito isso antes, ao menos não beber a quantidade absurda de álcool que ingeri ontem. Se estou assim, obviamente a culpa é minha, no entanto, eu não quero admitir isso e deixar o meu pai ter razão.

Ontem à tarde fomos a festa do Victor, meu pai e eu. Na verdade, eu nem queria ir à festa de aniversário daquele palerma, pouco me importava se ele iria fazer isso ou não, eu apenas não queria ir. O meu pai ficou falando um monte de bobagens quando eu disse que não iria, mas para ele parar de dizer besteiras, eu decidi ir também.

Quando chegamos na casa do Victor, encontramos a Amanda no portão, esperando alguém viesse lhe atender. Como eu a detesto e sempre que eu a vejo, ela está usando uma blusa de mangas compridas ou um casaco, cobrindo todos os seus braços. Quem é a pessoa louca que vive usando uma roupa assim em pleno calor? Como aquela garota ridícula consegue fazer isso, vivendo em um lugar tão quente? Que insuportável!

A minha cabeça dói tanto. Odeio isso. Detesto quando a minha cabeça dói, até parece um castigo. Que merda!

Eu tentei me levantar da cama e me sentar, mas não consegui encontrar forças para fazer isso. De fato, eu bebi além da conta e eu não deveria ter feito isso. Eu nunca bebo e inventei de fazer isso apenas para me enturmar com os primos do Victor e não ficar com cara de infantil, que não bebe e que não se diverte, mas acabei me arrependendo de ter feito isso.

O meu pai havia me dito para eu não beber, mas acabei fazendo isso e ainda voltei para casa bem mais cedo que ele. Eu também lembro de ter visto o Gabriel na festa, ele parecia estar bem à vontade e se divertindo, parecia uma criança na piscina brincando com os amigos. Ah, eu odeio o fato de achá-lo bonito. É mais forte que eu e eu me odeio por isso.

Eu o vi se divertindo na piscina com os seus amigos, até ver o Victor passar o braço pela sua cintura e dizer algo em seu ouvido. Eu não sei o que deu em mim, mas naquele momento eu senti um ódio extremo, que a única coisa que me veio à mente foi jogar o copo de bebida no chão — mesmo tendo sido uma má ideia, pelo fato de logo em seguida, todos começarem a olhar para mim como se eu fosse um louco. Por que aquele imbecil quatro olhos fez aquilo?

Detesto isso. Por que ele passou o braço pela cintura dele? Ele não poderia apenas dizer algo próximo ao seu ouvido? Precisava fazer aquela cena ridícula? Aquela foi a cena mais ridícula que eu já vi na minha vida..., quem faz algo assim em público e ainda mais com tantas pessoas vendo? Meu Deus, ele é muito burro!

Eu me sinto enjoado e a minha cabeça dói ainda mais só de imaginar isso. Isso é tão insuportável. Detesto isso e detesto aquele quatro olhos desgraçado. Eu aposto que ele deve ter se gabado para os amigos que deu um soco no meu rosto..., mas espero que ele tenha contado tudo e que apanhou de mim também. Porém, vejo que surtiu efeito, já que ele não estava usando aqueles óculos sebosos dele.

Fechei os meus olhos e lembrei de algo estranho, como um borrão em minha mente. Eu estava caído na porta de casa e vi alguém vindo em minha direção e depois chamando o meu nome e só então percebi de relance que era o Gabriel. Eu estava muito confuso naquele momento, ter bebido demais me deixou completamente fora do meu estado normal.

Quero muito saber como foi que cheguei até aqui. Será que o meu pai me trouxe até aqui? Contudo, eu tenho uma vaga lembrança de tê-lo deixado na casa do Victor e ter vindo embora sozinho. Depois de toda a bebedeira e ver aquela cena ridícula na piscina, eu me senti enojado, chateado, confuso e irritado, que decidi vir sozinho para casa. Eu queria vomitar vendo aquilo.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Where stories live. Discover now