Capítulo 84 - Parte I

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GABRIEL:

Acho que todas às vezes em que o Henrique me beija eu me sinto nas nuvens — mesmo que tenham sido poucas às vezes as quais nos beijamos, mas sempre que isso acontece, é como se eu estivesse flutuando. Eu poderia até jurar que eu realmente estaria flutuando. Nunca sei como poderia classificar isso, talvez uma loucura? Não sei. Apenas sei que eu realmente gosto de estar com ele.

Finalmente a minha mãe permitiu a ida a sua casa e que ele também fosse a nossa. Seria esse um início para ela realmente aprovar a nossa amizade? Mesmo que ela tenha dado esse grande passo em me deixar ter contato com ele, sei que ela ainda o vê como alguém instável e não sei se ela realmente poderá permitir uma grande amizade com ele. Mas independente disso, já é um grande avanço.

Chega quase a beirar a estranheza ela permitir isso com tanta facilidade, mas eu não irei me opor a nada. Não estou querendo contradizer ela ou qualquer coisa do tipo, somente é um pouco estranho. Irei para de duvidar disso e apenas agradecer por ela permitir que tenhamos contato.

Fiquei um pouco triste por termos desmarcado a ida ao mercado e compramos tudo virtualmente pelo aplicativo do mercado, mas ele achou que seria melhor, tendo em vista que o desequilibrado do meu pai poderia aparecer no mercado e talvez tentar me levar a força.

Antes de ontem eu havia conversado com o Victor, na verdade, nós dois havíamos conversado com ele durante o intervalo das aulas, sobre toda a catalogação de tudo o que compramos para o evento, mas ele não quis nos dizer a nossa colocação. Por algum motivo, tenho medo de perder, acho que me deixei levar um pouco pela empolgação do Henrique em vencermos isso. Mas o que iremos ganhar caso cheguemos a ficar em uma das colocações? O diretor ainda não chegou a dizer quais serão os prêmios.

— O Victor teve muita sorte de não levar uma surra do Henrique — Bianca comentou — Mas eu fico feliz que nada tenha acontecido — Respirou parecendo aliviada — Imaginem o caos que isso seria...

— Por que isso? Ele não é doido em querer me bater! — Victor a olhou estranho — Sei que ele é um bicho, mas não deve estar tão horrível quanto antes. E todos nós aqui sabemos que ele não se atreveria a me bater outra vez..., se bem que, da última vez, eu quem bati nele — Riu.

— Mas ele já que ele bateu em você antes, apanhar dele mais uma vez nem vai fazer diferença... — Ela disse.

— Obrigado por me defender, amiga — Ironizou — Não gostaria de defendê-lo?

— Ah, gente..., ninguém vai bater em ninguém — Disse, respirando o puro ar livre ao estar fora do colégio. O melhor momento de todos, quando chega a hora de ir para casa.

Não vejo a hora de chegar em casa. Ainda é quarta-feira e eu já não aguento mais. — Esperamos, não é? Mas pela forma que o Henrique olhava para o Victor enquanto ele estava com o braço no seu ombro... é um tanto suspeito. Por isso que eu achei que a qualquer momento ele fosse bater no Victor — Ela disse — Nunca se sabe, não é mesmo? Nós não podemos confiar em animais selvagens ou de rua, eles são instáveis e nunca sabemos quando irão atacar.

— Ele não iria se atrever a me bater, ele não é doido — Victor se defendeu — Não vou permitir que isso aconteça novamente.

— Vou fingir que acredito nisso..., você precisa parar de querer bancar o herói ou até mesmo tentar revidar em uma briga com alguém como o Henrique — Bianca deu uma tapinha em seu ombro — Eu sei que tudo o que você faz são com boas intenções, mas há coisas que não tem como a gente controlar quando nos envolvemos.

— Você está falando sobre a vez em que eu briguei com ele? — A olhou.

— Sim, aquilo foi uma loucura, mas pelo menos ele não fez você de gato e sapato.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora