Capítulo 11

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Respirei fundo e esperei, ele ainda estava andando pela cabana refletindo tudo que eu disse. A sensação de culpa ainda pairava em mim, mas não por achar que fiz algo errado, mas sim por me sentir culpada de envolver outra corte nisso e acabar dando algo errado no final.

Ele parou de andar e veio até mim parando a menos de um metro, estava sério.

- É permanente? 

O encarei, não era exatamente a reação que eu estava esperando. Ele mudou muito desde que cheguei.

- Depende. Daqui a cinquenta anos o feitiço irá abrir uma brecha para ser quebrado, se eu não fizer nada ele vai continuar por mais cinquenta anos. E continuará assim até que eu ou alguém com meu sangue quebre a maldição. Mas é improvável que eu venha ter filhos um dia, e eu não tenho irmãs.

- Cinquenta anos? Não acha que exagerou um pouco? 

- Eu poderia ter escolhido cem anos, fui misericordiosa.

- Lilith, você me disse que não iria comprometer minha corte. - Disse e passou a mão pelos cabelos. - Eu pensei que você tivesse apenas se vingado da Corte dos Pesadelos.

- Bom, eu nunca faço um trabalho pela metade. Eu disse que iria me vingar da Corte, e eu decidi incluir os Ilyrianos porque eles nunca vão deixar as fêmeas em paz. E Velaris, é um presentinho que decidi dar a Rhysand, ele não fez o que tinha que fazer quando teve a oportunidade. Se ele tivesse matado Keir pelo que ele fez a própria filha, ele não estaria vivo hoje causando problemas e não teria feito minha mãe sofrer até a morte. - falei na defensiva, eu não queria brigar com ele. - Então, se quiser me expulsar que faça só não diga que eu exagerei porque eu tenho motivos pra fazer o que fiz.

- Tem razão. - respirou fundo fechando os olhos, logo os abriu e voltou a olhar para mim. - Desculpe.

- Tudo bem.

Respondi apenas e mantive meu olhar no dele.

Meu emocional estava todo ferrado, me sentia irritada e ao mesmo tempo aliviada por ter contado a ele o que tinha feito. E agora mais do que nunca eu estava em um impasse tentando decidir o que eu faria em seguida, mudando todos os planos que tinha planejado.

Me sentia atraída por ele quando sabia muito bem que não deveria. Acabei de admitir em voz alta que condenei uma corte inteira a extinção, quem ficaria emocionalmente bem depois disso? Minha cabeça estava fervendo por conta dos últimos acontecimentos, eu só queria esquecer um pouco todas as tragédias que estavam por vir.

E talvez eu estivesse usando isso como desculpa para minhas ações, porque logo em seguida estendi a mão e agarrei a camisa dele o puxando para mim, colando sua boca na minha sem nenhuma delicadeza. Ele deveria estar do mesmo jeito pois retribui imediatamente.

Suas mãos agarraram minha cintura, enrolei minhas pernas em volta dele, gemi quando ele mordeu meu lábio e logo eu enfiei meus dedos no seu cabelo. 

Não tinha nada gentil no beijo, éramos dois desesperados por alívio tentando fugir da realidade. 

- Lilith...

Sussurrou se afastando da minha boca. Estávamos ofegantes, com as roupas amassadas e lábios inchados. 

- Só continue, não pare.

Corte de Flores e Vingança ● ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora