Capítulo 26

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Estávamos deitados na grama, ele ainda mantinha as calças e eu meu vestido, embora ele tivesse embolado em meus quadris. Deitada de lado com minha cabeça apoiada em um de meus braços, passei o dedo pelo seu abdômen, maravilhada com os músculos firmes e bem desenvolvidos, a luz da lua refletia em sua pele dourada. 

- O que você vai fazer se eles não concordarem? - perguntou.

- Eles não têm opção, se não concordarem minha tia vai intervir, afinal minha mãe e ela eram irmãs. 

- Você disse que não queria uma guerra. 

- Não quero, mas se eles não concordarem, não irei impedir minha tia de vingar minha mãe, ela nunca vai deixar isso de lado até que eles paguem.

- Você não me contou isso. 

Mordi o lábio mas mantive meu olhar no dele.

- Eu não posso impedi-la, por isso pedi para eles matarem Keir, é melhor que ele morra logo, se não fizerem isso minha tia o fará, e não vai ser nada bonito. E duvido que eles entreguem Keir para ela de bom grado.

Ele se sentou e passou uma das mãos no cabelo longo, já eu decidi deitar na grama com os joelhos dobrados. 

- Os outros Grãos-Senhores não vão tolerar uma invasão, não depois de Hybern.

- As outras cortes não precisam se preocupar, eles não tem nada haver com o que aconteceu com a minha mãos. E acho que eles não vão interferir, não se não quiserem criar problemas com as bruxas. Você sabe disso.

- Ou seja, eles fazem o que vocês querem ou iniciam uma guerra. Poético. 

- Está preocupado com eles por acaso?

Ele se deitou ao meu lado e quase riu.

- Nem um pouco. Só não quero presenciar mais uma guerra. 

- Isso depende deles. 

O silêncio que se seguiu foi reconfortante, mas ainda tinha algumas coisas para nós conversarmos. O nosso futuro era incerto, e isso me preocupava.

- Você precisa saber, que eu não ligo para essa coisa de parceria. Nós bruxas não temos isso. - Olhei para ele seu rosto não demonstrava surpresa.

- Imaginei que não.

- Mas e você? 

- O que tem eu?

Perguntou cruzando as mãos atrás da cabeça, os músculos nos braços flexionando, e isso foi o suficiente para me fazer querer cruzar as pernas. 

- Você sabe Tamlin, se daqui alguns meses ou anos sua parceira aparecer você vai fazer o que? 

Vi um sorriso aparecer nos seus lábios, estava achando graça das minhas perguntas.

- A maioria dos laços de parceria não dão certo, e é raro de acontecer. 

- Você não me respondeu. 

- Eu sou feérico, esse laço é importante para nós, e de qualquer forma ter um laço de parceria não garante que o casal vá ser feliz. 

Eu sabia disso, mas os feéricos às vezes pareciam venerar mais o laço em si, do que qualquer coisa. Os mais exagerados largavam tudo por ele. Eu não queria que Tamlin fosse um desses. 

- Eu não sou obcecado com a ideia de ter um laço de parceria Lilith. 

Felizmente era verdade, e eu não podia esquecer que eu também era feérica, o que significava que eu poderia ter um parceiro feérico por aí, o que não me agradava em nada. Então eu e Tamlin estamos na mesma situação. 

Corte de Flores e Vingança ● ACOTARWhere stories live. Discover now