Capítulo 25

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Já se passaram quatro dias desde a minha ida a Velaris, e mais de uma semana da morte de Beron. As coisas por aqui estão normais, mas a tensão entre as cortes ainda continua. Eris, novo Grão Senhor da Corte Outonal não parece querer uma guerra, está mais focado na própria corte do que em qualquer outra coisa.

Durantes esses dias não recebi nenhuma resposta da Corte Noturna, e faltavam apenas três dias para o prazo que dei acabar, e minha tia finalmente resolveu responder a minha carta e falou apenas que as marcas em minhas mãos eram apenas uma sequela de ter usado os feitiços o livros mais de duas vezes, nada preocupante, apenas uma reação, mas as marcas ficariam para sempre. Não me incomodava.

Além disso, Kieran conversou comigo e me pediu para enviar ao menos metade dos Groots para a fronteira com as Terras Mortais. Não havia sinal de nenhuma tentativa de invasão da Corte Outonal com Eris sendo o novo Grão-Senhor, e com isso a fronteira estaria mais protegida. Fiz o que me pediu, e no dia seguinte metade dos Groots estavam espalhados pela fronteira, camuflados nas árvores ou embaixo da terra. Era assim que eles ficam, adormecidos esperando qualquer sinal de invasão para acordarem. Acho que esse lugar nunca esteve tão bem protegido, só esperava para ver como as outras cortes iriam reagir.

Lucien passou bastante tempo na fronteira com as Terras Mortais com os soldados patrulhando. Estava procurando se manter bem ocupado, e se manteve um pouco distante nos últimos dias, mas todas as noites ele estava no jardim conversando com Jurian enquanto Vassa voava acima deles em sua forma de pássaro, um ponto brilhante no céu escuro. Ao menos Lucien não estava sozinho, a solidão só o deixaria pior. Talvez seja por isso que ele e Tamlin ainda sejam amigos, ambos tinham sido criados por famílias ruins, eram o filho mais novo, filhos de Grãos-Senhores e pareciam odiar isso. E os últimos anos, não foram bons para nenhum dos dois. 

Tamlin saiu nas últimas noites para a floresta e sempre em sua forma de fera. Ele havia passado meses desta forma antes de eu aparecer, espero que ele não se deixe dominar de novo e coloque tudo a perder, e eu teria que conversar sério com ele mais tarde. Me perguntei várias vezes se isso tudo era apenas por ter conversado com Feyre. Seria ele assim tão apaixonado por ela que uma conversa o deixou assim, tão perto de perder o controle novamente? 

Suspirei alto e bebi um belo copo de água, meus braços estavam doloridos e ao mesmo tempo relaxados do treinamento com o bastão. Hadassa e Vassa estavam ambas reclamando dos braços doloridos, mas a ideia de treinar com elas foi bem mais divertida do que eu pensei. Ainda faltavam umas duas horas para a Vassa se transformar, então ainda tínhamos tempo para fazer mais alguma coisa. Eu havia passado bastante tempo com elas nesses últimos três dias e talvez eu nunca tenha me divertido tanto assim.

Acho que visitamos quase todos os restaurantes da aldeia, e todas as lojas de roupas e jóias. Além de termos ficado bêbadas ontem a tarde depois de invadirmos aquela parte da mansão onde ficavam todas as bebidas. Acho que abrimos umas cinco garrafas de vinho e outras dez garrafas de licor só para experimentarmos os sabores.

- Meus braços, amanhã eles estarão cheios de hematomas. 

Hadassa reclamou colocando o bastão em cima da mesa no canto da sala de treino, Vassa fez o mesmo. Ambas usavam calças e uma blusa leve como eu, era melhor para treinar.

- Pelo menos ao contrário de mim você não vai ter um hematoma na cara. - Vassa falou tocando a bochecha esquerda que estava vermelha, Hadassa a acertou com o bastão enquanto praticavam o que eu havia lhes ensinado.

- Você não desviou - Hadassa falou cruzando os braços e olhando para ela. Me servi de mais um copo de água. - Mas você acertou minha bunda com força, que deve estar mais roxa do que uma uva! Eu nem vou conseguir sentar direito.

Corte de Flores e Vingança ● ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora