09. A verdade ⛓️

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━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Me enrolo na toalha, enquanto saio do banheiro e vou até a cama, onde deixei separada a minha roupa. Me visto e saio do quarto, para ir preparar meu almoço e quando estou no meio do caminho, a campainha de casa toca. Estranho, por um momento e vou até a porta, para abrir. Assim que abro, me deparo com Victor e sem ele dizer nada, entra em casa e fecha a porta, em seguida a trancando.

— Você é louco? Quem é você pra entrar na minha casa desse jeito? — insulto ele, franzindo a testa.

— A gente precisa conversar sobre uma coisa.

— Conversar? Eu não tenho nada pra conversar com você.

— Eu preciso esclarecer uma coisa pra você. Uma coisa que já deveria ter te esclarecido há tempo. — arqueio a sombrancelha e me aproximo dele.

— Não quero ouvir esclarecimento nenhum de você. — começo a empurrar ele em direção a porta.

— Eu não vou sair daqui, enquanto não me escutar.

— Eu não quero escutar nada de você. Então, pode por favor, ir embora? — volto a empurrar ele.

— Eu não vou sair daqui! — aumenta a voz.

— Esta é a minha casa e eu quero que você vá embora! — digo vociferando de volta.

— Eu não vou sair daqui, antes de termos uma conversa.

— Você é surdo? Eu não quero convers...

— Eu não matei seu pai porque eu quis. — ele dispara simplesmente, me fazendo ficar quieta. Paro de empurrar ele, sentindo meu corpo inteiro paralisado.

Eu não gostava desse assunto. Nada que envolvia a morte do meu pai, eu gostava de ouvir. Aquilo era um assunto muito, mais muito delicado pra mim. Tocar nesse assunto, me incomodava e lá no fundo, doía, mesmo depois de tanto tempo que passou. A morte do meu pai sempre vai estar presente comigo e eu odeio ter que discutir ela.

— Vai embora. — digo baixo, sem tocar nele.

— Eu preciso que você me escute e que saiba que eu não matei seu pai porque eu quis. Foi um acidente.

— Por favor, vai embora. — peço de novo, com a voz baixa e empurro seu braço, para que ande, mas ele não sai do lugar.

— Eu não queria ter matado seu pai, Bárbara. Jamais.

— Por favor, vai embora. — digo chorosa e me afasto dele.

— Eu só quero que saiba o que realmente aconteceu naquele dia. Só quero explicar o que aconteceu, porque não tive a chance de dizer isso antes. — ele diz calmo, se aproximando de mim, que me seguro para não chorar.

Qualquer assunto do meu pai, era delicado pra mim. Principalmente agora que eu sei quem o matou.

— Antes de tudo acontecer, meu pai tinha um acerto de contas muito grande com uma pessoa e seu pai nos ajudou a achar essa pessoa, para que meu pai conseguisse a vingança que queria. — ele começa a contar e vou me segurando para não chorar.

— Para... — balanço a cabeça, dizendo, soando quase como uma suplica, para que parasse.

— Seu pai tinha amizade com o meu. Posso dizer que eles tinham um trabalho juntos e eu conhecia seu pai. Antes do meu pai morrer, eu trabalhava junto com ele, para entender melhor qual era o cargo que me esperava. Era novo ainda para o cargo, mas mesmo assim, eu já trabalhava e resolvia as coisas com o meu pai.

Balanço de novo a cabeça, pedindo para que parasse e que fosse embora, mas ele não me deu ouvidos. Victor se aproximou, pegando meus pulsos, que estavam em seu peito e abaixou eles.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Where stories live. Discover now