46. Entendidos ⛓️

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━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Acordei, recebendo uma foto de Carol, que mostrava Aurora dormindo em sua cama, ao seu lado e com uma legenda dizendo: "Minha companheira de sono". Dei uma risada, quando vi Aurora desmaiada ao seu lado, agarrada no seu unicórnio de pelúcia. Soltei um suspiro e caí na cama, olhando o teto.

Mal consegui dormir essa noite.

Eram tantas coisas na minha cabeça, que não me deixaram pregar o olho quase em momento algum. Eu estava com raiva. E com medo. Descobrir que sua filha é um alvo de vingança, de uma hora para outra, é de enlouquecer. Muito mais, quando o próprio pai dela, não está nem sequer se importando. Fecho os olhos, imaginando que meu pesadelo está começando, tudo de novo.

Isso era o que eu mais temia. E agora? Não sei se pode piorar ou se é apenas o começo.

Detesto ter que imaginar o pior. Principalmente agora que Aurora está no meio. Mas tenho que acreditar, que estamos seguras e que nada de ruim vai acontecer. Não posso pensar negativo. Por mais que eu tenha pensado muito nisso durante a noite, eu não posso. Pensar positivo e rezar para que nada de ruim aconteça com a minha família.

Saio do quarto, indo para o meu e tranco a porta, quando vejo que o quarto está vazio. Vou até o banheiro, tirando minha camisola e vou para debaixo da água. Tomo meu banho, que foi bem demorado e sinto minha barriga roncar. Abro a porta do quarto, depois de me arrumar para descer e tomar café e sigo em direção as escadas.

Entro na cozinha, vendo todos na mesa e ignoro Victor alí sentado, tomando seu café. Dou bom dia a todos e me sento junto a eles, preparando meu prato, com tudo que vou comer. Sinto o olhar de esguelha de Victor em mim, mas mantenho meu olhar evitando o seu.

— Vai fazer o que hoje? — Milena pergunta a Arthur, sentado ao seu lado.

— Sem planos ainda. Só sei que vou encontrar a gata de novo. — ele sorriu, lambendo os lábios. Vi Milena revirar os olhos. — Saí ontem com ela e fiquei puto com um arrombado lá na boate. Quase estourei a cabeça dele com um tiro.

— Por que?

— O filho da puta veio dar em cima da minha mulher, ameaçando ela de que se não transasse com ele, ia fazer pior. Aí parti pra cima dele, porque tinha agarrado ela sem ela querer.

— Você é louco mesmo. — Milena disse, voltando a comer.

— Isso mesmo, Arthur. — falo, erguendo a cabeça. — Defenda e proteja quem você se importa, porque tem gente, que nem se importa com os outros. — jogo minha provocação, sentindo Victor bufar. — Muito menos com a proteção delas. E isso prova, o quão cretinas são essas pessoas. — volto a comer, depois de ver Milena e Arthur se olharem.

— Está insinuando isso a mim? — Victor disse, de jeito atacado. Dou de ombros, ignorando-o.

— Se serviu para sua consciência...

— Eu já falei que eles não vão fazer nada com ela. — disse, um pouco alto demais e então eu o olhei.

— Ah, é? Quem me garante isso? Você? Ah... Claro que não. Você nem está se preocupando com nada. Então, como pode ter tanta certeza assim? — fecho a cara, encarando-o, sentindo minha raiva e indignação começar a nascer de novo.

— Você não confia em mim?

— Depois de como está agindo, com coisa séria, que envolve a nossa filha, não mais. — seu ódio e irritação aumentaram, percebendo seus olhos ficarem mais intensos.

— Eu já disse pra você! Não vai acontecer nada com ela. — ele se levantou, batendo a mão na mesa e imediatamente eu me levantei também.

— Você diz isso, porque ainda não aconteceu, mas quando ela estiver em perigo, como já está correndo, aí sim, você vai se preocupar em fazer alguma coisa. — rebati, aumentando a voz, gritando praticamente e apontando o dedo em seu peito, o tocando.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Where stories live. Discover now