33. Segredo ⛓️

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• 𝐀𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬

━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Estava no quarto, dando uma organizada nas tintas, quando alguém bate à porta, pedindo permissão para entrar. É Angélica. Peço para que entre e entro no quarto, vendo ela fechar a porta. Encaro ela, percebendo que está com uma cara estranha e pergunto que está acontecendo.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa?

— Querida, eu não queria tocar nesse assunto de novo, mas eu preciso. — arqueio a sombrancelha, me fazendo de desentendida. Aquele assunto de novo não...

— Pode dizer.

— Aurora é filha do Victor? — fico quieta.

— N-não...

— Querida, eu vi a macha que ela tem no quadril. Victor também tem e é no mesmo lugar.

— Olha, Angélica... — abaixo a cabeça, desviando o olhar e vejo ela ficar mais rígida.

— Querida, isso não é coisa da minha cabeça. Eu vi, quando ela estava saindo da piscina. Victor tem uma mancha de nascença no quadril e Aurora também tem a mesma mancha no quadril. Eu não estou ficando louca.

— Angélica, eu... — tento falar, mas ela me corta.

— Me diga a verdade. Não quero que minta pra mim. Porque não é possível que isso seja uma mera coincidência entre os dois. — pediu, me fazendo me manter calada.

Mantenho a cabeça baixa, o olhar longe do dela e fico pensando, na bendita mancha que Aurora tem, que é realmente igual a de Victor e no mesmo lugar da dele. Angélica andava desconfiada, desde o primeiro dia que veio me perguntar se Aurora era filha de Victor. Ela me olhava, com aquele olhar desconfiado, o que me deixou incomoda. Mesmo eu dizendo que Aurora não era filha de Victor, ela não acreditou cem porcento e ficou desconfiada de mim. E agora? Ela encontrou o que não pode ser negado.

Fecho os olhos, começando a chorar, quando percebo que não tem como mais esconder a verdade e percebo que vou ter que dizer a verdade. Angélica vai ser a primeira a descobrir e mesmo eu não querendo e não estando pronta, vou ter que dizer, porque não posso mentir e inverter a história, com uma semelhança enorme dessas.

— Bárbara? — ela diz preocupada. — Aurora é filha dele? — devagar, afirmo com a cabeça e me entrego por completo ao choro. — Ah, céus... — ela diz, com uma voz de choque e eu cubro o rosto com as mãos. — Então é verdade? Aurora é mesmo filha dele? — assinto de novo, mesmo chorando. — Céus!

— Por favor, não conta pra ele. — choramingo a ela, que me olha em estado de choque.

— Como não contar a ele, Bárbara? Ele é pai DELA! Ele merece saber que tem uma filha.  — Angélica se aproximou de mim, que chorava na cama.

— Por favor. Não conta nada pra ele. — peço, me levantando da cama e abraçando ela, desesperada.

— Querida, ele tem o direito de saber. Merece saber da verdade. — ela passa a mão pelo meu cabelo, enquanto choro em seu ombro.

— Eu sei, mas não conta nada pra ele. Por favor. Só não conta isso, Angélica. Só isso que te peço. — aperto mais ela, com medo, de que não faça meu pedido.

— Você vai contar a ele? — assinto. — Quando? — ela me separa.

— Eu não sei. — enxugo as lágrimas. — Eu não tô pronta pra contar isso a ele. Eu tenho medo. — volto a me desesperar e vejo Angélica me olhar bem preocupada e sem saber o que fazer.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Where stories live. Discover now